Análise Termogravimétrica de leite de cabra liofilizado

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Química Analítica

Autores

Castro, H.G.C. (UFRN) ; Gomes, J.S. (UFRN) ; Moura, L.V.P. (UFRN) ; Moura, M.F.V. (UFRN)

Resumo

Neste trabalho foi estudado o perfil termogravimétrico do leite de cabra liofilizado. Obtendo-se cinco etapas bem definidas para a decomposição este tipo de amostra em procedimento realizado em atmosfera de ar.

Palavras chaves

leite de cabra; análise termogravimétrica; liofilização

Introdução

A espécie animal Caprina, cientificamente chamada Capra aegagrus hircus, são animais considerados excelentes reprodutores e produtores de leite. O leite de cabra além de contribuir com a formação dos ossos e na prevenção da osteoporose devido ao alto teor de cálcio, ele mantém a quantidade de ferro necessária às atividades do organismo sendo muito importante no combate à anemia. O leite de cabra também é considerado hipoalergênico por conter menos caseína alfa-1, uma substância responsável pelas alergias ao leite de vaca. Desse modo, pessoas alérgicas ao leite comum podem tomar o leite de cabra sem grandes problemas. O leite de cabra também é muito rico em diversos minerais tais como: magnésio, manganês, fósforo, vitamina A, vitamina D, dentre outros. Além disso, contém 20% de colesterol a menos que o leite de vaca. Dessa forma, se tornou um aliado importante no combate à obesidade. A caprinocultura leiteira tem aumentando de maneira significativa no cenário da agropecuária Brasileira, mas, o consumo do leite de cabra tem sido utilizado na alimentação humana há milênios, e em comparação com o leite de vaca sua digestão e absorção é duas vezes mais rápida, apresentando um alto poder nutritivo. No Brasil, segundo dados da Organização nas Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), existem cerca de 13 milhões de caprinos, correspondente ao 10º rebanho do mundo. Todavia, a produção de leite de cabra contribui apenas com 1,3%, aproximadamente 141 mil toneladas. A França, por exemplo, produz cerca de 500 mil toneladas anualmente, sendo maior produtor mundial de queijo de leite de cabra. E na região Nordeste concentra 94% do rebanho caprino Brasileiro, principalmente no semiárido.

Material e métodos

As amostras foram obtidas de animais da Escola Agrícola de Jundiaí (UFRN). O leite de cabra foi obtido por ordenha manual e transportado até o laboratório do Instituto de Química, sob refrigeração em depósitos de isopor com gelo e mantida em refrigerador até o momento da liofilização. A amostra foi congelada em nitrogênio líquido e colocada imediatamente no liofilizador (marca Torroni, modelo Enterprise I) acoplado a bomba de vácuo e mantidas nas condições tais para liofilização. O tempo decorrido para a liofilização foi de 48 h. O pó de leite de cabra liofilizado obtido foi submetido à decomposição utilizando um Sistema SDT da TA Instruments. As condições de análise foram cadinho de alumina, atmosfera de ar na vazão de 50 mL/min, razão de aquecimento de 20 oC/min, massa de amostra de 4 mg e aquecimento da temperatura ambiente até 1000 oC.

Resultado e discussão

A Figura 1 apresenta a curva obtida por termogravimetria. Foram identificadas cinco etapas de perda de massa. Na Tabela 1 são apresentados os dados dessa análise, onde se pode observar os intervalos para cada etapa com a temperatura inicial (Ti) e temperatura final (Tf), a temperatura onde ocorreu a maior perda de massa (Tp) e a variação de massa ocorrida (Δm) na respectiva etapa. Na primeira etapa foi perdida a umidade e voláteis leves que dão odor ao leite. Na segunda, terceira e quarta etapas tem-se a decomposição da matéria orgânica e na quinta etapa tem-se a transformação dos carbonatos, obtidos da decomposição da matéria orgânica, em óxidos, principalmente de cálcio.

FIGURA 1

CURVAS TG/DTG

Tabela 1

Resultados termogravimétricos

Conclusões

A liofilização do leite antes do procedimento de análise por termogravimetria mostrou ser uma técnica muito eficiente para poder executar a análise por termogravimetria nesse tipo de amostra, por causa do grande conteúdo de água existente na amostra “in natura”.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao Instituto de Química da UFRN, à PROPESQ pela bolsa concedida e ao REUNI/MEC/Governo Federal pela aquisição do instrumento.

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