ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Química Analítica
Autores
Almeida, E.D. (IFMT- BELA VISTA) ; Pereira, E.R.C.V. (IFMT- BELA VISTA) ; Pereira, G.A. (EMPAER-MT) ; Both, L. (IFMT- BELA VISTA) ; Sanches, M.U.C. (IFMT- BELA VISTA) ; Dias, F.F. (IFMT- BELA VISTA) ; Jaques, J.M.A.O. (IFMT- BELA VISTA) ; Silva, Y.M.F.C. (IFMT- BELA VISTA)
Resumo
Este trabalho objetivou avaliar o desenvolvimento de mudas de bananeira propagadas in vitro em meios de cultivo geleificados com amido de mandioca e batata. As brotações estavam no último subcultivo e foram transferidas para meio de enraizamento composto por sais de MS, vitaminas de White, mio-inositol e sacarose e cujos meios geleificados com ágar (6,0 g L-1), amido mandioca e batata (60,0 g L-1) e ágar (3,0 g L-1) + amido de mandioca e batata (30,0 g L- 1).Após um mês de enraizamento in vitro, as mudas foram avaliadas quanto ao número de folhas e raízes. Os resultados demonstraram que é possível utilizar o amido de mandioca e batata como agente geleificante e substituir a autoclavagem pela esterilização química com NaClO.
Palavras chaves
Agente geleificante; Ágar; Micropropagação
Introdução
O Brasil é o quinto maior produtor mundial de banana, produzindo menos que a Índia, China, Filipinas e Equador (IBGE, 2013). A maioria das variedades de bananeira cultivadas pelos produtores brasileiros apresenta baixo potencial produtivo e/ou alta suscetibilidade às principais doenças e pragas, o que, em alguns casos, tem limitado o seu cultivo extensivo. Estes problemas levaram pesquisadores a buscarem alternativas para formar um banco de germoplasma de Musa spp. e a execução de um programa de melhoramento genético (SILVA, 2000). O cultivo in vitro é uma ferramenta biotecnológica importante na obtenção de plantas livres de doenças e pragas, proporcionando a produção de um número significativo de novas mudas uniformes (PASQUAL et al., 1998). Diversos meios de cultivo podem ser empregados para propagação in vitro de cultivares, entre eles bananeiras. O meio de cultura padrão utilizado é o MS (MURASHIGUE & SKOOG, 1962), composto de macronutrientes, micronutrientes, vitaminas, FeEDTA, sacarose e ágar, contudo apresenta um custo significativamente alto, entre eles a utilização de ágar, que incide no aumento do custo de produção. Este trabalho objetivou avaliar o desenvolvimento de mudas de bananeira propagadas in vitro em meios de cultivo geleificados com amido de mandioca e batata.
Material e métodos
O experimento foi conduzido no Instituto Federal de Educação e Tecnologia de Mato Grossso- IFMT- Campus Bela Vista no primeiro semestre de 2014. Para a obtenção do amido, amostras de mandioca e batatas, foram coletadas na feira do Porto, município de Cuiabá (MT) e imediatamente após a colheita e seleção (boa característica externa de qualidade) foram devidamente embalados em sacos de papel e transportados para o laboratório de Química Analítica do Campus do IFMT- Cuiabá Bela Vista e a seguir foram lavados, descascados, picadas, trituradas e diluídas em água destilada na proporção 1:3 (p/p). O amido foi extraído por decantação e purificado. As brotações de bananeiras foram provenientes do laboratório de cultura de tecidos da EMPAER-MT, e estavam no último subcultivo em meio de multiplicação. Utilizou-se as seguintes combinações de agentes geleificantes: Ágar Bacteriológico Vetec (6,0 g L-1); Amido de mandioca+batata (60 g L-1) e Amido de madioca+batata (30 g L-1) + Ágar (3,0 g L-1). O meio de cultivo utilizado foi constituído pelos sais de MS e vitaminas de White (MURASHIGE; SKOOG, 1962), 30 g L-1 de sacarose. Sob condições assépticas, foram colocadas cinco brotações por frasco com o meio de enraizamento. Em seguida os frascos com as brotações foram mantidos por 30 dias em sala de cultivo à temperatura de 27 ± 2 °C. Após este período foram avaliados número de folhas e de raízes. O delineamento experimento foi o inteiramente casualizado, sendo utilizado o programa estatístico sisvar.
Resultado e discussão
O procedimento para extração de amido foi eficiente, pois ocasionou bom
rendimento. As brotações apresentaram 100% de sobrevivência nas condições in
vitro.
Entre os meios autoclavados o amido de mandioca+batata não diferiu do ágar. Para
o número de folhas, não houve diferença entre os agentes geleificantes nos meios
esterilizados fisicamente.
Foi possível observar que as plantas cultivadas em meio com amido de
mandioca+batata apresentaram desenvolvimento semelhante àquelas oriundas dos
meios geleificados com ágar, enquanto que a combinação ágar + amido ocasionou
resultados inferiores ao amido de mandioca puro, não diferindo do ágar. Esses
resultados sugerem que o amido usado de forma isolada pode substituir
satisfatoriamente o ágar na geleificação de meios de cultivo para o enraizamento
da bananeira bem como substituir a autoclavagem pela esterilização química com
NaClO.
Conclusões
É possível utilizar o amido de mandiocae e batata como agente geleificante do meio de cultivo para o enraizamento in vitro de bananeira.
Agradecimentos
Referências
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Sistema IBGE de recuperação automática. 2013. Disponível em http//www.sidra.ibge.gov.br/
MURASHIGUE, T.; SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and bio assays with
tobacco tissue cultures. Physiologia Plantarum, Copenhagen, v.15, p.473-497, 1962.
PASQUAL, M.; HOFFMANN, A.; RAMOS, J D. Cultura de tecidos vegetais: tecnologia e apl cações. Introdução - fundamentos básicos. Lavras: UFLA/FAEPE, 1998. 159 p
SILVA, S. O. et al. Melhoramento genético da bananeira. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MELHORAMENTO DE FRUTEIRAS, 2., 2000, Viçosa, Minas Gerais. Anais... Viçosa: UFV, 2000. p. 21-48.