ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ambiental
Autores
Batista Vinente, T. (UFOPA) ; da Silva Pereira, L.D. (UFOPA) ; Vieira Vidal, V. (UFOPA) ; Freitas Filho, F. (UFOPA) ; da Silva Aguiar, N. (UFOPA) ; Canto Costa, M. (UFOPA) ; da Silva Sousa, S. (UFOPA) ; Silva de Moura, L. (UFPA)
Resumo
No presente trabalho é apresentado um estudo dos parâmetros físico-químicos de amostras de água do Rio Tapajós. Utilizando os procedimentos metodológicos de coleta em campo e processamento das análises em laboratório, foram analisados os seguintes parâmetros: pH, Turbidez, Alcalinidade, Oxigênio Dissolvido (OD), condutividade, temperatura, TDS. Os resultados obtidos foram comparados com os valores estabelecidos pela resolução CONAMA/2005, podendo-se concluir que a água está em boa qualidade para todos os usos previstos em rios de classe 2.
Palavras chaves
qualidade da água; parâmetros fisico-químico; Rio tapajós
Introdução
A água é o líquido mais abundante do planeta e é essencial para a sobrevivência das plantas, animais e microrganismos, sendo assim tornam-se necessário a caracterização físico-química da mesma visando identificar e quantificar os elementos e espécies iônicas presentes nesse composto e associar os efeitos de suas propriedades às questões ambientais, permitindo a compreensão dos processos naturais ou alterações antrópicas no meio ambiente (PARRON, 2011). Águas contaminadas causam sérios danos à biota aquática, além de afetar diretamente a saúde humana. A contaminação das águas naturais como consequência das atividades humanas é um dos principais problemas ambientais da atualidade, onde juntamente a compostos orgânicos, substancias químicas nocivas são lançadas em corpos receptores deteriorando drasticamente a qualidade da água (Ma et al, 2010). Sendo assim, este trabalho objetivou avaliar a qualidade da água do terminal hidroviário do Rio Tapajós através de análises físico-químicas levando- se em consideração que o mesmo recebe diariamente despejo de efluentes domésticos, resíduos provenientes de embarcações e até mesmos banhistas em sua margem, após análise dos resultados os mesmos foram comparados com os parâmetros estipulados na Resolução Conama 357/2005.
Material e métodos
Para a realização do presente trabalho foram realizadas 3 coletas em 4 pontos diferenciados do Rio Tapajós no porto hidroviário em frente a Praça Tiradentes localizado na cidade de Santarém-PA sendo todos os pontos localizados no perímetro urbano do município, as coletas foram feitas no mês de Julho sendo uma análise por semana, as amostragens foram coletadas no período da vazante do rio. Em todas as coletas as amostras foram coletadas em frascos âmbar sendo os mesmos preenchidos submersos, fechados, transportados e armazenados sob resfriamento em caixas isotérmicas, posteriormente encaminhados ao Laboratório de Química do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas da Universidade Federal do Oeste Pará. Os pontos analisados foram escolhidos estrategicamente levando em consideração despejo de efluentes domésticos, presença de embarcações e despejo de resíduos. Os parâmetros de OD, pH e temperatura foram medidos no local da coleta, utilizando Multiparâmetro do fabricante Lovinbond Water Testing modelo Senso Direct 150, posteriormente as amostras foram encaminhados para o laboratório e as demais análises foram condutividade e TDS utilizando o equipamento: condutivímetro fabricado por MS TECNOPON instrumentação modelo mCA-150P; para análise de tubidez ultilizou-se Turbidímetro do frabricante Policontrol modelo AP2000 e para análise da alcalinidade utilizou-se do método de titulação.
Resultado e discussão
Os resultados dos parâmetros analisados foram comparados com os padrões
propostos pela Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Na Tabela 1
estão representados os valores médios das variáveis analisadas para cada ponto
de coleta. Pode-se perceber que houve notáveis diferenças entre um ponto e
outro. A turbidez é medida pela quantidade de luz refletida pela água de uma
amostra sendo um parâmetro adotado nas atividades de controle de poluição da
água. Segundo a Resolução, a condição ideal de turbidez em águas de rios de
classe II corresponde ao valor máximo de 100 NTU, sendo observados valores bem
abaixo do permitido nos pontos analisados. A concentração de oxigênio dissolvido é reconhecidamente o parâmetro mais importante para expressar a qualidade de um ambiente aquático. O oxigênio dissolvido é de essencial importância para os organismos aeróbios a resolução Conama 357 estabelece o limite mínimo de 5 mg/L onde os resultados obtidos foram sempre superiores a 7.7 mg/L em todos os pontos. As fontes primárias de TDS em águas receptoras são agrícolas e residências, de lixiviados de contaminação do solo e fontes pontuais de descarga de poluição das águas (PARRON, 2011). O ponto 1 que é localizado próximo a uma fonte de despejo de esgoto doméstico apresentou a maior concentração de Sólidos Totais dissolvidos, embora seu valor tenha sido elevado ainda está distante do limite máximo permitido pela Resolução.
Todos os pontos apresentaram valores médios dentro dos padrões permitidos para PH. A condutividade elétrica está relacionada com a quantidade de íons
dissolvidos na água, os quais conduzem corrente elétrica.Os limites deste
parâmetro não estão previstos na Resolução, o valor elevado observado no ponto 1 pode ser relacionado com os despejo de esgoto.
Fonte:Dados da pesquisa,2014.
Conclusões
Analisando os resultados obtidos concluiu-se que mesmo com despejo de esgoto domésticos no perímetro do porto hidroviário e com o grande número de embarcações ancoradas despejando seus resíduos diariamente, os parâmetros analisados são apresentados dentro dos limites estabelecidos pela resolução Conama 357/2005. Ainda com os parâmetros regulares recomenda-se uma investigação microbiológica para o melhor resultado da qualidade da água desse perímetro do Rio.
Agradecimentos
Agradeço a Universidade Federal do Oeste do Pará e aos colaboradores desse trabalho.
Referências
BRASIL. CONAMA-357. RESOLUÇÃO No 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
FLECK, L. Análise físico-química da qualidade da água do rio alegria localizado no município de medianeira-pr. Inovação e Tecnologia. Paraná, v. 01, n. 05, p. 65- 71, 2012.
MA, H.; TSAI, T. F.; LIU, C. C. Real-time monitoring of water quality using temporal trajectory of live fish. Expert Systems whit Applications, n.7., v.37., p.5158-5171, 2010.
PARRON, M. L.; MUNIZ, D. H. S.; PEREIRA, C. M. Manual de procedimentos de amostragem e análise físico-química da água. 1ª ed. Colombo: Embrapa Florestas, 2011.