EDUCAÇÃO AMBIENTAL: AVALIAÇÃO DA ABORDAGEM NAS ESCOLAS DE CAÇAPAVA DO SUL, RS.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Vendrame, Z.B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA) ; de Moura, T.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA)

Resumo

A Educação Ambiental (EA) sendo um tema interdisciplinar e transversal assegura um ensino mais significativo. A EA pode usar práticas pedagógicas não tradicionais, com envolvimento crítico dos alunos sobre suas contribuições para a qualidade do meio ambiente (MA). O objetivo do trabalho foi avaliar a forma de abordagem da EA em duas escolas de Caçapava do Sul/RS. Neste estudo utilizou-se um questionário qualitativo direcionado aos professores de Ciências/Química e alunos e, também a apresentação de dois vídeos sobre questões ambientais. Os dados revelaram que a maioria dos professores e alunos sabe da importância da EA na escola, porém raramente desenvolvem ações diferenciadas. Com a exibição dos vídeos, os alunos mostraram uma melhor visão do tema e o valor do seu comprometimento com o MA

Palavras chaves

Educação Ambiental; Ensino; Meio Ambiente

Introdução

A evolução humana juntamente com o desenvolvimento da tecnologia utilizou a natureza para atender suas necessidades. Este fato causou transformações significativas no MA. A maior parte da sociedade humana vive como se fosse a última geração, utilizando os recursos naturais sem se preocupar com a sustentabilidade (DIAS, 2004). Trabalhar a Educação Ambiental (EA) na escola é fundamental, para o aluno desenvolver competências que lhe permitam compreender a natureza, sendo ele parte integrante e agente de transformação do mundo em que vive. Dessa forma, pode contribuir para uma sociedade ambientalmente sustentável e socialmente justa, na proteção e preservação do planeta (BRASIL/MEC, 1997). Grippi (2006) sugere que a EA deve começar nas escolas, pois as crianças podem, muito cedo, aprender a preservar e a entender o valor dos recursos naturais. A Lei número 9.795 de 1999, que dispõe sobre a EA criando a Política Nacional da Educação Ambiental (PNEA) incentiva, mas não obriga, a desenvolver atividades de EA em todas as modalidades de ensino. A formação de uma sociedade crítica, responsável, bem sucedida só é possível com uma forma diferenciada de ensinar. Pensando num processo de mudanças no ensino de química, sobretudo em relação ao conhecimento que professores e alunos trazem sobre o MA, se fez uma investigação em duas escolas, uma municipal de ensino fundamental, nomeada de EMEF e outra estadual de ensino médio, nomeada de EEEM, de Caçapava do Sul, RS para verificar as formas de abordagem da EA. Propor a EA nas disciplinas de Ciências e Química entrelaça as teorias psicológicas de Vygotsky com as situações sociais do cotidiano, pois possibilita trabalhar o individuo no seu cotidiano, sendo possível fazer atividades transdisciplinares (LUZZI, 2012).

Material e métodos

Para a realização deste trabalho, foram selecionadas duas escolas públicas de Caçapava do Sul, RS, uma escola municipal de ensino fundamental, nomeada de EMEF localizada na periferia e outra escola estadual de ensino médio, nomeada de EEEM, localizada no centro da cidade, considerando, neste caso, duas etapas da educação formal onde há uma diversidade das ações propostas. Para o desenvolvimento deste estudo realizou-se dois encontros, sendo o primeiro para a aplicação de questionário semiestruturado com questões qualitativas direcionadas aos professores, três de Ciências e dois de Química e seus alunos (trinta e um do ensino fundamental e quarente e três do ensino médio). O segundo encontro, gravado em vídeo, foi para a apresentação de dois vídeos aos alunos, sobre questões ambientais, escolhidos na internet do site youtube: “Semana Nacional do Meio Ambiente 2013” e “Coisa Terrível que a Gente Causa e Poucos Sabem a Respeito”, abrindo-se uma discussão sobre as perguntas do questionário para verificar se eles permanecem com as mesmas opiniões sobre a educação ambiental. O método de avaliação das respostas foi comparativo entre os diferentes níveis escolares e entre professores e alunos do mesmo nível escolar. Por fim, foi feito a análise e a comparação das respostas apontadas nos questionários respondidos pelos alunos e professores, e as opiniões dos alunos após a exibição dos vídeos em conversa informal.

Resultado e discussão

Pelos questionários, foi identificado que grande parte dos alunos confirma ter recebido orientações dos professores sobre a importância da preservação do MA, relacionando o conteúdo de Ciências/Química com as questões ambientais porém, raramente com ações diferenciadas. A maioria dos alunos assegura ter interesse e curiosidade em trabalhar esse tema, o que foi confirmado pelos professores e é mostrado nos gráficos 1 e 2. Entretanto observou-se que muitos alunos entendem o MA apenas de forma naturalista, não incluindo a presença do homem. A sustentabilidade é um tema que está diretamente relacionado ao MA, porém 70,0 % dos alunos não soube responder qual é o seu significado. Realizar aulas ao ar livre, em laboratórios, jogos, pesquisas, etc., poderiam auxiliar o aluno a compreender melhor o MA e a sustentabilidade. Há um consenso, 50% dos professores e alunos afirmam que as escolas possuem local adequado para atividades não tradicionais, porém não é usado. Pela apresentação do vídeo: “Semana Nacional do Meio Ambiente 2013” que mostra como o homem pode contribuir com a redução do lixo, evidenciando o descarte correto do lixo, fez-se um debate dos problemas que os alunos enfrentam na sua região e escola. Eles conseguiram entender que suas escolas poderiam ser mais limpas e as suas ações ainda são insuficientes para transformar a comunidade em um local sustentável. O filme “Coisa Terrível que a Gente Causa e Poucos Sabem a Respeito” apresentou o sofrimento de aves que vivem numa ilha do oceano Pacífico e se alimentam com lixo que vem do oceano. Este filme pode melhorar a percepção dos alunos sobre as ações do homem e sua repercussão no ecossistema, sendo o ser humano parte integrante do MA. No debate final verificou-se novas concepções do MA e o valor da EA na escola.

Gráfico 1

Respostas dos Questionários dos Professores

Gráfico 2

Respostas dos Questionários dos Alunos

Conclusões

Foi verificado, nas duas escolas, que os professores têm concepções claras do MA, mas raramente desenvolvem ações diferenciadas na abordagem da EA. Isto provavelmente não estimula o aluno se envolver e compreender o tema abordado. A EA por ser um tema interdisciplinar e transversal é uma proposta de trabalhos que fogem do tradicional possibilitando unir disciplinas, professores, alunos, direção, pais e a comunidade. Pela exibição dos vídeos, se observou que é possível abordar a EA com práticas educativas simples, mas que envolvem o aluno, refletindo em concepções e ações críticas sobre o MA.

Agradecimentos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental na escola. Disponível em: < portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao3.pdf‎ >. Coordenação: Soraia Silva de Mello, Rachel Trajber, 2007.
BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf>. Acesso em 10 dez. 2013.
DIAS, G. F. Educação Ambiental: Princípios e práticas. 9ª Ed. Gaia. São Paulo, 2004.
Filme “coisa terrível que a gente causa e poucos sabem a respeito”. Disponível em: <http://www.socialfly.com.br/videos/91-as-pessoas-precisam-ver-essa-coisa-terrivel-que-a-gente-causa-e-poucos-sabem-a-respeito#>. Acesso em: 05 jan. 2014.
Filme oficial, “Semana Nacional do Meio Ambiente 2013”. Disponível em: < http://omeioambientenaescola.blogspot.com.br/2013/06/filme-oficial-semana-nacional-do-meio.html>. Acesso em 06 jan. 2014.
GRIPPI, S. Lixo: Reciclagem e sua História: Guias para Prefeituras Brasileiras. 2ª Ed. Interciência. Rio de Janeiro, 2006.
LUZZI, D. Educação e meio ambiente: uma relação intrínseca. 1ª Ed. Manole. Barueri, SP, 2012.

Patrocinadores

CNPQ CAPES CRQ15 PROEX ALLCROM

Apoio

Natal Convention Bureau Instituto de Química IFRN UFERSA UFRN

Realização

ABQ