CONFECÇÃO DE UMA TABELA PERIÓDICA EM BRAILLE COMO RECURSO DIDÁTICO UTILIZADO PELOS ALUNOS DO PIBID PARA O ENSINO DE QUÍMICA INCLUSIVA AOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL DA ESCOLA AMANCIO DE MORAES – TO

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Sousa, J.S. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Martins, C.P.S. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Sousa, E.F. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Montelo, D.B. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Marques, J.L. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Fonseca, K.C.S. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Barbosa, L.G.L. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Silva, J.G.D. (PROFESSOR CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE PALMAS) ; Castro, I.P.M. (PROFESSORA DO IFTO CAMPUS PARAISO DO TOCANTINS) ; Viroli, S.L.M. (PROFESSOR DO IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS)

Resumo

O ensino de Química como de outras disciplinas para os alunos com deficiência visual é feito com poucos recursos necessitando de um ambiente inclusivo e maiores esforços das escolas e dos professores. O objetivo deste trabalho foi criar uma tabela periódica em Braille com material de baixo custo, visando um melhor rendimento na disciplina de Química pelos alunos com deficiência visual na educação básica. Este trabalho resulta de pesquisa bibliográfica focada na construção de materiais alternativos para o ensino da Química. A tabela em Braille foi criada com materiais de baixo custo, sua fabricação requer tempo, o qual pode ser compensado num possível aumento de assimilação nas aulas. Seu uso em sala de aula poderá ajudar na interação entre alunos com e sem deficiência visual

Palavras chaves

Ensino de Química; Sisiema Braille; PIBID

Introdução

De acordo com o Censo Escolar da Educação Básica de 2013, no Brasil, milhares de alunos com necessidades educacionais especiais estão matriculados na rede de ensino público estadual e municipal, tanto em zonas rurais como urbanas. (INEP, 2013). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece que os estudantes com necessidades especiais devam ser atendidos pela rede pública regular de ensino e que este deve assegurar educadores qualificados (BRASIL, 1996). Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais, currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades além de professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns (BRASIL, 1996). Estar atento às necessidades, limitações e especificidades do deficiente visual é papel do educador e faz parte do processo de inclusão (SILVA & BOZZO, 2009). A educação inclusiva deve buscar recursos necessários para atender o aluno deficiente visual e suprir suas necessidades, através de recursos especiais para orientação e apoio do educando (MARTINS 2006). No ensino de química uso de recursos visuais é frequentemente utilizado pelos professores com o intuito de melhorar e facilitar o entendimento. Uma das alternativas para o ensino de Química aos portadores de necessidades visuais é o sistema Braille. Esse sistema de escrita em alto relevo tem como objetivo a realização da leitura por meio do tato para facilitar o desenvolvimento das pessoas com deficiência visual (LEMOS; CERQUEIRA, 2013). O objetivo deste trabalho foi criar uma tabela periódica em Braille com material de baixo custo, visando um melhor rendimento na disciplina de Química pelos alunos com deficiência visual na educação básica.

Material e métodos

A realização desta pesquisa para a construção da tabela periódica em Braille foi feita através de estudo bibliográfico, abordando conteúdos relacionados a alunos com deficiência visual e escrita em Braille. A Confecção do referido recurso didático foi realizada em três partes: desenho da tabela periódica; escrita em Braille e a construção da tabela visando a utilização tanto para alunos com ou sem deficiência visual. Para a construção da tabela em Braille utilizou-se materiais fáceis de serem encontrados, descritos a seguir: cartolina branca; régua de madeira; pincel; giz; cola prata de três dimensões; palitos de dentes; tinta guache preta; barra de isopor. Na primeira etapa foi feito o desenho da tabela periódica em uma folha de cartolina. Utilizando um pincel foi feito o nome de cada elemento em seu devido lugar para marcar cada quadrado, após a marcação de cada elemento da tabela partiu-se para a segunda parte, inserir a grafia em Braille. Após ter feito toda a grafia em Braille de cada elemento utilizou-se cola para fixar os palitos, dividindo os elementos um do outro, para não confundir o aluno que for ler. Ao fim desta parte, colou-se uma barra de isopor no verso da cartolina para deixá-la mais firme. Foi feito também uma legenda explicativa de um determinado quadro contendo um elemento químico qualquer, ela possibilita a diferenciação da massa atômica, número atômico, símbolo com o nome do elemento. Fez-se uma mesclagem entre a escrita usual e o Braille, possibilitando o aprendizado de todos os alunos envolvidos no processo.

Resultado e discussão

A tabela periódica, Figura 01, proposta foi utilizada na Escola Estadual Amâncio de Moraes visando o aprendizado de alunos com ou sem deficiência visual, ela poderá ser manuseada facilmente pelo fato de ser flexível, leve e tamanho. Os alunos deficientes visuais que estudaram com o auxílio destes materiais tiveram uma maior percepção da estrutura da tabela periódica, ascendendo sua compreensão sobre o conteúdo programático concernente ao tema, ou seja, elucidando aspectos do conteúdo que eles apenas ouviam, mas nunca associavam a nada “concreto”, portanto, sem nenhum significado para eles (FILHO et al 2009). Através dela, é possível fazer um estudo muito abrangente da química, desde número atômico, símbolo dos elementos, número de massa, e nome do elemento. Assim, o aluno pode realizar diversos estudos tais como: tamanho de átomos, cálculos químicos, dentre outros. A exploração da percepção tátil desses alunos abre as portas para a possibilidade da construção de uma Educação Inclusiva. O discente poderá ainda mentalizar os nomes e símbolos dos elementos, melhorando assim seu aprendizado com nomes de compostos, reações químicas, balanceamento, dentre inúmeras outras possibilidades.


Figura 1 - Tabela periódica em Braille

Conclusões

A fabricação de uma tabela periódica em Braille de baixo custo proporcionou uma maior assimilação dos conteúdos em sala de aula. A inserção dela no âmbito escolar promoveu a interação entre alunos com ou sem deficiência visual. Este convívio contribui acentuadamente para a vida dos deficientes visuais, superando assim suas limitações e sendo colocados como capazes de desempenar as mesmas funções que as pessoas consideradas normais fazem, exercendo sua cidadania dentro da sociedade e não serem excluídos do mundo onde a quase tudo é feito para quem pode enxergar.

Agradecimentos

A DEUS, CAPES, PIBID/QUIMICA, IFTO CAMPUS PARAISO DO TOCANTINS.

Referências

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Capítulo V – Da Educação Especial. Lei nº 9.394 de 20/12/96.

FILHO, J. B. M. de R.; ANDRADE, L. R. de; SOUSA, K. V. de LIMEIRA, K. A. C.; BATISTA, P. K. Elaboração de tabelas periódicas para a facilitação da aprendizagem de alunos portadores de deficiência visual Experiências em Ensino de Ciências – V4(3), pp. 79-89, 2009.

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Censo da educação básica: 2013 – resumo técnico. – Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2013.

LEMOS, E. R.; CERQUEIRA, J. B. O Sistema Braille no Brasil. Disponível em: <http://www.ibc.gov.br/?itemid=10235>. Acesso em: 12 jun. 2013.

MARTINS, L.A.R. Formação professores numa perspectiva inclusiva: algumas constatações. In: MANZINI, E.J. (Org) Inclusão e Acessibilidade. Marilia: ABPPE, 2006.

SILVA, N.J; BOZZO, F.E.F. Inclusão de crianças com deficiência visual no ensino fundamental, II Encontro Cientifico e II Simpósio de Educação, Unisalesiano, 28 a 31 de Outubro de 2009, Lins - SP.

Patrocinadores

CNPQ CAPES CRQ15 PROEX ALLCROM

Apoio

Natal Convention Bureau Instituto de Química IFRN UFERSA UFRN

Realização

ABQ