Determinação de proteínas em amostras de fertilizante, tonificante e algas Gracilarie birdiae (Gracilariales Rhodophyta) obtidas em Pitangui - RN

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Química Analítica

Autores

Gomes, J.S. (UFRN) ; Marinho, D. (UFRN) ; Moura, M.F.V. (UFRN) ; Neto, J.C.A. (EAJ) ; Texeira, D.I.A. (EAJ) ; Silva, L.V. (UFRN)

Resumo

Este trabalho teve por objetivo determinar o teor de proteínas em algas da espécie Gracilarie birdiaee e em dois produtos obtidos processados dessa alga, um fertilizante e um tonificante. As amostras foram coletadas na localidade de Pitangui no litoral norte do Rio Grande do Norte, 05º 37’ 19.4’’ S, 35º 13’ 29.3’’ W, numa comunidade pesqueira dedicada à criação de algas em mar.

Palavras chaves

Gracilarie birdiae; fertilizante; tonificante

Introdução

As macroalgas marinhas vêm sendo utilizada por milênios de anos pelos povos orientais como parte importante na sua Dieta alimentar (CARNEIRO, 2011), elas fazem parte de um grupo diversificado de organismos encontrados em todos os oceanos da terra. Existem três grandes grupos de macroalgas marinhas: as Ochorophyta (algas marrons), as Choloropyta (algas verdes) e as Rhodophytas (algas vermelhas), (Marinho-Soriano, 2012). As Algas vermelhas são utilizadas para alimentação, cosméticos e extração de Ágar (Bezerra, 2008). Um amplo gênero das Rhodophytas (Algas vermelhas) é a Gracilarie com mais de 100 espécies conhecidas, além disso, se distribuem na maior parte dos mares tropicais e temperados em todo mundo (MARINHO e SORIANO, 2012). Uma espécie que se destaca é a Gracilarie birdiae (Plastino& Oliveira), uma macroalga que ocorre de forma natural na costa brasileira e se desenvolve facilmente no litoral Potiguar. Por tanto esse trabalho vem para mostrar o teor de proteínas nas amostras das algas de fertilizante, tonificante e algas Gracilarie Birdiae

Material e métodos

As amostras foram coletadas em criadouros cujo manejo da comunidade pesqueira instalada na Praia de Pitangui, localizada 25 km de Natal, Rio Grande do Norte. As amostras retiradas do mar foram lavadas e levadas ao laboratório. No laboratório as algas foram lavadas em água potável corrente. Após o processo de lavagem as amostras foram secas com papel absorvente e pesadas, obtendo-se cerca de 2 Kg, divididas em duas porções. Uma porção foi submetida à desidratação a 60 oC em estufa com circulação por uma semana, após triturada usando almofariz e pistilo de porcelana e acondicionado em frasco de polietileno. A outra porção foi submetida à trituração em liquidificador juntando-se água potável o suficiente para obter-se um litro. A parte líquida foi removida por filtração e foi denominada de fertilizante. O resíduo foi novamente colocado no liquidificador e adicionado de água potável suficiente para obter-se um litro, a parte líquida foi obtida por filtração e foi denominada de tonificante. Tanto o fertilizante quanto o tonificante foram submetidos a liofilização. Para determinação de proteínas utilizou-se os resíduos submetidos à desidratação e à liofilização. Como método utilizou-se o procedimento de Kjeldahl é o mais utilizado para a determinação de proteínas em diversos tipos de amostras. Trata- se de um método clássico, simples e largamente utilizado em todo mundo e é dividido em três etapas digestão, destilação e titulação. Utiliza instrumentos relativamente simples, e os resultados são semelhantes aos obtidos com outros métodos. Os materiais utilizados foram destilador Tecnal TE-036/1, Estufa de secagem e esterilização Quimis com circulação forçada de ar, Balança Marte do modelo ay220, Bloco digestor para 40 tubos Tecnal e outras vidrarias comuns de laboratório.

Resultado e discussão

A Figura 1 refere-se aos valores de proteínas obtidos para as amostras de algas e de dois produtos obtidos das algas que receberam as denominações de fertilizante e tonificante. O fertilizante liofilizado apresentou um teor de proteínas maior que duas vezes ao encontrado para a alga desidratada. E o tonificante liofilizado apresentou um teor de proteínas semelhante ao encontrado para a alga desidratada. O fertilizante liofilizado apresentou um teor de 26,900%, a alga desidratada apresentou um teor de 10,690% e o tonificante apresentou um teor de proteínas de 10,380%. A Figura 2 refere-se aos valores de matéria seca obtida para as amostras de algas e de dois produtos de algas, o fertilizante e o tonificante. A alga desidratada foi o material que apresentou maior teor de matéria seca, com um valor de 11,0 %, seguida do fertilizante que foi de 4,1 % e do tonificante que foi de 0,8 %.

figura 2



figura 1



Conclusões

O teor de resíduo é maior na alga desidratado porque esta contém todos os materiais presentes na alga, tendo sido retirado apenas a água. Sendo o fertilizante um produto derivado da alga em que o material não solúvel foi retirado por filtração a matéria seca apresenta menor teor do que daquele encontrado para alga desidratada, mas é superior ao do tonificante, que se trata do produto obtido na segunda filtração. Os resultados apresentados são animadores, já que todos os produtos apresentaram teores de proteínas consideráveis.

Agradecimentos

Agradeço a UFRN, EAJ (Escola agrícola de Jundiaí) e ao laboratório LAQUANAP

Referências

Carneiro, M. A. A. 2011. Fenologia, aspectos ecofisiológicos e seleção de linhagens em cultivos no mar de Gracilaria birdiae (Rhodophyta, Gracilariales) no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Tese de Doutorado não publicada, Universidade de São Paulo, São Paulo, 134 p.
Marinho-Soriano, E. Estudo sobre Macroalgas marinhas. 49-64 p.In: Dra. Sathyabama Chellappa, Dra. Eliane Marinho-Soriano, Dr. Marcos Rogério Câmara e Dr. André Megali Amado. (Org.). Ciências Aquáticas: 50 anos de pesquisa no Rio Grande do Norte, Brasil. 1 ed. Natal/RN: Editora ServiGraf, Natal/RN, 2013, v. 1, 208 p.
Bezerra, A. F. 2008. Cultivo de algas marinhas como desenvolvimento de comunidades costeiras. Dissertação de Mestrado não publicada, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 69 p.

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