ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ambiental
Autores
Souza, F.A. (IFRO) ; Souza, A.S.H. (IFRO) ; Ribeiro, L. (IFRO) ; Vanuchi, V.C.F. (IFRO) ; Marcon, C.A. (FAEMA) ; Baptista, J.A.A. (IFRO) ; Zan, R.A. (IFRO)
Resumo
A água é indispensável à vida, por este motivo deve passar por diversos tratamentos antes do consumo humano, pois é responsável por várias epidemias que podem levar ao aumento da mortalidade infantil. A portaria número 2914/2011 do ministério da saúde estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos a potabilidade e controle da qualidade da água para consumo humano. O objetivo do trabalho foi analisar a qualidade físico-química e microbiológica da água consumida nos centros municipais de educação infantil do município de Ariquemes/RO, onde observou-se que não houve crescimento bacteriano em nenhuma das amostras e os padrões físico-químicos se encontraram dentro dos estabelecidos, sendo assim não houve alteração na potabilidade nem mesmo contaminação nos centros municipais.
Palavras chaves
Água potável; parâmetros físico-químico; análise microbiológica
Introdução
A água é imprescindível à vida, todavia pode trazer sérios riscos à saúde se for de má qualidade, pois serve de veículo para uma série de microrganismos. Pelo fato da água ser a principal substância ingerida pelos seres humanos, fazem-se necessários tratamentos eficazes que atendam os parâmetros descritos em normatizações sanitárias e leis, garantindo esses parâmetros o consumo não vai oferecer riscos à saúde. Várias doenças que acometem o homem são transmitidas por microorganismos que estão contidos na água, daí a importância de um bom tratamento, pois o melhoramento desses serviços está diretamente relacionado com o aumento da saúde da população (ROCHA et al., 2006; MARCHETI; CALDAS, 2011). Segundo a OMS cerca de 80% das doenças que acometem as pessoas são provenientes de uma água de má qualidade, doenças estas responsáveis por surtos epidemiológicos que podem levar indivíduos, cuja imunidade está baixa, à morte (FREITAS; BRILHANTE; ALMEIDA, 2001; PORTO et al., 2011). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 2,2 milhões de mortes de crianças por ano poderiam ser evitadas se houvesse uma melhoria no saneamento e abastecimento de água, pois a ingestão de água potável reduziria em até 90% os casos de diarréia no mundo. Com o tratamento adequado, doenças transmitidas pela água podem ser eliminadas ou diminuídas, levando em conta que além de um bom tratamento deverá haver uma armazenagem e uma distribuição adequada, pois somente o tratamento correto não vai garantir água potável nas torneiras da população (MARCHETI; CALDAS, 2011). A partir da importância de uma água de qualidade na vida das crianças que se justifica a elaboração desse trabalho que visa analisar a água que está sendo ingerida por estas nos diferentes pontos da cidade de Ariquemes/RO.
Material e métodos
Os locais de estudo estão situados em Ariquemes/RO, localizada a aproximadamente 200 km da capital do estado. Foram selecionados seis centros municipais de educação infantis distintos, os quais foram representados por A, B, C, D, E e F. As amostras foram coletadas no cavalete (1) de entrada da água no centro de ensino, antes de entrar no reservatório de água e nos bebedouros (2), no mês de maio de 2013. Os centros municipais de ensino infantil que tiveram a água analisada foram selecionados por serem abastecidos unicamente pela rede de água tratada fornecida pela empresa responsável pelo sistema de abastecimento de água da cidade. Para evitar a contaminação das amostras, realizou-se a assepsia das mãos e das torneiras com álcool 70%, em seguida deixou-se escorrer a água por aproximadamente 3 minutos. As amostras foram coletadas em frascos plásticos com capacidade para 500 mL devidamente esterilizados e identificados. Durante o recolhimento das amostras, estas foram armazenadas em uma caixa térmica com gelo para transporte até o laboratório da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA, onde foram realizadas as análises. Foram coletadas duas amostras dos bebedouros em dias diferentes para a confirmação da análise microbiológica. Realizaram-se análises físico-químicas de cor, turbidez, pH, alcalinidade total, cloretos, dureza total, ferro, amônia, cloro e oxigênio consumido e analises microbiológicas de coliformes totais e fecais, sendo utilizada a técnica de membrana filtrante.
Resultado e discussão
Conforme os resultados obtidos na Figura 1, nenhuma amostra analisada
apresentou coliformes totais nem termotolerantes, demonstrando a eficácia no
tratamento e armazenamento da água. Essa ausência de coliformes está diretamente
relacionada com a presença de cloro livre determinado em todas as amostras.
Quanto às análises físico-químicas, quase todas as amostras encontram-se dentro
dos valores de potabilidade, com exceção das análises de pH, onde
aproximadamente 70% das amostras apresentaram o pH no limite máximo. A única
escola que se apresentou em total conformidade com os parâmetros estabelecidos
foi à escola F. Estudos realizados por Pompeu (2011) demonstraram incoerência
com os padrões físico-químicos e microbiológicos deste estudo, uma vez que mesmo
as amostras contendo cloro residual livre elas apresentaram crescimento
bacteriano, ao contrário deste que não apresentou crescimento bacteriano, porém
os métodos utilizados foram diferentes. Estudo semelhante realizado por Moura et
al. (2006) demonstrou que a água proveniente das redes de abastecimento estão
chegando potáveis às escolas, como neste estudo, porém nas escolas por ele
avaliadas, houve contaminação, onde aproximadamente 43% estava sendo contaminada
nas próprias escolas, ao contrário deste, onde a água se manteve potável até o
momento do consumo. Comparando os valores da água dos bebedouros com a água dos
cavaletes, pode-se observar que não há uma diferença significativa nos valores
das análises físico-químicas e microbiológicas. Tanto as amostras coletadas nos
cavaletes (1) como as duas amostras de dias alternados dos bebedouros (2) não
apresentaram crescimento bacteriano.
Conclusões
Todas amostras analisadas não apresentaram crescimento bacteriano, demonstrando assim que no período analisado as águas encontravam-se próprias para consumo. Dos parâmetros físico-químicos analisados o pH e a amônia foram os únicos que se encontravam um pouco acima do limite máximo, em algumas das escolas avaliadas, mas que não tem afetam na qualidade da agua, por serem pouco relevante a faixa do limite permitido. Já os outros parâmetros, se encontravam em acordo com o estipulado pela portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde, sendo assim, pode-se dizer que o processo realizado esta adequado,
Agradecimentos
Agradeço a FAEMA e ao IFRO pelo apoio e financiamento durante a pesquisa, e ao orientador do trabalho.
Referências
FREITAS, M. B.; BRILHANTE, O. M., ALMEIDA, L. M.. Importância da análise de água para a saúde pública em duas regiões do Estado do Rio de Janeiro: enfoque para coliformes fecais, nitrato e alumínio. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, ano 17, n.3, p.651-660, maio –jun., 2001.
MARCHETI R. G. A.; CALDAS E. D. Avaliação da qualidade microbiológica da água de consumo humano e de hemodiálise no Distrito Federal em 2009 e 2010. Com. Ciências Saúde, Brasília, ano 22, n. 1, p. 33-40, 2011.
MOURA, G. J. B. de et al, Análise bacteriológica da água em escolas públicas. Pernambuco, 2006. Disponível em: <http://www.prac.ufpb.br/anais/Icbeu_anais/anais/saude/analisebacteriologica.pdf>
Acesso em 21 de maio de 2014.
POMPEU, É. C., Análises físico-química e microbiológica da água consumida em escolas municipais de educação infantil da cidade de Ariquemes-RO, Ariquemes,
2011. Monografia (grau em licenciatura em Química) – Faculdade de Educação e
Meio Ambiente – FAEMA.
PORTO, M. A. L. et al. Coliformes em água de abastecimento de lojas fast-food da
Região Metropolitana de Recife (PE, Brasil). Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 5, maio 2011. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141381232011000500035&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 30 de maio de 2014.
ROCHA, C. M. B. M. da et al . Avaliação da qualidade da água e percepção higiênico-sanitária na área rural de Lavras, Minas Gerais, Brasil, 1999-2000. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 9, set. 2006. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2006000900028&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 28 de abril de 2014.