ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ambiental
Autores
Pedroza da Silva, S. (UFRPE/UAST) ; Rodrigues dos Reis, A. (UFRPE/UAST)
Resumo
Objetivou-se avaliar os indicadores de qualidade de água e solo utilizados no cultivo de hortaliças de tomate e pimentão. Os indicadores para análise de água foram pH, temperatura, condutividade, alcalinidade e acidez, OD, CO2, nitratos, dureza total, de cálcio e magnésio e; cloretos. Para as análises de solo foram determinados o pH, P, Ca, Mg, K, Na, Al, H, Fe, Cu, Zn, Mn, matéria orgânica. Calculou-se também a soma de bases, capacidade de troca de cátion, saturação por Al e saturação por bases (macronutrientes) os quais apresentaram valores fora de proporção recomendada. Determinou-se a análise granulométrica para os teores de areia, silte e argila que indicaram um solo areno-argiloso, se faz necessária apenas correções em algumas ações no local.
Palavras chaves
Hortaliças; Qualidade de água e solo; Indicadores Físicos e Quí
Introdução
Nos últimos anos, uma das práticas agrícolas que se tornou indispensável para a comercialização e que possui um grande volume de produção no Brasil é o plantio de hortaliças como o tomate (Lycopersicum esculentum Mill) e o pimentão (Capsicum annuum L) que são fundamentais para a nossa alimentação (PENTEADO,2007). Porém, para o cultivo dessas culturas é necessário manter as áreas livres de plantas daninhas, já que estas se adaptam melhor ao ambiente do que as hortaliças. Com isso, o controle dessas lavouras exigem operações de grande significado socioeconômico para a diminuição das perdas e o retorno do investimento realizado pelo produtor. As áreas de plantio dessas culturas apresentam um grande índice de irregularidades, pois a ação das pragas e doenças sobre as mesmas tem levado o homem a investir na aplicação de defensivos agrícolas, que a princípio apresentam bons resultados, mas com o tempo causam danos irreparáveis ao ambiente e à saúde humana. Contudo, a qualidade e segurança de hortaliças frescas dependem de sua microbiota, principalmente a microbiota inicial (MARTINS et al., 2008). Diversas técnicas para o manejo do solo e sustentação da produção agrícola tem sido elaboradas ao longo dos anos com o intuito de minimizar os problemas ambientais acarretados pelo uso de produtos químicos, no entanto muitos agricultores desconhecem o real efeito que esses produtos causam quando aplicados de maneira inadequada. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o manejo de água, solo e descarte de embalagens de defensivos agrícolas de uma área de culturas mistas (tomate e pimentão) na zona rural do Município de São José do Belmonte-PE com o intuito de contribuir de maneira significativa para o desenvolvimento do processo agrícola realizado no local.
Material e métodos
O perfil escolhido se localiza em uma área de culturas mistas de hortaliças numa área rural do Município de São José do Belmonte-PE, de clima do tipo Tropical Semi-Árido, com temperatura média anual de 25,4 ºC e chuvas de verão. Em uma primeira visita ao local realizaram-se entrevistas do tipo informal com o agrônomo responsável pelas culturas e com os trabalhadores a respeito da forma de manejo do solo, do uso dos recursos hídricos, do uso de defensivos agrícolas e do descarte das embalagens vazias dos defensivos agrícolas utilizados. A escolha pelo perfil teve como foco a caracterização da qualidade do solo e da água usada para a irrigação da área e, as hortaliças são comercializadas para diversas cidades do Estado de Pernambuco. O local da coleta de água consiste de uma barragem que recebe por meio de encanações. A coleta foi realizada em novembro/2013, em recipiente de polietileno e levada para o laboratório para realização das análises físico-químicas. A área das coletas do solo consiste do local onde se encontra a plantação de pimentão e tomate, à cerca de 30 cm de profundidade de cada cultura, além do local onde haviam sido realizadas queimadas de embalagens de defensivos agrícolas em dezembro/2013, à 29ºC para a realização das análises na EECAC/UFRPE. Os indicadores para análise de água foram pH, temperatura, condutividade, alcalinidade e acidez, OD, CO2, nitratos, dureza total, de cálcio e magnésio e; cloretos. Para as análises de solo foram determinados o pH, P, Ca, Mg, K, Na, Al, H, Fe, Cu, Zn, Mn, matéria orgânica. Calculou-se também a soma de bases, capacidade de troca de cátion, saturação por Al e saturação por bases. Determinou-se a análise granulométrica para os teores de areia, silte e argila que indicaram um solo areno-argiloso.
Resultado e discussão
Os parâmetros físicos e químicos de qualidade de água foram comparados com a Resolução CONAMA 357/2005 que estabelece a água utilizada na irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvem rentes ao solo como água doce da classe I. Logo, obteve-se temperatura entre 25ºC ä 30ºC; condutividade elétrica com presença de íons dissolvidos no ambiente; pH 7,84 na forma de bicarbonatos. Percebeu-se ausência de OD; cloretos 53,98 mg/l, em condições normais para fins de irrigação. Dureza moderada entre 50 e 150 mg/l. Não houve a presença de nitratos, o que indica que possivelmente a água não apresenta fontes de contaminação provenientes de fertilizantes, esgotos domésticos ou excrementos de animais; nem presença de CO2. Os parâmetros químicos de solo foram interpretados de acordo com Coelho, et al., (2009)que classificam os teores dos constituintes presentes no solo em baixo, muito baixo, médio e alto. Os valores do pH fracamente ácidos, apresentando uma faixa de valor que permite a absorção de nutrientes na planta com precisão para os pontos de cultura de tomate (1) e pimentão (2), na amostra onde houve as queimadas de embalagens de defensivos agrícolas (3) apresentou caráter alcalino. Percebeu-se índice de K relativamente baixo em todas as amostras; índices de Ca e Mg valores médios para (1) e altos para (2) e (3). Os valores para o P foram baixos, de textura média, sendo um solo areno-argiloso. Não houve presença de Al e o índice de Na foi baixo. A quantidade de matéria orgânica foi considerado baixo, uma vez que estes foram 0,55 (1), 0,71 (2) e 1,41 (3), o que pode contribuir de maneira negativa na qualidade do solo, pois esse atributo ajuda na absorção de nutrientes pelas plantas.
Conclusões
Apesar do cultivo realizado no local ser através do método convencional, os resultados obtidos para alguns parâmetros não apresentaram valores fora do limite de aprovação dos órgãos responsáveis pelo monitoramento desses recursos. Os parâmetros que apresentaram problemas podem ser corrigidos e melhor monitorados pelo responsável pelo local. Sugere-se um acompanhamento periódico da área com avaliações frequentes e formas adequadas de manejo de produção, bem como do uso de produtos químicos e descarte das embalagens vazias.
Agradecimentos
UAST/UFRPE e EECAC/UFRPE
Referências
COELHO, N. S.; GUIMARÃES, F. M.; SILVA, F. S.; RIBEIRO, A. S.; ROCHA, P.; MAGLHÃES, G. R.; OLIVEIRA, E. A. Nutrientes e solo. Adapta Sertão: tecnologias sociais de adaptação à mudanças climáticas. Rio de Janeiro, 2009.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE [CONAMA]. Resolução n°357 de 17 de Março de 2005. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf>.
MARTINS, A.C.A. et al. Avaliação da qualidade microbiológica da alface (Lactuca sativa) comercializada na cidade de Bananeiras-PB. In: JORNADA NACIONAL DA AGROINDÚSTRIA, 3., 2008, Bananeiras. Anais...Bananeiras: Universitária, 2008.
PENTEADO, R. S. Cultivo Ecológico de Hortaliças. 1. ed. Campinas. SP: Agricultura orgânica, 2007.