ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ensino de Química
Autores
Figueiredo, P.L.B. (UFPA) ; Moura, V.F.S. (CURSO SUCESSO) ; Silva, V.M.P. (UFPA)
Resumo
O emprego de materiais alternativos pode minimizar os custos relacionados à aplicação de experimentos. Durante uma aula experimental os alunos de uma escola deveriam utilizar indicadores alternativos (feito com pétalas de flores) em materiais domésticos e verificar se os mesmos poderiam ser utilizados. Foi constatado que a utilização de indicadores feitos com pétalas de flores é um substituinte viável dos indicadores tradicionais.
Palavras chaves
indicadores; flores; ácido-base
Introdução
A experimentação no ensino de química constitui um recurso pedagógico importante que pode auxiliar na construção de conceitos (FERREIRA et al, 2010). Uma vez que a experimentação desperta um forte interesse entre alunos de diversos níveis de escolaridade, em seus depoimentos os alunos também costumam atribuir à experimentação à um caráter motivador, lúdico, essencialmente vinculado aos sentidos (GIORDAN, 1999). Segundo Valadares (2001), propostas de experimentos de baixo custo centradas no aluno e na comunidade constituem uma das alternativas na construção de uma ponte entre o conhecimento ensinado na sala de aula e o cotidiano dos alunos. De acordo com esse autor, o uso de protótipos e experimentos simples estimula os alunos a adotarem uma atitude mais crítica e empreendedora. A falta de laboratórios e o alto valor de reagentes limita a possibilidade de realização de aulas experimentais em grande parte das escolas do País. Desta forma, o emprego de materiais alternativos pode minimizar os custos relacionados à aplicação de experimentos, ampliando a possibilidade de aplicação de aulas experimentais (COSTA et al., 2005). Segundo Vygotsky (1989) é por meio de atividades de ensino-aprendizagem planejadas e organizadas que é possível desencadear vários processos de desenvolvimento mental. A aula prática, por exemplo, é uma das maneiras eficientes de melhorar o entendimento dos conteúdos de química e despertar o interesse pela ciência e de maneira direta facilitar o processo de ensino- aprendizagem (MEHL et al., 2007). Devido ao exposto o objetivo deste trabalho foi utilizar materiais alternativo (extratos alcoólicos de flores) como indicadores ácido-base em uma aula experimental onde os alunos teriam que usar a lógica para interpretação dos resultados.
Material e métodos
Inicialmente os alunos foram divididos em dois grupos e foi pedido que os mesmos preparassem o indicador com uma solução de extrato de flores, colocando pétalas de flores em álcool durante uma noite, e depois filtrassem. Durante a aula os alunos deveriam utilizar os indicadores em materiais domésticos: água mineral, água da torneira, água sanitária, água com limão e água de sabão e preencher a tabela 01 com a cor do que a solução ficava na presença do indicador. Após o preenchimento da tabela, com os resultados obtidos os alunos tiveram que usar a lógica e definirem a coloração do indicador em meio ácido e em meio básico, e por meio da intensidade da coloração verificar qual era o material mais ácido ou básico entre água mineral e sabão e explicar os demais resultados obtidos. E por fim elaborar um pequeno texto acerca do que acharam da prática.
Resultado e discussão
Nas avaliações qualitativas, verificou-se o grande interesse e a interação dos
alunos com esse trabalho. Os alunos trouxeram três indicadores alternativos
feitos com pétalas de papoula (vermelho), pétalas de antúrio (amarelo) e pétalas
de girassol (amarelo).
De todos os indicadores alternativos o de girassol foi o único que não mostrou
mudança de coloração nos materiais utilizados, sendo que o indicador de antúrio
mostrou variação pouco nítida (mudando de amarelo claro para verde claro), o
indicador de papoula foi o que mostrou variação de coloração mais significativa
(mudando de vermelho para verde), a figura 01 mostra a coloração das soluções
após adição dos indicadores.
Nas avaliações quantitativas todos os alunos souberam discutir os resultados
obtidos “neste experimento, observamos que o indicador age nas amostras, dando
condições de identificar seu grau de basicidade e acidez. Desta forma concluímos
que esta prática veio acrescentar em nosso aprendizado”; “foi verificado que a
papoula junto a água da torneira é mais ácida devido a mesma (água da torneira)
ser cheia de bactérias e também conter o cloro, leva-se a concluir que a mesma
torna-se mais ácida que a água mineral.
Tabela que os alunos deveriam preencher com os resultados obtidos.
coloração das soluções após adição dos indicadores
Conclusões
Ao termino de todo o processo de pesquisa dos alunos pode-se concluir que o experimento proposto foi de grande importância na construção do conhecimento técnico-cientifico e somou positivamente na maneira de como eles passaram a ver o conteúdo químico teórico. A utilização de pétalas de flores torna-se viável como um indicador ácido-base alternativo.
Agradecimentos
Universidade Federal do Pará (UFPA), ao CNPQ e Curso Sucesso
Referências
COSTA, T. S.; ORNELAS, D. L.; GUIMARÃES, P. I. C.; MERÇON, F. A corrosão na abordagem da cinética química. Química Nova na Escola. N° 22, NOVEMBRO, 2005.
FERREIRA, L. H.; HARTWIG, D. R.; OLIVEIRA, R. C. Ensino Experimental de Química: Uma Abordagem Investigativa Contextualizada. Química nova na escola. Vol. 32, N° 2, MAIO 2010.
GIORDAN, M. O papel da experimentação no ensino de ciências. Química nova na escola. N° 10, NOVEMBRO 1999.
MEHL, H. et al. Célula combustível: uma simulação para a educação básica. 2007.
VALADARES, E. C. Propostas de experimentos de baixo custo centradas no aluno e na comunidade. Química Nova na Escola, n. 13, p. 38-40, 2001.
VYGOTSKI. L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes. 1989.