ESTUDO PRELIMINAR DA INFLUÊNCIA DA ANTROPIZAÇÃO NAS CARGAS SUPERFICIAIS DO SOLO DA CIDADE DE CAJAPIÓ-MA, BAIXADA MARANHENSE

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ambiental

Autores

Santos, J. ((CESI)UEMA) ; Nascimento, B. ((CESI)UEMA) ; Nascimento, J. ((CESI)UEMA) ; Sousa, J. ((CESI)UEMA) ; Santos, E. ((CESI)UEMA) ; Cardins, W. ((CESI)UEMA) ; Chaves, M. ((CESI)UEMA) ; Silva, B. ((CESI)UEMA) ; Rocha, R. ((CESI)UEMA) ; Pereira, R. ((CESI)UEMA) ; Oliveira, J. ((CESI)UEMA)

Resumo

A análise do balanço das cargas elétricas no solo é de fundamental importância para a compreensão de fenômenos físico-químicos, uma vez que, diversas reações eletroquímicas são capazes de induzir a nutrição e a fertilidade de plantas que ocorrem na superfície dos constituintes das frações mineral e orgânica. Em relação a isso, o ponto de carga zero é uma caracterização de grande relevância para indicar o valor que o pH é neutro na superfície do material. Portanto, este trabalho tem como objetivo comparar o PCZ das áreas de ambientes naturais e antropizados do município de Cajapió e identificar, sobretudo, suas variações. Os resultados obtidos indicaram variações significativas no ponto de carga zero entre as áreas antropizada e não antropizada.

Palavras chaves

Antropização; Baixada maranhense; Ponto de carga zero

Introdução

O PCZ pode representar o menor potencial de solubilização de minerais e o pH de máxima aglomeração de partículas. Isso indica que como o plantio direto é caracterizado por maior adição de ânions orgânicos e inorgânicos (TAVARES, 2008) que consequentemente podem aumentar, devido à troca de ligantes, a carga líquida superficial e o aumento da capacidade do solo em reter cátions. Dessa forma, esses ânions orgânicos são importantes no solo pelo fato de haver um grande envolvimento no ciclo do carbono e como fontes de energia para microorganismos. Nesse contexto, o município de Cajapió-Ma, pertencente ao bioma da Amazônia, apresenta uma área de 908,729 km², na qual, essa área, pelas características fisiográficas representadas por solo argiloso, áreas inundadas em determinada época do ano e retenção de água, pode haver predominância de plintossolos. Além disso, esta área mostra-se como um ecossistema complexo, o que a torna especialmente susceptível aos efeitos da acidificação. Logo, o objetivo do estudo é comparar o PCZ de solos naturais e antropizados e avaliar influência da antropização na variação do PCZ.

Material e métodos

Foram empregadas amostras de solos provenientes do Banco de Dados do Projeto Fauna de Califorídeos e Sarcofagídeos na zona fitogeográfica do estado do Maranhão, desenvolvido pelo grupo de pesquisa do laboratório de zoologia prof. Clésio Fonseca,do Centro de Estudos Superiores de Imperatriz, Universidade Estadual do Maranhão, em parceria com o laboratório de invertebrados do Instituto de Ciências Biológicas- ICB da Universidade Federal do Pará- UFPA. O estudo teve como universo amostral 6 áreas de ambientes de campos alagados da baixada maranhense, sendo 3 áreas com visíveis impactos antrópicos e 3 áreas naturais(em bom estado de conservação). As áreas apresentam uma distância mínima de 2 km uma da outra. A escolha das áreas antropizadas foi baseada na presença de impactos antrópicos decorrentes de desmatamento para plantação de pastagem e pela presença de gado e bubalinos.A coleta e preservação das amostras foram feitas segundo método proposto pela EMBRAPA, 1979. A metodologia empregada neste estudo para a determinação do PCZ foi descrita por Regalbuto e Robles (2004). As analises foram feitas em triplicata.

Resultado e discussão

A figura 01 apresenta o ponto de carga zero das áreas natural e antropizadas do município Cajapió-Ma, baixada maranhense. De acordo com a figura 1 os valores do PCZ para área antropizadas foram 3,3; 2,8; 2,0 inferiores aos observados para área natural (não antropizadas) 4,6; 5,1; 4,0. O pH do PCZ da área antropizada foram inferiores ao pH observados para a solução do solo 4,6; 5,3 e 5,5 para as áreas 01, 04 e 05 respectivamente, indicando que a superfície do solo é carregada negativamente. Isso indica que o solo da área antropizada possui uma capacidade de troca catiônica, com sítios ativos possíveis de realizarem trocas e retenção de metais. Já o pH do PCZ na área natural (não antropizada) somente a área 03 o pH da solução foi superior ao pH da solução do solo 4,6. Conferindo ao solo uma superfície carregada positivamente com capacidade de adsorver ânions para balancear as cargas positivas, as outras áreas apresentaram o mesmo comportamento observado para a área antropizada com pH da solução do solo igual a 4,7 e 4,6 respectivamente para as áreas 02 e 06. Dados as análises dos solos, na figura 02 mostraram que o PCZ entre as áreas antropizadas e não antropizadas obtiveram seu Coeficiente de Variação no valor de 2,74. Enquanto que, em analogia às médias de PCZ alcançado para as divergentes localidades entre as áreas antropizadas e naturais, o Coeficiente de Variação resultou em 3,32. Em consequência, o PCZ sofreu efeito significativo em função dos diferentes tipos de áreas e em função das diferentes localizações.

Figura 1. Ponto de carga zero (PCZ)



Figura 2. Relação das médias do PCZ



Conclusões

Os solos estudados no município de Cajapió-Ma mostraram diferenças significativas de acordo com as diferentes localizações e os diferentes tipos de áreas. Os resultados obtidos indicaram que antropização alterou o PCZ com maior diferença para área 03, A alteração observada influencia a dinâmica de liberação, perda e absorção de nutrientes.

Agradecimentos

UEMA e FAPEMA

Referências

REGALBUTO,J. R.;ROBLES, J. The engineering of Pt/Carbon Catalyst Preparation, University of Illionis: Chicago, 2004;

TAVARES, S. R. L.Curso de recuperação de áreas degradadas: a visão da Ciência do Solo no contexto do diagnóstico, manejo, indicadores de monitoramento e estratégias de recuperação -- Dados eletrônicos. --Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2008.228 p.: il. - (Documentos / Embrapa Solos, ISSN 1517-2627; 103);

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