ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Araujo, A.M.L. (IFPI) ; Leal, N.J.S. (IFPI) ; Luz, M.M. (IFPI) ; França, J.C. (IFPI) ; Machado, I. (IFPI)
Resumo
Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa desenvolvida em uma escola estadual de ensino médio em Picos/PI. Teve como objetivo o estudo sobre a viabilidade da utilização de um software, o Quip Tabela, como recurso didático, e sua contribuição como meio de auxilio para o ensino de química. Realizaram-se aulas em duas turmas, sendo uma considerada de controle, para verificar o desempenho dos alunos com e sem o software e constatar de que forma repercutiu na sala de aula para o ensino da disciplina. Constatou-se que os estudantes apresentaram bastante interesse, e que o jogo é uma ferramenta eficaz no auxilio do processo de ensino/aprendizagem, visto que, os estudantes que tiveram aula com o software, apresentaram melhores desempenhos.
Palavras chaves
ensino de química; recurso didático; software
Introdução
O fazer docente não se limita apenas ao repasse de conteúdos que serão cobrados posteriormente em avaliações e/ou provas, pois o saber não é mais visto como algo estático, porém em constante mudança. Nesse sentido, é necessário estimular os alunos à aprendizagem de “vários saberes” disponíveis em e de várias formas, inseridos nas inovações tecnológicas, constantes em nosso dia a dia. Considerando que a informática faz parte do cotidiano, na educação não poderia ser diferente, sendo incluída no meio educacional, devido à frequência de uso e a eficiência na aplicação, tido como um dos instrumentos que podem contribuir para a melhoria do processo ensino e aprendizagem, por ser uma ferramenta de auxílio para uma melhor assimilação do conhecimento (JOLY, 2002, p. 25; SILVA et al., 2005, p. 32). Nesse sentido, no processo de aplicação do software na educação, devem ser considerados diversos parâmetros quanto aos aspectos tecnológicos, aspectos pedagógicos, às classes de software, às diretrizes curriculares, à capacitação dos docentes no uso e aplicação de software na educação e ao desenvolvimento de software para educação (MARTINS, 2005, p. 11). O presente trabalho teve como objetivo avaliar os resultados da aplicação do software educativo QUIP tabela, para a aprendizagem significativa do aluno e suas contribuições para o ensino da química, utilizando-o como ferramenta de revisão e de avaliação dos conteúdos de química relacionados à tabela periódica. Partiu-se da seguinte questão: quais os resultados da aplicação do software QUIP tabela em sala de aula? Dessa forma, justificamos este trabalho pela necessidade imperiosa de ampliarmos as discussões acerca do uso de softwares educacionais no ensino da Ciência, acreditando que contribuímos com mais um elemento para esse debate.
Material e métodos
Este trabalho foi realizado em uma escola pública estadual no município de Picos, e envolveu todos os estudantes de duas turmas do ensino médio, totalizando 54 alunos. Trata-se de um estudo de caso, de abordagem qualitativa. A pesquisa foi desenvolvida em três etapas: a primeira, foi aplicado o software QUIP Tabela em uma turma do primeiro ano do ensino médio (Turma A) composta por 27 estudantes, na qual trabalhou-se o conteúdo Tabela Periódica, em uma aula de 45 minutos de duração, na qual os estudantes manusearam o software, identificando os elementos e características dos elementos na tabela, observando o comportamento dos mesmos de forma assistemática. Na segunda etapa, foi trabalhado em uma turma de 27 estudantes (Turma B), nas mesmas condições físicas, também com 45 minutos de duração, com o mesmo conteúdo, porém sem o uso do software, toda via com aula expositiva dialogada, de forma convencional, nesta etapa, os alunos foram orientados a identificar os elementos e as características destes em uma tabela exposta em slides, da mesma forma da turma anterior, observou-se, assistematicamente, o comportamento desses alunos. Na última etapa, aplicou-se um exercício nas duas turmas, bem como um questionário com perguntas semi-estruturadas e fechadas, relacionadas ao processo de aprendizagem dos estudantes de ambas as turmas. Para análise dos dados qualitativos, utilizamos a análise de conteúdos, cujas categorias foram: 1. interação do aluno na atividade (aula); 2. o desempenho em termos das respostas obtidas dos estudantes nos exercícios (erros e acertos); 3. o interesse dos estudantes no desenvolvimento da atividade (aula); 4. o interesse dos estudantes na atividade de verificação da aprendizagem; e, 5. a interação do estudante com o professor e demais colegas de turma
Resultado e discussão
Observou-se que os estudantes que utilizaram o software obtiveram melhores
resultados. Na categoria de análise 1.interação do aluno na atividade (aula), na
turma A, 100% dos participantes interagiram na atividade, enquanto apenas 45%
dos da turma B interagiram na aula, sendo que os 55% restante, saíam da sala,
conversavam e/ou faziam outras atividades que não envolviam a aula. Na categoria
2.desempenho em termos das respostas obtidas dos estudantes nos exercícios
(erros e acertos), na turma A, 80% das questões foram respondidas com êxito,
enquanto 15%, com erros e 5% não respondidas; na turma B, 40% das questões foram
respondidas com êxito, enquanto 50% foram respondidas com erros e 10% não
respondidas. Na categoria 3.interesse dos estudantes no desenvolvimento da
atividade (aula), 95% dos estudantes da turma A apresentaram interesse na
atividade (aula), 5% apresentaram-se apáticos; na turma B, 55% dos estudantes
apresentaram desinteresse na aula, 35% apresentaram interesse e 10% saíram da
sala. Na categoria 4.interesse dos estudantes na atividade de verificação da
aprendizagem, 95% dos alunos da turma A interessaram-se em responder às
questões, enquanto os da turma B, 45% interessaram-se em responder às questões e
60% responderam. Na categoria 5.interação do estudante com o professor e demais
colegas de turma, na turma A houve uma significativa interação, o professor
interagiram na medida em que se desenvolviam as atividades no software,
considerando-se as relações professor/aluno e aluno/aluno satisfatórias,
enquanto na turma B, concluiu-se que essa relação é razoável, embora os
estudantes apresentaram apatia no desenvolvimento da atividade (aula). Visto que
as aulas com o software são mais detalhadas, articuladas e criativas, o que as
tornou mais atrativas.
Conclusões
Para (REGO,2007), o aluno exerce um papel ativo no processo de aprendizagem, por apresentar condições de relacionar o novo conteúdo a seus conhecimentos prévios, e o professor se torna o responsável por criar zonas de desenvolvimento proximal. No caso do software QUIP Tabela, pode-se perceber que o estudante envolvido exerce esse papel de protagonista de seu próprio conhecimento, pois esse software constitui-se em uma ferramenta tecnológica capaz de fazê-lo interagir com o conhecimento, construindo-o de forma lúdica, prazerosa e contextualizada com o seu dia a dia.
Agradecimentos
Agradeço a Deus e a minha orientadora Iracema Costa Pimentel Machado.
Referências
JOLY, M. C. R. A. A Tecnologia no Ensino: Implicações para a aprendizagem. São Paulo: Ed. Casa do Psicólogo, 2002.
MARTINS, S. N. Quimikzinha: Software de Auxílio ao Ensino de Química Orgânica. Uruguaiana, 51 p., 2005. Monografia (Trabalho de Conclusão II) - Pontifica Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky - Uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação Petrópolis: Vozes, 2007.
SILVA, H.; JAMBEIRO, O.; LIMA, J.; BRANDÃO, M. A. Inclusão Digital e Educação para a Competência Informacional: uma Questão de Ética e Cidadania. Ciência da Informação, Brasília, v. 34, n. 1, p.28-36, 2005.