ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ambiental
Autores
Savoy, V. (INSTITUTO BIOLOGICO) ; Dutra, K. (INSTITUTO BIOLOGICO) ; Potenza, M. (INSTITUTO BIOLOGICO) ; Prisco, R. (INSTITUTO BIOLOGICO)
Resumo
O controle químico de abelhas e vespídeos em áreas urbanas na cidade de São Paulo é efetuado pela Prefeitura que utiliza solução aquosa de diclorvós a 1%. O objetivo deste trabalho foi avaliar o período de estabilidade do ingrediente ativo na calda inseticida, por meio de análises físicas e químicas. O diclorvós foi detectado e quantificado por cromatografia líquida por 22 dias. O diclorvós manteve-se estável na calda por 5 dias e o pH por 8 dias. Após o término do estudo o pH da calda foi elevado a 14 por adição de solução 2M de NaOH e a degradação do diclorvós foi detectada por cromatografia líquida. A determinação da estabilidade do ingrediente ativo na calda inseticida contribui para seu uso seguro sem prejuízo de sua eficácia e na minimização da geração de resíduos.
Palavras chaves
himenópteros; diclorvós; estabilidade
Introdução
A cidade de São Paulo está situada em uma das maiores áreas urbanas do mundo, cercada por áreas de Mata Atlântica (Serra da Cantareira e Serra do Mar) numa zona de clima Subtropical. A fauna de himenópteros na cidade é bastante diversa, constituindo-se principalmente por formigas, abelhas, vespas e marimbondos, espécies estas consideradas em sua maioria como peçonhentas. Em áreas urbanas, devido à alta densidade populacional, há maior risco de acidentes com humanos e animais domésticos, que podem inclusive evoluir a óbito no caso de hipersensibilidade à peçonha. Na cidade de São Paulo, o controle de vespídeos sociais e a remoção da colmeia de abelhas africanizadas é realizado pela Prefeitura do Município de São Paulo (PMSP), com a aplicação de calda inseticida de diclorvós (DDVP) a 1% v/v em água, para minimizar as respostas agressivas e os riscos de acidente durante a vistoria e ou a execução de atividades de controle (USEPA, 2014). Foi objetivo deste trabalho avaliar as características físicas da calda inseticida, a estabilidade do ingrediente ativo diclorvós em meio aquoso e sua degradação com adição de álcalis (EXTOXNET, 2014), visando minimizar a geração de resíduos, a contaminação ambiental e a redução de custos.
Material e métodos
Foram preparados 5 litros da calda inseticida a 1% v/v de diclorvós a partir do produto comercial cedido pela PMSP, com concentração declarada do DDVP de 79,08% m/m e a calda foi armazenada em recipiente plástico, à temperatura ambiente, por 22 dias. O pH foi avaliado durante todo o período do estudo utilizando-se tiras indicadoras de pH 0-14. O padrão analítico de DDVP, Sigma, com pureza declarada e certificada de 98,8% m/m foi utilizado no estabelecimento das condições de análise de diclorvós por cromatografia a líquido (CLAE), em equipamento Dionex, detector UV-VIS, software Chromeleon versão 6.70, comprimento de onda de 210 nm e injetor com loop de 20 μL. Utilizou-se coluna analítica de fase reversa, RP-18 (250 mm x 46 mm, 5 microns), e fase móvel acetonitrila/água, (80:20 v/v), temperatura de trabalho de 23 °C e vazão da fase móvel de 1,00 mL min-1. Alíquotas da calda com concentração de 0,5 mg i.a. mL-1 foram analisadas imediatamente após o preparo (Tzero), em T1 a T7, em T11, T16 e T22 dias. A degradação do DDVP foi efetuada com adição de solução 2M de NaOH até que o pH da calda se mantivesse em 14 por 5 dias. Foram efetuadas análises por CLAE nas mesmas condições acima descritas para confirmação da desativação do diclorvós na calda.
Resultado e discussão
A concentração de diclorvós na calda manteve-se estável durante 5 dias, de Tzero
a T4, e o pH de Tzero a T8. A degradação do DDVP em meio alcalino ocorreu após 5
dias em pH 14.
Conclusões
Os parâmetros avaliados permitiram estabelecer um período de estabilidade para a calda inseticida utilizada no controle de himenópteros e sem prejuízo de sua eficácia, e a degradação do ingrediente ativo diclorvós ocorreu em meio alcalino, contribuindo para a redução de resíduos com consequente redução de custos.
Agradecimentos
Referências
EXTOXNET - Extension Toxicology Network. Pesticide Information Profiles – Dichlorvos. Disponível em: <http://extoxnet.orst.edu/pips/dichlorv.htm>. Acesso em: 23 jul. 2014.
USEPA. United States Environmental Protection Agency. Dichlorvos. Disponível em: <http://www.epa.gov/ttnatw01/hlthef/dichlorv.html>. Acesso em: 23 jul. 2014.