ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Química Analítica
Autores
Pereira, L.D.S. (UFOPA) ; Vidal, V.V. (UFOPA) ; Vinente, T.B. (UFOPA) ; Aguiar, N.S. (UFOPA) ; Freitas Filho, F. (UFOPA) ; Sousa, S.S. (UFOPA) ; Costa, M.C. (UFOPA) ; Moura, L.S. (UFPA)
Resumo
O presente trabalho teve como objetivo avaliar se os principais parâmetros físico- químicos da água: potencial hidrogeniônico (pH), temperatura, oxigênio dissolvido (OD), condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos (TDS) e turbidez nas margens do balneário da Vila de Alter do Chão, estão dentro dos padrões estabelecidos pela resolução CONAMA 357/2005. Para o desenvolvimento da pesquisa foram realizadas 3 coletas em 5 pontos distintos no mês de julho. Na escolha dos pontos de amostragem foram considerados locais que sofrem diretamente influência antrópica. Concluiu-se que mesmo com o despejo de efluentes domésticos nas margens da praia, os principais parâmetros físico-químicos estão de acordo com a resolução.
Palavras chaves
parâmetro físico-químico; balneabilidade, ; qualidade de água
Introdução
A água é um bem essencial à vida, tanto por ser necessária para a ocorrência do metabolismo dos seres vivos, quanto para o desenvolvimento de atividades produtivas e de lazer dos seres humanos (SANTOS D.S.V e CAMARA F.M.M, 2012). A utilização dos recursos hídricos para fins de recreação tem apresentado crescente importância social e econômica ao longo dos últimos anos, devido, especialmente à busca pelo desenvolvimento de atividades de lazer em contato com o meio natural, de forma a contrapor o modo de vida em ambiente urbanizado (LOPES R. C. M. S.; BECHTLUFFT, M. P, 2010). Alter-do-chão está localizada na margem direita do Rio Tapajós a aproximadamente 30 km da cidade de Santarém, representa o mais famoso balneário do município tanto que foi eleita pela revista inglesa The Guardian, a mais bela praia do Brasil. No entanto, com o crescimento urbano desse local é possível verificar o despejo de efluente doméstico nessa praia, o que pode vir a contribuir para a poluição desse habitat. Os corpos d’água poluídos ou contaminados por águas residuais apresentam um risco potencial de expor os banhistas a doenças de veiculação hídrica, principalmente as gastrenterites (FRANCENER et al, 2011), além de trazer problemas econômicos e sociais tendo em vista que é um local que atraem diversos turistas de vários locais do mundo. Conforme o que foi exposto, o objetivo desse trabalho é avaliar se os principais parâmetros físico-químicos da água: potencial hidrogeniônico (pH), temperatura, oxigênio dissolvido (OD), condutividade elétrica, totais de sólidos dissolvidos (TDS) e turbidez nas margens do balneário estão dentro dos padrões estabelecidos pela resolução CONAMA 357/2005 de 17 de maio de 2005 que classifica os corpos d’água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento.
Material e métodos
Para o desenvolvimento da pesquisa foram realizadas 3 coletas em 5 pontos distintos no mês de julho, período em que ocorre a vazão do rio, nas seguintes coordenadas; ponto 1: S02º30’12.6’’ e W054º57’16.8”; ponto 2: S02º30’13.5” e W054º57’16.8”; ponto 3: S02º30’16.2” e W054º57’11.2”; ponto 4: S02º30’17.7” e W054º57’04.1”; ponto 5: S02º30’15.9” e W054º56’56.6”. Na escolha dos pontos de amostragem foram considerados locais que sofrem diretamente influência antrópica como: despejos de efluentes domésticos, local de grande concentração de banhistas nesse período. Os parâmetros de pH, temperatura e OD, foram realizadas in loco utilizando multiparamêtro do fabricante Lovinbond Water Testing modelo Senso Direct 150, foram coletados amostras em frasco âmbar de 250mL e acondicionados em caixa isotérmica para análise dos demais parâmetros e levados para o laboratório de Química do Instituto Ciências e Tecnologias das Águas da Universidade Federal do Oeste do Pará. Os equipamentos utilizados para as demais diagnósticos foram: condutivímetro fabricado por MS TECNOPON instrumentação modelo mCA-150P para análise de condutividade e TDS; Turbidímetro do frabricante Policontrol modelo AP2000. As análises foram realizadas com amostras numa temperatura média de 28,5°C.
Resultado e discussão
Na Tabela 1 estão representados os valores médios das variáveis analisadas.
A Resolução CONAMA 357/2005, apresenta as diretrizes ambientais para a
classificação dos corpos de água, conforme a qualidade requerida para os seus
usos. Segundo, a resolução os corpos d’água enquadrados nas classes I e II podem
ser destinados à recreação de contato
primário, dependendo das condições e padrões de qualidade da água, entre eles, o
parâmetro de pH é a medida de concentração de íons H+ presentes na solução deve
está na faixa de 6 a 9 para ambas as classes.
A turbidez é decorrente da presença de materiais em suspensão na água, finamente
divididos ou em estado coloidal, e de organismos microscópicos (Braga et., al,
2005 p. 100).Deve estar na faixa de no máximo 40NTU para classe 1
e 100NTU para classe 2, ao observar esse parâmetro na tabela 1 percebe-se que é
uma variável de destaque pois a média das amostras dessa área possui uma
concentração muito baixa de materiais em suspensão em todos os pontos de coleta,
pode-se assim constatar que balneário de Alter -do-chão enquadra-se na classe
1.
Outro parâmetro importante que enquadra as águas de Alter-do-chão como de classe
1 é o OD, sendo que o ponto que apresentou menor concentração foi o ponto 5 com
uma média de 7,33mg/L-1 que é superior a concentração mínima de 5mg/L-1.
Embora a resolução não estabeleça limites para a condutividade elétrica Pinto
et., al 2008 adaptou esta variável para as classes de água doce no Brasil,
estabelecendo limite de até 50 µm, ela expressa à capacidade de condução de
corrente elétrica de sais dissolvidos e ionizados presentes na água, pode ser
utilizada como parâmetro de avaliação de qualidade e todos os pontos analisados
se enquadram dentro dos limites da literatura
Valores médios das análises dos pontos amostrados
Conclusões
Com base nos parâmetros analisados concluiu-se que mesmo com o despejo de efluentes domésticos nas margens da praia, os principais parâmetros físico- químicos estão de acordo com a resolução podendo as águas do balneário de Alter- do-Chão ser classificadas como de classe 1. Esses resultados podem está relacionados ao potencial de autodepuração do corpo hídrico, ou até mesmo ao período observado. Para um resultado mais preciso, deve-se fazer monitoramento sazonal desse local, além de incluir nessas análises os parâmetros microbiológicos previstos na resolução CONAMA 274 de 29 de novembro de 2000.
Agradecimentos
A minha família e amigos pelo incentivo, e a Universidade Federal do Oeste do Pará(UFOPA) pelo apoio técnico e científico.
Referências
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional do Meio Ambiental, CONAMA. Resolução CONAMA 357/2005 - 17 de maio de 2005, In: Resoluções 2005. Disponível <http://www.mma.gov.br> Acesso em: 22 de Julho de 2014.
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional do Meio Ambiental, CONAMA. Resolução CONAMA 274/2000 – 29 de novembro de 2000, In: Resoluções 2000. Disponível <http://www.mma.gov.br> Acesso em: 23 de Julho de 2014.
FRANCENER et al, Avaliação do Índice de balneabilidade em uma área de lazer no Município de Ji-Paraná/ RO. In: Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, XIX. 2011. Maceió/ AL.
Introdução à Engenharia Ambiental - 2ª. Ed Vários autores. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 318p.
LOPES R. C. M. S.; BECHTLUFFT, M. P. Caracterização físico-química e microbiológica da água da Lagoa da Itaúna siderúrgica Ltda, do município de Itaúna/MG. Revista Digital FAPAM, Pará de Minas, v.2, n.2, 181-199, nov. 2010.
PHILLIPS, T. Top 10 beaches in Brazil. The Guardian, 15 abr. 2009 Disponível < http://www.theguardian.com/travel/2009/apr/15/beach-brazil-top-10> Acesso em: 29 de Julho de 2014.
SANTOS D. S. V.; CAMARA, F. M. M. Avaliação da Qualidade da Água para Balneabilidade da Barragem do Bezerro, localizada em José de Freitas – PI. In: Encontro de Produtividade m Pesquisa, V. 2012. José de Freitas/PI.
SOUZA, D. F.; PINTO, A. L. Qualidade e limitações de uso da água superficial da lagoa maior, Três lagoas/MS. In: Fórum Ambiental da Alta Paulista, v. 07, n 02, 2011. Organização: ANAP.