ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ambiental
Autores
Filho, P.B. (CCHSA/UFPB) ; Lima, A.M. (CCHSA/UFPB) ; Sales, E.E.D. (CES/UFCG) ; Marques, D.I.D. (CCHSA/UFPB) ; Lucena, G.L. (CCHSA/UFPB) ; Oliveira, P.T.B. (CCHSA/UFPB) ; Quirino, M.R. (CCHSA/UFPB)
Resumo
O risco de surtos epidêmicos na zona rural é alto, devido à possibilidade da água ser armazenada ou manipulada de forma inadequada. Desta forma, avaliou-se microbiologicamente as águas provenientes de carros pipas, águas das chuvas e do barreiro, armazenadas em cisternas da zona rural do município de Solânea – PB. Foram realizadas contagens de bactérias heterotróficas e teste de presença para coliformes totais, coliformes termotolerantes e E.coli. Os resultados mostraram presença de Coliformes Totais, Termotolerantes e E. Coli para todas as amostras. A contagem de bactérias heterotróficas em UFC/mL apresentou médias de 1,157 x 103, 7,59 x 102, 1,325 x 103 para água do açude, carro pipa e da chuva respectivamente. Observou-se, portanto que todas estão fora dos padrões de potabilidade MS.
Palavras chaves
Cisternas; Armazenadas; Análise microbiológica
Introdução
A água de consumo humano é um dos importantes veículos de enfermidades diarréicas de natureza infecciosa, o que torna primordial a avaliação de sua qualidade microbiológica (ISAAC-MARQUEZ et al, 1994). As doenças de veiculação hídrica são causadas principalmente por microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, transmitidas basicamente pela rota fecal-oral, ou seja, são excretados nas fezes de indivíduos infectados e ingeridos na forma de água ou alimento contaminado por água poluída com fezes (GRABOW, 1996). O Agreste paraibano é uma região com baixos índices pluviométricos, dessa maneira, em determinadas épocas do ano, os moradores da zona rural limitam-se a utilizar, em seu consumo, a água armazenada em cisternas. Experiências em andamento no semiárido nordestino apontam para a viabilidade do uso seguro de água de chuva. Entretanto, a qualidade da água de chuva coletada depende da pureza da atmosfera, dos materiais usados na superfície de captação, calhas e tubulações do tanque de armazenamento e o dispositivo de retirada da água (ARIYANANDA, 1999; GONÇALVES, 2009). A avaliação dos padrões de potabilidade deve conter como indicador fundamental um parâmetro bacteriológico (CARDOSO et al, 2001). Desta forma este estudo buscou avaliar a qualidade microbiológica das águas armazenadas em cisternas da zona rural do município de Solânea – PB, a fim de observar sua conformidade com as especificações da portaria do Ministério da Saúde – MS.
Material e métodos
O trabalho foi realizado no assentamento São Francisco, localizado na zona rural do município de Solânea – PB. Utilizando Erlenmayers de 250 mL devidamente esterilizados, foram coletadas amostras em cisternas que armazenavam água oriunda de 3 formas de captação: Águas da Chuva (AC), Carros Pipas (AP) e Barreiro (AB), sendo este último localizado nas proximidades do assentamento. A água fornecida pelos carros pipas era proveniente da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba – CAGEPA, fornecida pelo Exercito Brasileiro e previamente tratada. As amostras foram encaminhadas para o laboratório de microbiologia do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias – CCHSA, da Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Foram realizadas contagens de bactérias heterotróficas e teste de presença para coliformes totais, coliformes termotolerantes e E.coli. Seguindo metodologia da AOAC (1998).
Resultado e discussão
Foram confirmadas as presenças de coliformes totais, coliformes termotolerantes
E. Coli para todas as amostras analisadas.
Resultados semelhantes foram encontrados por Amorim e Porto (2001) e Brito et al
(2005), que estudaram a presença de indicadores de contaminação fecal em águas
de chuvas e constataram presença de coliformes termotolerantes em 100% de suas
amostras; Silva (2006), que em trabalho semelhante obteve a presença de E. Coli
em 70% de suas amostras; Simmons et al (2001), que encontrou presença de
coliformes Termotolerantes em 56% de suas amostras.
A contagem de bactérias heterotróficas apresentou os seguintes resultados: 1,325
x 103 UFC/mL, 7,59 x 102 UFC/mL e 1,157 x 103
UFC/mL para AC, AP e AB respectivamente. Ilustrados na Figura 1.
Observou-se que, independentemente da origem a água, todas as amostram
apresentaram-se acima dos valores máximos permitidos fixados pela portaria Nº
2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011 do Ministério da Saúde – MS.
Embora a água fornecida pelos carros pipas, as quais passaram pelo processo de
tratamento, também estivessem em inconformidade com a legislação, a quantidade
de microrganismos apresentada nas amostras foi menor, confirmando a importância
de se aplicar processos controlados de tratamento da água para consumo humano.
Possivelmente o que contribuiu para a contaminação foram as formas de captar,
manusear ou armazenar a água. Desta maneira, é necessário implementar ações de
tratamento da água mais eficientes e rotineiros, controle sanitário dos
reservatórios e investimentos em infraestrutura de saneamento básico, bem como
realizar programas educativos que otimizem a manipulação da água consumida pela
população.
Contagem de Bactérias Heterotróficas para Água de Chuva – AC, Água de Carros Pipas – AP e Água de Barreiro – AB.
Conclusões
Baseado nos valores obtidos, as análises microbiológicas das águas analisadas apresentaram resultados superiores aos permitidos pela Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde. Desta forma, as amostras encontram-se fora dos padrões de potabilidade sendo necessário um estudo mais aprofundado de modo a promover a desinfecção destas águas.
Agradecimentos
Referências
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ARIYANANDA, T. Comparative Review of Drinking Water Quality From Different Rain Water Haversting Systems in Sri Lanka. In: Proceedings of the 9th International Rainwater Catchment Systems Conference, Petrolina, Brasil 1999.
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