ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICAS DE ÁGUAS MINERAIS COMERCIALIZADAS EM TERESINA-PI

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Química Analítica

Autores

Araújo Sousa, D. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ- UESPI) ; Pinheiro Paz, W.H. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ- UESPI) ; da Siva Santos, J. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ- UESPI) ; Oliveira Braga, D. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ- UESPI) ; de Oliveira Torres, J.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ- UESPI)

Resumo

Este trabalho tem como objetivo avaliar as características físico-químicas das águas minerais comercializadas em Teresina- PI, obtidas nos supermercados e comércios, no qual foram analisadas 5 marcas diferentes. Levando em consideração que a qualidade e a caracterização da água são de extrema importância para nosso consumo, entretanto se esse produto conter irregularidades pode afetar a saúde humana. Dessa forma a qualidade desse produto é definida através de suas características físico-químicas. A metodologia se baseia na caracterização desses parâmetros tais como: teor de cloreto, magnésio, cálcio, alcalinidade, medidas de pH, dureza e condutividade elétrica.

Palavras chaves

águas minerais; características físico-qu; qualidade

Introdução

A preocupação com a qualidade da água que consumimos tem sido uma preocupação nos últimos anos, devido à decorrência progressiva da poluição de águas que tem acarretado uma demanda de água mineral em todos os países. Isso é decorrente ao gosto e o odor desagradável causado pela adição de substancias nos abastecimentos públicos que tem causado essa demanda (DIAS, et al. 2010). De acordo com a ANVISA as águas minerais são obtidas de fontes naturais, artificiais e de origens subterrâneas e são caracterizadas pelos parâmetros físico-químicos, ou seja, pela sua caracterização do conteúdo definido e sua composição química. A presença de alguns sais (composição iônica) e de oligoelementos e outros constituintes contidos nas aguas minerais é benéfica à saúde do ser humano, entretanto o consumo elevado de sais acima do indicado é comprometedora e prejudicial à saúde. (BRASIL, 2000). Esta mesma resolução estabelece os padrões de identidade e de qualidade para a água mineral natural no Brasil. Isso é feito, através de sua legislação específica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A classificação dessas águas é feita de acordo com a sua composição química e com a fonte de acordo com os artigos 35 e 36 do Código de Águas Minerais. A ANVISA e o DPNM (Departamento Nacional de Produto Mineral) são os que fiscalizam esse produto. O aumento do consumo de águas minerais está relacionado com a poluição de abastecimento das grandes cidades e os efeitos benéficos a saúde no qual os consumidores acreditam que esse produto possa ter. Dessa forma, o conhecimento das características físico- químicas das águas minerais é muito importante para a garantia da saúde da população (ROCHA, et al. 2009).  

Material e métodos

As águas analisadas foram adquiridas nos comércios e supermercados de Teresina- PI no qual foram utilizadas cinco marcas diferentes, onde as mesmas estavam em condições normais de armazenamento e dentro do prazo de validade. Foram feitas no laboratório de química da Universidade Estadual do Piauí as análises físico- químicas para a determinação de: cloreto (Cl-), cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+), alcalinidade em termos de carbonato de cálcio (CaCO3), dureza total (Ca e Mg), potencial hidrogeniônico (pH) e condutividade elétrica de acordo com o Manual prático de análise de água (FUNASA, 2013) e TORRES (2012). A alcalinidade em termos de carbonato de cálcio (CaCO3), foi determinada por titulação com acido forte, H2SO4, em presença de indicador misto (ADAD,1982). Para a determinação da dureza total e dureza do cálcio, em mg/L, foi utilizado o método complexiométrico com uma solução padronizada de EDTA 0,1 mol/L na presença do indicador Negro de Eriocromo T. Já a dureza do magnésio foi obtida pela diferença entre a dureza do cálcio e a dureza total (TORRES, 2012). A determinação de Cloretos foi feita através do método argentimétrico: método de MOHR, no qual é usada solução padrão de AgNO3 na presença do indicador K2CrO4 (cromato de potássio). O método baseia-se na precipitação do cloreto de prata que é branco e depois na precipitação do cromato de prata, que é vermelho indicando o final da titulação (BACCAN, 2001). A condutividade elétrica foi realizada através do método de condutância direta por meio de um condutivímetro.

Resultado e discussão

Os resultados para os parâmetros físico-químicos analisados as cinco amostras são mostrados na figura 1, contendo os valores permitidos pela legislação para cada parâmetro. A figura 2 mostra os valores contidos nos rótulos das águas minerais onde os mesmos serão comparados com os resultados encontrados na análise de cada água. Os resultados foram comparados com os valores permitidos pela FUNASA e ANVISA, realizou-se a média das analises, onde foram realizadas em triplicatas. Foi possível observar que houve uma grande variação entre os valores encontrados nas análises com os valores contidos nos rótulos. Todas as amostras apresentaram pH dentro do valor estabelecido pela Portaria nº 518, de 25/03/2004 do Ministério da Saúde, observou-se que as mesmas apresentaram caráter alcalino exceto a amostra E que apresentou um valor de pH igual a 4,0. Na dureza total nenhuma das marcas apresentou indicação da dureza total no rótulo. Quanto à dureza do cálcio e magnésio, a marca C apresentou valores maiores e as marcas A, B e D obtiveram valores menores que aqueles contidos nos rótulos. Todas as marcas atendem o limite para a dureza total que é de 500 mg/L e para cálcio e magnésio que são de 250 e 150 respectivamente. (FUNASA 2013). Na concentração de cloretos, todas as amostras resultaram em um teor acima das informações dos rótulos, entretanto as mesmas se encontram dentro do valor permitido pela legislação que é de 250 mg/L. Para a alcalinidade todas elas apresentaram bicarbonato, e estão dentro do valor permitido que é de 750 mg/L. Para a condutividade elétrica não há parâmetros estabelecidos por lei, porém, todas elas apresentaram valores relativamente elevados, ou seja, maiores que 200 µScm-1, destacando-se uma amostra com fonte no estado do Ceará, que continha 712,4 µScm-1.

FIGURA 1

Resultados obtidos para os parâmetros físico- químicos analisados nas cinco amostras de águas minerais e os valores contidos na literatura.

FIGURA 2

Resultados obtidos pelas informações no rotulo do produto.

Conclusões

Verificou-se que as águas minerais analisadas estão inferiores aos valores máximos permitidos, tendo uma dispersão relativamente boa, para cada determinação. Todas apresentam alcalinidade atribuída ao bicarbonato, e, sob ponto de vista físico-químico essas águas estão próprias para o consumo humano e atendem as normas fixadas pela ANVISA e FUNASA.

Agradecimentos

A DEUS; AO PROFESSOR DR. JOSÉ ROBERTO DE OLIVEIRA TORRES PELA DISPONIBILIDADE DURANTE A REALIZAÇÃO DO TRABALHO E A COLABORAÇÃO DE JESSÉ DA SILVA SANTOS.

Referências

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ADAD, J. M. T. Controle químico de qualidade. editora Guanabara Dois S.A, Rio de Janeiro, 1982.
BACCAN, N. Química analítica quantitativa elementar – São Paulo: Campinas: Universidade Estadual de Campinas, pg. 233, 2001.

BRASIL, Fundação Nacional de Saúde. Manual Prático de Análise de Água / Fundação Nacional de Saúde – 4. Ed. – Brasília: FUNASA, 2013. p 150. Disponível em: <http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/files_mf/manual_pratico_de_analise_de_agua.pdf.> Acesso em 16/06/14 às18h47min.

BRASIL, DNPM- Departamento Nacional de Produção Mineral. Decreto-Lei Nº 7841, de 08/08/1945, DOU de 08/08/1945. Código de águas minerais. Disponível em < http://www.dnpm.gov.br/conteudo.asp?IDSecao=67&IDPagina=84&IDLegislacao=3>. Acesso em 10/06/ 2014.

BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº. 54 de 15 de junho de 2000. Regulamento Técnico para fixação de identidade e qualidade de água mineral natural e água potável. Disponível em:< http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2000/54_00rdc.htm > Acesso em 12/06/14 as21h43min.

BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria 518 de 25 de março de 2005. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Água Mineral Natural e Água Natural.

DIAS, L. P; MACÊDO, J. S. R; SOUSA, A. L; CRONEMBERGER, M. G. O; Características físico-químicas de quatro marcas de água mineral comercializadas em Teresina-pi. Piauí. 2010. Disponível em <http://connepi.ifal.edu.br/ocs/index.php/connepi/CONNEPI2010/paper/ view/651/390> Acesso em 16/06/14 as 18h 06 min.
ROCHA, C. O; GADELHA, A. J. F; VIEIRA, F. F; RIBEIRO, G. N; Análise físico-química de águas minerais comercializadas em Campina Grande – PB. Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.4, n.3, p. 01. 2009.
TORRES, J. R. O; TORRES, T. D.T. Experimentos em química analítica quantitativa. Imperatriz-MA. Ed Ética, 2012.

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