ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Montelo, D.B. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Marques, J.L. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Andrade, C.L. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Barbosa, L.G.L. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Batista, R.G. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Fonseca, K.C.S. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Silva, J.G.D. (PROFESSOR CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE PALMAS) ; Castro, I.P.M. (PROFESSORA DO IFTO CAMPUS PARAISO DO TOCANTINS) ; Viroli, S.L.M. (PROFESSOR DO IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS)
Resumo
Este estudo propõe a obtenção de biodiesel a partir do óleo residual de frituras como proposta de experimentação refletindo sobre temas atuais na disciplina de química. A obtenção do biodiesel foi realizada através da reação de transesterificação via catálise homogênea alcalina e rota etílica de óleo residual de fritura em forno de microondas. Um questionário foi aplicado para avaliar o conhecimento dos alunos a respeito dos conceitos vistos em sala de aula. A análise dos dados foi descritiva e interpretativa, com a abordagem qualitativa da pesquisa e considerações das percepções coletadas através do questionário diagnóstico. A produção de biodiesel a partir do óleo residual de fritura resulta em uma proposta viável para docentes do ensino médio inserir temas atuais no ensino de química.
Palavras chaves
Contextualização; Ensino de Química; Biodiesel
Introdução
A abordagem dos conteúdos de Química realizados frequentemente mediante apresentação de conceitos, leis e fórmulas afastam-se do cotidiano do aluno tornando-se insignificante (SCHNETZLER e ARAGÃO, 1995). O ensino de Química fragmentado, descontextualizado, envolvendo a memorização de regras e leis, ausente de aulas praticas, no ensino médio presentes em algumas escolas brasileiras reflete a necessidade de investir na realização atividades práticas educativa (LIMA e MARCONDES, 2011). As atividades experimentais utilizadas como estratégia de ensino de química minora as dificuldades para aprender e alcançar uma aprendizagem significativa. O interesse do alunos pela Química deve ser estimulado através de atividades práticas contextualizadas , cabendo ao professor a tarefa de prepará-los e aplicá-los adequadamente, com o intuito de ajudar os alunos a aprender por meio do estabelecimento de inter-relações entre teoria e prática (SALVADEGO e LABURÚ 2011, p.216). A utilização da experimentação contextualizada é uma estratégia eficiente para o aluno deixa de ser um mero ouvinte memorizador de conteúdos para compreender e relacionar os assuntos de Química no seu cotidiano.(GUIMARÃES p.198 et al.,2009). A contextualização do tema biocombustível associa de forma inter e transdiciplinar diversos conteúdos de química tais como necessidade de fontes alternativas de energia; combustíveis alternativos; produção do biodiesel a partir de óleos vegetais, gorduras animais e óleos residuais de fritura; diferenças entre reações de esterificação, transesterificação e saponificação (PRADO et al. 2006) Este estudo propõe a obtenção de biodiesel a partir de óleo residual de frituras como proposta de experimentação refletindo sobre temas atuais na disciplina de química.
Material e métodos
A temática sobre o biodiesel foi realizada através de aulas expositivas para 30 alunos do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual São José Operário situada na Cidade de Paraíso do Tocantins-TO, sob orientações dos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) do Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia do Tocantins- IFTO. Campus Paraíso do Tocantins. Os alunos foram para o laboratório do IFTO, onde fizeram uma caracterização dos materiais e reagentes que seriam utilizados na síntese do biodiesel, aprenderam sobre normas de segurança e de conduta em laboratório, posteriormente o procedimento experimental foi mostrado e discutido com os alunos. A obtenção do biodiesel foi realizada através da reação de transesterificação via catálise homogênea alcalina e rota etílica de óleo residual de fritura em forno de microondas no Laboratório de Alimentos do IFTO Campus Paraíso do Tocantins. Um questionário foi aplicado antes e depois da palestra e do experimento para avaliar o conhecimento prévio dos alunos a respeito dos conceitos vistos em sala de aula. Foram propostas para a turma os seguintes questionamentos: O que você entende por biocombustível? Você sabe como se obtêm o biocombustível? Biodiesel é um biocombustível? Você sabe como o biodiesel é produzido? Você faz relação entre biocombustíveis e problemas ambientais? A análise dos dados foi descritiva e interpretativa, com a abordagem qualitativa da pesquisa e considerações das percepções coletadas através do questionário diagnóstico.
Resultado e discussão
Analisando o gráfico 01 com as respostas dos questionários aplicados ante e
após realização da palestra e atividade experimental sobre produção de biodiesel
utilizando óleo de fritura pos consumo observa-se que em todas as questões os
discentes conseguiram manter um nível ótimo de compreensão
Esses resultados mostram que a prática de realizar experimentos relacionados
ao ensino de química e ao cotidiano desperta a atenção dos alunos ao estudo de
química, podendo assim a química torna-se uma disciplina mais atraente. O tema
biodiesel forneceu uma abordagem ampla, de vários temas que foram discutidos ao
longo do trabalho podendo o professor ao longo da abordagem desses temas
trabalhar valores, atitudes e senso critico dentro da sala de aula,
desenvolvendo também a consciência ambiental que o tema também possibilita. O
estudo realizado por Andrade (2007), relativo à presença desta temática na
prática docente, mostra que mais da metade dos professores questionados acerca
dos conteúdos que estariam associados a este tema não responderam a essa
questão. Em relação à abordagem em sala de aula, 43% afirmam que nunca o
fizeram. Outra importância está no esclarecimento de informações rápidas e nem
sempre fundamentadas, dispostas nos mais diversos tipos de mídia. A
possibilidade dessas aproximações estimula tanto estudantes, quanto
pesquisadores e professores a desenvolver atividades desse cunho como forma de
diminuir o distanciamento entre os conceitos científicos e problemas sociais e
ambientais
Gráfico 01: Avaliação das respostas dos alunos antes e depois da aplicação do da palestra e atividade experimental
Conclusões
A avaliação do questionário revelou que a química ainda precisa sofrer modificações com relação a metodologias utilizadas em sala de aula, uma vez que, ao se trabalhar conteúdos de química na forma experimental, obtêm-se uma maior compreensão do conteúdo por parte dos alunos. A produção de biodiesel a partir do óleo residual de fritura apresentou-se como uma proposta viável para docentes do ensino médio inserir temas atuais no ensino de química, e transformar as aulas de química orgânica mais atraentes, através da contextualização dos conteúdos e incentivar os alunos à pesquisa.
Agradecimentos
DEUS, CAPES, PIBID-Química/IFTO, IFTO/Campus Paraíso do Tocantins e Escola Estadual São José Operário/ Paraíso do Tocantins - TO
Referências
ANDRADE, G. C. F. Biodiesel como tema gerador para aulas de Química no Ensino Médio. Belo Horizonte. Monografia apresentada à Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Química, UFMG. Monografia, 2007.
GUIMARÃES, C. C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola. Vol. 31, N° 3, AGOSTO 2009.
LIMA, V. A. MARCONDES, M. E. R. Saindo Também se Aprende - O Protagonismo como um Processo de Ensino-Aprendizagem de Química. Química Nova na Escola. v.33, n.2, p. 100-104, 2011.
PRADO, E. A.; ZAN, R. A.; GOLFETTO, D. C.; SCHWADE, V. D. Biodiesel: um tema para uma a aprendizado efetiva. Revista Anais do XXXIV Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia, Passo Fundo, RS, p. 9-203 – 9-215, 2006.
SALVADEGO, W. N.; C. LABURÚ, Carlos Eduardo. Uma análise das relações do saber profissional do professor do ensino médio com a atividade experimental no ensino de química. Química Nova na Escola. v.31, n.3, p. 216-223, 2009.
SCHNETZLER, R.P. e ARAGÃO, R.M.B. Química Nova na Escola, 1995.