ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ambiental
Autores
Costa Ferreira Vanuchi, V. (IFRO) ; de Aquino Souza, F. (IFRO) ; Ribeiro, L. (IFRO) ; Serpa Hermano de Souza, A. (IFRO) ; Rodrigues Santos, R. (FAEMA) ; Avelar Baptista, J.A. (IFRO) ; Zan, R.A. (IFRO)
Resumo
É importante conhecer os valores dos padrões físico-químicos e microbiológicos da área (Garimpo Bom Futuro),para obter dados sobre a qualidade da água desta localidade. Foram avaliados os seguintes parâmetros físico-químicos da água: condutividade elétrica, pH, turbidez, cor, dureza, oxigênio consumido, oxigênio dissolvido, cloretos, amônia, ferro, alcalinidade, ortofosfato, manganês, alumínio, potássio, cobre, zinco, cromo e DQO (Demanda Química de Oxigênio). O pH, oxigênio consumido, e o ferro apresentaram valores abaixo do permitido pela legislação. Os parâmetros microbiológicos de coliformes fecais, totais e salmonela, apresentaram valores acima do permitido, indicando contaminação por organismos.
Palavras chaves
Água ; Contaminação; Parâmetros
Introdução
Segundo Ronaltti (2008), o garimpo Bom Futuro é de grande importância histórica para Rondônia e o município de Ariquemes, no qual está localizado. No ano de 1987 existiu no Bom Futuro mais de 15.000 (quinze mil) garimpeiros, pois a maior parte dos agricultores, madeireiros e comerciantes abandonaram suas atividades pelas do garimpo. Na região onde estava instalado o garimpo houve impactos ambientais gigantescos: eram lançados por mês nos igarapés e rios adjacentes, mais de 800 mil metros cúbicos de resíduos da exploração da cassiterita, numa extensão de mais de 200 km o sistema fluvial da região foi danificado, existiu uma série de desequilíbrios na vida aquática (BRASIL, 2004). A água pode sofrer contaminação por produtos químicos, estes podem ser tóxicos e solúveis. A contaminação por patógenos é responsável pela transmissão de inúmeras doenças. Alguns dos fatores de contaminação das águas subterrâneas são a deposição de dejetos animais resultantes de atividades agropecuárias, uso de pesticidas em atividades agrícolas; deposição de resíduos industriais sólidos e líquidos ou de produtos que podem ser dissolvidos e arrastados por águas de infiltração em terrenos muito vulneráveis e intensivo de adubos, entre as formas de poluição da água (SILVA et al.,2008) Conforme Braga et al, (2002), os metais em geral estão presentes no meio aquático em quantidades diminutas, mas podem ser despejados em quantidades significativas por atividades industriais, agrícolas e de mineração.Podem ser solubilizados pela água podendo gerar danos à saúde, dependendo da quantidade ingerida,devido à sua toxicidade e potencial carcinogênico. Levando em consideração os relatos é importante conhecer os valores dos padrões físico-químicos e microbiológicos da área escolhida, como forma de levantar dados sobre a qualidade da água destas lagoas e poços.
Material e métodos
Dividiu-se a área do garimpo, em quatro pontos, foram coletadas 12 amostras, sendo essas amostras 05 de lagoas de decantação, 05 de lagoas nascentes e 02 de poços. As coletas foram realizadas no período de 20 a 21 de fevereiro de 2013, na margem das lagoas. As amostras foram coletadas com a autorização do presidente da ASSOCIAÇÃO COORPERSANTA: MINERAÇÃO COM CONSCIÊNCIA AMBIENTAL; Ernst Gehart Peper. Coletou as amostras em 02 dias, durante a coleta as amostras foram armazenadas em uma caixa térmica sob temperatura de 4 a 8ºC e finalizadas as coletas, levou-se todas as amostras ao laboratório. Nas análises de coliformes totais, fecais e salmonela, utilizou-se metodologia quantitativa de identificação, baseado em metodologia de placas com membrana filtrante, após 15 horas de incubação, foi procedido á contagem das colônias. As análises físico-químicas feitas foram de cor, turbidez, condutividade elétrica, pH, dureza total, cloretos, oxigênio dissolvido, amônia, ferro, ortofosfatos, alcalinidade total e oxigênio consumido, todas baseadas na metodologia da Standards Methods.
Resultado e discussão
Analisando todos os resultados obtidos das amostras coletadas nas 10 lagoas e
nos 02 poços no garimpo bom futuro, da cidade de Ariquemes – RO, se tratando dos
parâmetros físico-químicos alguns padrões não se encontram dentro dos valores de
potabilidade sugeridos por ambas as portarias que foram usadas como referência,
ou seja, a portaria 518 do ministério da saúde e a CONAMA nº 396 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente, os valores de pH, oxigênio consumido e o ferro em
todos os pontos encontrou-se abaixo dos valores sugeridos.
Para as análises microbiológicas, todas as amostras apresentaram os níveis de
coliformes fecais, totais e salmonela muito acima do permitido. Conforme Pereira
et al., (2010), a presença das bactérias escherichia coli em uma porcentagem
grande de amostras é preocupante, pois, além de estar em desacordo com a
legislação vigente, esse agente patogênico pode envolver casos até mesmo letais,
principalmente em crianças e idosos.
Em todas as análises a presença em nível alto de coliformes fecais,
totais e salmonela, significa que há um alto nível de contaminação de organismos
patogênicos. As principais bactérias usadas como indicadores de poluição fecal
nas águas são os coliformes totais e fecais, nesse caso, a presença de um número
alto de coliformes na água significa um nível elevado de poluição e risco à
saúde pela presença de organismos patogênicos (alfakit, 2012).
Conclusões
Conclui-se que essas águas estão impróprias para o consumo humano uma vez que as avaliações físico-químicas e microbiológicas não estão totalmente de acordo com os padrões estabelecidos pela portaria 518 do MS, e todas as lagoas e poços analisados estão com o nível de coliformes fecais, totais e salmonela muito acima do permitido por ambas as portarias comparadas. As pessoas que residem próximo às estas lagoas não devem utilizar estas águas contaminadas, sendo que as mesmas podem ocasionar grandes prejuízos para a saúde. Alguma providencia devem ser tomada para desinfecção dos poços, já que no local não passa a rede de água tratada, consequentemente as pessoas necessitam de água potável
Agradecimentos
Referências
ALFAKIT, Manual de Análise de Potabilidade de Água, Alfakit, 2012, Florianópolis SC.
BRAGA B, et al. O meio aquático. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2002. p.72-87.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Secretaria de Vigilância em Saúde. 4. ed. ampl.– Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente. (2008). Resolução nº. 396 de 03 de abril de 2008. Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. Brasília.
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente. (2003). Resolução nº. 335 de 03 de abril de2003. Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios. Brasília.
______. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria N º. 1. 469 de 29 de Dezembro de
2000. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 19 de janeiro de
2001. Seção 1. 2000.
PEREIRA, J. A. P, et al. Avaliação Bacteriológica da Água de Consumo em Unidades de Alimentação do Recife, PE. Higiene Alimentar, Pernambuco: v. 24 n. 190/191 2010.
RONALTTI, I. Uma perspectiva histórica e ambiental acerca dos garimpos de Rondônia. 2008.
SILVA et al. Influência da precipitação na qualidade da água do Rio Purus. 2008.