ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
de Oliveira Davi, A. (IFPI) ; Isaias dos Santos, R. (IFPI) ; Custódio, F. (IFPI) ; Custódio, F. (UFPI) ; de Lima Ferreira, P.M. (IFPI) ; Afonso de Brito, I. (IFPI) ; de Brito, J.I. (IFPI) ; de Sá, L.C. (IFPI) ; Fernandes Barão, A.A. (IFPI) ; Rodrigues da Silva, R. (IFPI)
Resumo
Devido às dificuldades apresentadas por grande parte dos alunos, principalmente de escolas publicas, em relação à disciplina de química, especialmente quando o assunto em estudo se trata de atomística, onde o ensino se baseia em teoria e memorização, a aplicação de jogos lúdicos apresenta-se como um grande trunfo na tentativa de quebrar essa barreira. O presente trabalho trata-se da aplicação de um jogo lúdico, Bingo Atômico, e foi realizado com o apoio da CAPES, entidade do Governo Brasileiro voltada para a formação de recursos humanos, objetivando estimular os alunos de modo que possam colocar em prática os conteúdos estudados durante as aulas, sendo que os resultados puderam ser obtidos através de aplicação e análise de questionários.
Palavras chaves
Jogos Lúdicos; Ensino de Química; Atomística
Introdução
De modo geral o ensino de química por ser complexo, requer atenção especializada na administração dos conteúdos, para que o conteúdo seja transmitido de forma atraente mantendo o foco. Os docentes além das aulas teóricas, poderiam incluir em seu plano de disciplina aulas práticas realizando atividades que despertem interesse. Os jogos se enquadram nessa didática, sendo que no sentido etimológico, representa divertimento, passatempo, sujeito a regras. Segundo Antunes (1998, p. 11), pode, ainda, ser interpretado como um estímulo ao crescimento, ao desenvolvimento cognitivo e aos desafios do viver [...]. De fato, jogos podem ser aplicados a inúmeras situações e de formas diversas. Nas escolas atuais, há uma forte tendência do uso de um ensino que respeite os interesses dos alunos, o que inclui programas institucionais como o PIBID, onde as suas descobertas e experiências são condutoras do processo da aprendizagem juntamente com os estímulos que o professor deve gerar enquanto mediador da relação aluno e conhecimento. Para Antunes (1998, p. 36), é neste contexto que o jogo ganha um espaço como ferramenta ideal de aprendizagem, propondo estímulo ao interesse do aluno e desenvolvendo diferentes níveis de sua experiência pessoal e social ajudando-o a construir suas descobertas, além de tornar o professor um estimulador e avaliador da aprendizagem. No entanto, no ensino de química, os jogos lúdicos podem e devem ser utilizados como recurso didático na aprendizagem de conceitos. Portanto, quando atividades realizadas com o intuito de proporcionar aprendizagem e revisão de conceitos são desenvolvidas, motivam os estudantes, possibilitando uma maior assimilação do conteúdo e com praticidade, melhorando o rendimento dos alunos na disciplina e a participação dos mesmos no PIBID.
Material e métodos
Aplicou-se o lúdico aos 12 de 23 alunos que são acompanhados pelos monitores do PIBID, dos outros 11 alunos 6 não compareceram na escola e os outros 5 se recusaram a participar. Os alunos são da 2º série do Ensino Médio vespertino da Escola Estadual de Educação Profissional Petrônio Portela, em Picos/PI. O conteúdo abordado nesta atividade é referente à atomística, e permite ao jogador reconhecer e localizar na tabela as características dos elementos químicos, assim como seu número de prótons, elétrons, nêutrons, massa e o número atômico. Os elementos trabalhados no Bingo Atômico variaram de Hidrogênio (H) a Argônio (Ar) e foram escolhidos assim para melhorar a identificação na Tabela Periódica e facilitar as operações matemática, pois é mais fácil e rápido encontrar o número de nêutrons do elemento oxigênio (16 - 8 = 8) do que o número de nêutrons do elemento ouro (197 - 79 = 118). Desta forma a dinamicidade da atividade não seria perdida. O Bingo Atômico é composto por encarte de regras, fichas para sorteio, cartelas para os alunos, encarte de consulta ao conteúdo e Tabela Periódica. É importante ressaltar que durante a aplicação do jogo, foram tiradas dúvidas e repassadas algumas informações referentes ao conteúdo. Os alunos foram submetidos a dois questionários, antes e após a aplicação do jogo, em seguida, os resultados obtidos foram analisados e comparados, afim de observar se houve ou não evolução no desempenho dos alunos. As questões trabalhadas na atividade, para avaliar o conhecimento dos alunos, foram contextualizadas com aplicações cotidianas dos elementos químicos assim como algumas curiosidades.
Resultado e discussão
Diante da análise dos resultados
apresentados nos questionários, pode-
se observar que por mais que seja
perceptível o aumento do uso de jogos
para despertar o interesse dos alunos
e auxiliar na administração dos
conteúdos, ainda há certa extinção
desses métodos. Uma vez que os
resultados obtidos no primeiro
questionário não foram muitos
satisfatórios, pois apenas 30% dos
alunos acertaram 8 das 10 questões,
30% acertaram de 5 a 6 de 10 questões,
e os restantes acertaram inferiores a
5. Após o jogo, os resultados foram
satisfatórios, pois observou-se que
70% dos alunos acertaram 9 das 10
questões, 25% acertaram por completo e
apenas 5% acertaram inferior a 8
questões. Além da melhoria do
conhecimento comprovada diante dos
resultados, houve também o crescimento
da procura pelos bolsistas do PIBID
por parte dos discentes, onde o número
de alunos interessados nas monitorias
aumentou comparado aos meses
anteriores onde eram dadas apenas
aulas sem dinamicidade e métodos
atrativos.
Conclusões
Diante dos fatos, nota-se a importância do lúdico, uma vez que o ensino de Química atual é caracterizado pela monotonia, sufocando o real sentido do ensino, que deveria ser dotado de incentivos à criatividade e descobertas. Com o uso de tais práticas, essa barreira é ultrapassada, sendo que quando os jogos lúdicos são utilizados por bolsistas e professores surgem resultados que se encaixam nesse pressuposto. Notou-se através da aplicação do Bingo Atômico que, além do ensino, houve maior interesse dos alunos, e aproximação entre eles e os bolsistas, facilitando a percepção de suas dificuldades.
Agradecimentos
Primeiramente a Deus, a minha família e amigos em especial Richardson Isaias dos Santos e Fabrícia Custódio, a CAPES e ao IFPI - Campus Picos.
Referências
ANTUNES, Celso. Jogos para estimulação das múltiplas inteligências. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
CUNHA, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. Vol. 34, N° 2, p. 92-98, MAIO 2012. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc34_2/07-PE-53-11.pdf >. Acessado 16/06/14.