ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Ambiental
Autores
Oliveira, M.A.L. (IFRN - CAMPUS IPANGUAÇU) ; Ribeiro, G.J.F. (IFRN - CAMPUS IPANGUAÇU) ; Cunha, C.C.M. (IFRN - CAMPUS IPANGUAÇU) ; Bezerra, D.P. (IFRN - CAMPUS IPANGUAÇU)
Resumo
Apesar do grande avanço cientifico, a amálgama de prata ainda é o material restaurador mais empregado pelos dentistas na atualidade em virtude de seu baixo custo, ótima características físicas e mecânicas, resistência ao desgaste e selamento marginal. Contudo, pela presença do mercúrio e outros metais pesados, potencialmente tóxicos para o profissional e o paciente, existe uma crescente resistência ao seu uso. Assim, no sentido de avaliar o conhecimento de alunos do IFRN – campus Ipanguaçu acerca do mercúrio presente na amalgama de prata, foi realizada uma apresentação sobre os riscos causados pelo mercúrio e posteriormente aplicou-se um questionário a 60 alunos, sendo 25 discentes da turma de informática e 35 discentes da turma de agroecologia.
Palavras chaves
Amálgama; Meio Ambiente; Riscos do mercúrio
Introdução
O presente estudo foi realizado no Instituto Federal de educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN – Campus Ipanguaçu) por 3 alunos do curso de Licenciatura plena em Química da presente Instituição, com o objetivo principal de conscientizar e informar alunos sobre os riscos do mercúrio presente na amalgama de prata. No Brasil, aproximadamente 16 ton ano-1 de amálgama de prata são empregados em serviços odontológicos, cerca de 55% desse material é perdido e descartado, normalmente, no lixo domiciliar, rede coletora de esgotos ou em aterros (PÉCORA, 1998). Amálgama de prata utilizada pelo cirurgião-dentista ou dentista, trata-se de uma interação entre o mercúrio elementar (52%) e um pó metálico (48%). Esse pó metálico é constituído basicamente de prata (16%), estanho (26%), cobre (5%) e zinco (1%) (ELIZAUR BENITEZ et al., 1995; SAQUY, 1996). Segundo Drummond et al. (2003) o amálgama odontológico apresenta concentrações de prata (20 – 34%), estanho (8 – 15%), cobre (1–15%) e outros metais (0 – 5%), além de mercúrio. O mercúrio é um metal volátil, que ao ser inalado pode causar sérios danos a saúde, porém a grande maioria das pessoas desconhece seus malefícios. Para analisar se os alunos sabem da existência do mercúrio na amalgama de prata foi aplicado questões e exporto uma apresentação informativa sobre a composição química da amalgama, mostrando os riscos que o mercúrio pode causar a saúde e ao ambiente. Segundo os autores Fink e Kosecoff (1985) questionário definisse como “método para coletar informação de pessoas acerca de suas ideias, sentimentos, planos, crenças, bem como origem social, educacional e financeira”, partindo dessa vertente utilizou-se esse método de amostragem cientifica.
Material e métodos
Para fundamentação deste estudo foi realizada uma revisão bibliografica, com artigos científicos, livros, monografias, normas da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) e Conselhos Regionais de Odontologia (CRO), trabalhos acadêmicos, ANVISA e entre outros. O estudo de conscientização sobre os riscos do mércurio presente na amálgama de prata, foi aplicado no IFRN - Campus Ipanguaçu, no dia 25 de junho de 2014 por meio de uma palestra realizada presencialmente em duas turmas do ensino médio, em hórario distintos, no turno vespertino, sendo 35 alunos da turma de Agroecologia do primeiro ano, e 25 alunos da turma de Informática terceiro ano, totalizando então 60 alunos participantes. No início da apresentação (Figura 1(a)) as turmas foram indagadas com a seguinte pergunta “O que é amálgama de prata?” e a maioria dos presentes não se manifestaram, alguns arriscaram falando que talvez fosse algum tipo de Alga marinha, porém foi notório que os alunos não sabiam a resposta. Após a palestra foi aplicado um questionário (Figura 1(b)), sendo composto por 7 perguntas subjetivas, dentre as quais destacam-se: • Você possui alguma restauração dentaria? Se sim quantas? Especifique o material obturador. • Quando você vai ao consultório, o dentista mostra as opções de obturação? Ele explica os benefícios e malefícios de cada material obturador? • Antes dessa palestra você sabia que existia mercúrio na restauração de amalgama de prata? Os questionários foram entregues individualmente a cada aluno presente e concedido alguns minutos a turma para responder, durante esse intervalo de tempo foram esclarecidas às dúvidas sobre o tema abordado. Logo após, os questionários foram devolvidos ao grupo palestrante, para serem analisados.
Resultado e discussão
A pesquisa iniciou-se com o objetivo principal de conscientizar as duas turmas
sobre o uso da amálgama, devido ao mercúrio presente na liga metálica, que é
nociva à saúde e ao meio ambiente.
Em relação à aplicação do questionário, após apresentação do trabalho,
obteve-se os seguintes resultados, a faixa etária dos alunos da turma de
agroecologia varia de 14 à 17 anos, e da turma de informática de 16 à 20 anos. A
sala de agroecologia é composta por 71% de mulheres, e 29% de homens, nesta
classe participaram do questionário 35 alunos, e na turma de informática 40%
mulheres, e 60% homens, com no total de 25 participantes.
De acordo com os gráficos 1 e 2, observar-se que nas duas turmas mais
de 70% dos alunos possuem amalgama como restauração dentária, e que todos os
alunos antes do início da apresentação desconheciam o termo amálgama e que esta,
contém mercúrio na sua composição e é usada como material obturador. Além disso,
todos informaram que durante as suas consultas, os dentistas não se preocupam em
informar sobre os tipos de restaurações que existe, tampouco informam os
benefícios e malefícios que cada restauração pode causar. Durante aplicação do
questionário, alguns alunos não sabiam os tipos de restaurações que possuíam, ou
seja, os dentistas não informaram aos seus pacientes o tipo de restauração que é
utilizada.
Figura 1 (a): Apresentação de conscientização dos riscos da amálgama de prata. Figura 1 (b): Aplicação do questionário.
Gráfico 1: Turma de Agroecologia. Gráfico 2: Turma de Informática.
Conclusões
O amálgama de prata é, até os dias atuais, um dos materiais mais utilizados na odontologia, em virtude de suas ótimas características físicas e mecânicas, apesar do paradigma ao redor da alta toxicidade do mercúrio metálico, um de seus principais componentes. Mas fundamentados nas observações realizadas na presente revisão da literatura, pode-se concluir que, a realização de palestras sobre os riscos que o mercúrio presente na amalgama pode ocasionar e é muito importante para atualizar a sociedade, possibilitado assim, uma melhor consciência sobre a utilização da amálgama.
Agradecimentos
Agradeço a Deus por iluminar nossas mentes, nosso orientador Diogo Bezerra e a todos os alunos do IFRN – Ipanguaçu por responderem ao questionário.
Referências
ELIZAUR BENITEZ, A. B. C. FULLER, J. B. SALGADO, P. E. GABRIELLI, F. DINELLI, W. & GABRIELLI, A. P. R. Amálgama Dental: Estudo in Vitro da Liberação de Mercúrio, através de Espectrofotometria de Absorção Atômica, em Função do Tipo de Liga, Polimentos e Tempo. Rev. Odontol. Univ. São Paulo. v. 9, n. 1, p. 39-43, 1995.
FINK, A; KOSECOFF, J. How to conduct surveys: A step-by-atep guide. Beverly Hills: Sage. 1998, p.13.
PÉCORA, J.D., SILVA, R.G.S., SOUZA, R., GUIMARÃES, L.F.L., SHUHAMA, T. Reciclaje de los resíduos de amalgama dental mediante la recuperatión de mercúrio y plata. Rev FOLA/ORAL. 1998; 4(14): 234-237.