ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ambiental
Autores
Medeiros, J.A. (LABQUIM/UFPB) ; Silva, E.O. (LABQUIM/UFPB) ; Ventura, W.S.N. (LABQUIM/UFPB) ; Marques, D.I.D. (LABQUIM/UFPB) ; Lucena, G.L. (LABQUIM/UFPB) ; Quirino, M.R. (LABQUIM/UFPB)
Resumo
Neste trabalho objetivou-se obter um sabão ecológico de uma forma eficaz, utilizando o óleo residual de fritura como principal material, buscando obter um produto de qualidade com enfoque na sustentabilidade para amenizar os impactos ambientais causados por ele no cotidiano, evitando a contaminação de lençóis freáticos, solos, entupimentos nas redes de esgoto, entre outros. Também buscou-se comparar a qualidade físico-química do óleo de fritura e da mistura oleaginosa.
Palavras chaves
Resíduo agroindustrial; Meio Ambiente; sabão
Introdução
O descarte do óleo usado nas frituras pode significar problemas ao meio ambiente gerando a poluição. A sociedade não esta apta para realizar o descarte correto deste resíduo e o seu descarte acaba sendo o ralo da pia, ou no terreno vazio ao lado de sua casa. Segundo a SABESP (2007), 1 litro de óleo contamina o equivalente a 20.000 de litros de água de acordo com cálculos formulados pela instituição. Um resíduo de difícil descarte é o óleo de fritura além de não possuir destinação correta e nem tratamento, ao atingir o solo tem a capacidade de impermeabilizá-lo, dificultando a água chegar até o lençol freático (TEXEIRA, 2004). A transformação do óleo em sabão é a forma mais recomendável para o reaproveitamento desses óleos. O sabão é produzido através da reação conhecida como saponificação que é a reação química que ocorre através da mistura de um lipídeo com uma base forte. O trabalho teve como objetivo reutilizar o óleo residual de fritura, que iria ter um descarte inadequado, para a produção de um sabão ecológico, sendo esse aprimorado com algumas formulações.
Material e métodos
O óleo de fritura foi coletado no restaurante universitário da UFPB - CampusIII, em garrafas PET. Após uma filtração simples com algodão, o óleo foi submetido a análises físico-químicas (Índice de saponificação, Índice de peróxido, índice de iodo), seguindo as normas do Instituto Adolfo Lutz (2008). Elaborou-se uma mistura oleaginosa sobre o óleo de partida, para melhorias das características físico-químicas, após feito as análises desenvolveu-se duas formulações em diferentes percentagens 50% óleo residual de fritura e 50% de óleo de soja e outra com 100% de óleo residual. Assim diferenciando na produção de ambos os sabões ecológicos a quantidade de óleo e reagentes. Foram utilizados como matéria prima o NaOH, Álcool 70º, água, óleo de fritura e óleo de soja, efetuou-se as análises e a obtenção do sabão no LabQuim/campus III UFPB.
Resultado e discussão
Efetuando uma vistoria das análises presentes na tabela 1, vimos que o índice de
saponificação da mistura oleaginosa foi menor do que a do óleo de fritura,
identificando a presença de ácidos graxos com o maior peso molecular, já o
índice de peróxido também mostrou-se menor na mistura sendo um bom resultado se
pensarmos em substâncias oxidantes presentes na constituição do mesmo; o índice
de iodo foi maior na segunda amostra identificando quantidades maiores de
insaturações e podendo-se notar que o óleo aquecido tem menor número de duplas
ligações devido à quebra das mesmas pelo o calor. Com base nas análises foi
possível desenvolver duas formulações de sabão ecológico com características
interessantes, salientando que os sabões desenvolvidos ficaram dentro dos
padrões da AVISA de acordo com a Resolução normativa nº 1/78.
Resultados das Análises físico-químicas para as diferentes proporções de óleo
Conclusões
Foi possível melhorar as condições físico-químicas com a adição de uma mistura no óleo de partida, e os sabões produzidos ficaram dentro das normas vigentes salientando o quanto é importante o desenvolvimentos de novas alternativas para preservação do meio ambiente e para nossa condição de vida. Esse trabalho mostra como pequenas ações podem refletir positivamente no meio ambiente e no desenvolvimento de novas tecnologias, proporcionando a sociedade alternativas verdes para o destino correto deste resíduo.
Agradecimentos
Agradeço à DEUS!
Referências
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução normativa nº 1/78. Norma sobre detergentes e seus congêneres. 1978. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/01_78.htm> Acesso em: 15 /05/ 2014.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ; Métodos físico-químicos para análise de alimentos. São Paulo. 2008.
SABESP. Programa de Reciclagem de Óleo de Fritura da Sabesp. Acesso em:<http://site.sabesp.com.br/uploads/file/asabesp_doctos/programa_reciclagem_oleo_completo.pdf>. Acesso em 13/07/2014.
TEXEIRA, A. C. Lixo ou rejeitos reaproveitáveis? Revista eco 21, ano XIV, Edição 87, Fevereiro 2004.