ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ambiental
Autores
Almeida, C.L.A. (UFCG) ; Santos, J.A.M. (UFCG) ; Santos, C.P.F. (UFCG)
Resumo
Um dos grandes problemas ambientais do mundo moderno é a contaminação das águas superficiais causado por corantes, advindos principalmente, da indústria têxtil e alimentícia. Diante dessa realidade, no presente trabalho é descrito o estudo de adsorção do corante violeta cristal pela casca de arroz, um adsorvente abundante, de baixo custo e com elevada estabilidade química, características excelentes para um bom adsorvente. A partir dos resultados obtidos nos ensaios de adsorção, podemos concluir que a casca de arroz é uma adsorvente eficiente do corante violeta cristal, chegando a reter 94,2% no tempo de 10 horas.
Palavras chaves
Adsorção; Corantes; Casca de Arroz
Introdução
A utilização pelo homem de corantes de origem animal, vegetal e mineral vem sendo explorado desde os primórdios da civilização (GUARATINI, 1999). Os corantes foram usados para adorno pessoal, pinturas, decorações de principalmente tingir os têxteis com os quais cobriram o corpo e embelezam as habitações e isso ainda é refletido nos dias atuais, com essa demanda, temos uma grande variedade de corantes disponíveis no comércio, sendo estes mais aplicados nas indústrias têxteis. Segundo SOUZA (2013), o problema é que o processo de tingimento exige várias etapas e a mais preocupante ambientalmente é a etapa de lavagem, a qual é utilizada uma quantidade exorbitante de água, sendo esta descartada em efluentes contaminados tanto por corantes como outros compostos utilizados no processo, que muitas vezes acarreta a toxicidade destes efluentes, apresentando grande resistência à degradação química, fotoquímica ou biológica (SILVEIRA, 2006). Com base nesses pressupostos, o objetivo deste trabalho é avaliar a eficiência da casca de arroz como adsorvente do corante violeta cristal, afim de amenizar o impacto ambiental causado pela indústria de corantes.
Material e métodos
Neste trabalho, a metodologia utilizada foi de adsorção em fase líquida. As cascas de arroz fornecidas pelo munício de São Francisco – PB. Previamente, foi preparada uma solução aquosa sintética do adsorbato, o corante violeta cristal (C₂₅H₃₀ClN₃)procedente da empresa QEEL, com a concentração de 1x10-4. 100 mL desta solução foi posta em contato com 1 g das cascas de arroz em banho finito com tempos de contato que variam de 1 a 10 horas, com agitação contínua e temperatura ambiente. Os sobrenadantes e o adsorvente foram acondicionados em recipientes de polietilenos, sendo o adsorvente podendo ser reutilizável. Decorreu, a análise em espectrofotômetro de UV-visível Biospectro na faixa de 250 nm a 750 nm do espectro eletromagnético, com o intuito de determinar a eficiência do adsorvente utilizado por meio da determinação dos teores de corantes ainda encontrados no sobrenadante.
Resultado e discussão
A seguir são apresentados os gráficos construídos a partir dos dados obtidos nos
ensaios de adsorção. Na figura 1, temos um gráfico que mostra como a concentração
do adsorbato varia ao longo do tempo. Podemos verificar que a uma queda brusca na
concentração do adsorbato na primeira hora de adsorção, indicando que o adsorvente
tem elevada eficiência nos tempos iniciais.
Na figura 2, é apresentado os valores de porcentagem de adsorção da casca de arroz
em relação ao tempo de contato adsorvente/adsorbato. Ao verificar o gráfico,
podemos observar uma elevada porcentagem de adsorção de aproximadamente 82,0% no
tempo de uma hora, com um aumento gradativo com o passar do tempo.
Conclusões
A partir dos obtidos nos ensaios de adsorção, podemos inferir que a casca de arroz apresentou uma alta capacidade de adsorver o corante violeta cristal, chegando a reter 94,2% do adorbato, podendo ser uma alternativa viável para indústrias têxteis e alimentícias para amenizar o impacto ambiental causado pelo descarte de corantes nos efluentes.
Agradecimentos
À UFCG-CES, campus Cuité.
Referências
GUARATINI,C.C.I.; ZANONI, M.V.B. Corantes Têxteis. Química Nova. Departamento de Química Analítica - Instituto de Química – UNESP. São Paulo/1999.
SILVEIRA, D.M.;MARTINS, J.;MELO, T.M.S.;GIL, L.F. Avaliação da capacidade de adsorção de vermiculita hidrofóbica em contato direto com óleo. Rev. Esc. Minas vol.59 no.3 Ouro Preto Julh/Setem.2006
SOUZA, Kelli Cristina de; ANTUNES, Maria Lúcia Pereira and CONCEICAO, Fabiano Tomazini da. Adsorção do corante Reativo Azul 19 em solução aquosa por lama vermelha tratada quimicamente com peróxido de hidrogênio. Quím. Nova [online]. 2013, vol.36, n.5, pp. 651-656. ISSN 0100-4042.
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