ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Química Analítica
Autores
Campos, V.N.S. (UEMA) ; Vieira, D.S. (UEMA) ; Santos, M.S. (UEMA) ; Araujo, H.C. (UEMA) ; Carvalho, W.L. (UEMA) ; Nahuz, M.S.L. (UEMA)
Resumo
Todos os processos que envolvem a descontaminação ou desinfecção devem ser os mais efetivos possíveis. O peróxido de hidrogênio é usado como um antisséptico para a esterilização na limpeza hospitalar, podendo efetivamente matar os micróbios causadores de doenças. Neste trabalho fez-se a determinação do teor de peróxido de hidrogênio contido em águas oxigenadas, utilizadas em três dos maiores hospitais públicos da cidade de São Luís como antissépticos, a fim de monitorar suas qualidades de uso. Os resultados das análises demonstram que das cinco amostras analisadas, três encontram-se dentro dos parâmetros estabelecidos pelo rotulo e duas estão com padrão abaixo do estabelecido pelos fabricantes.
Palavras chaves
Antissépticos; Permanganometria; Peróxido de Hidrogênio
Introdução
A limpeza e a desinfecção tornaram-se fatores de grande importância no controle de infecção hospitalar (ANVISA, 2010). Cada vez mais se utiliza produtos químicos a fim de garantir a assepsia de ambientes e dos pacientes, bem como a segurança de todos os que adentram esses estabelecimentos incluindo as equipes de profissionais de saúde (KALIL, 1994). Dentre os agentes químicos, os antissépticos são formulações que possuem a função de eliminar ou inibir o crescimento de micro-organismos quando aplicados sobre a pele ou mucosas. Os antissépticos também apresentam uma atividade residual, ou seja, atividade química persistente sobre a pele (BRASIL, 2010). O peróxido de hidrogênio é o agente químico mais comum utilizado para assepsia. Quando utilizado na concentração de 10 volumes torna-se altamente oxidante, ativo, mesmo em presença de matéria orgânica, produzindo radical hidroxila livre, que ataca a membrana lipídica, o DNA e outros componentes essenciais à célula (KALIL, 1994). Com o objetivo de monitorar a qualidade dos antissépticos utilizados em hospitais da rede pública da cidade de São Luís – MA, realizou-se a dosagem quantitativa por permanganometria nas cinco principais marcas de água oxigenada comercial utilizadas para esse fim na cidade de São Luís.
Material e métodos
Após o levantamento das cinco principais marcas de água oxigenada utilizadas nos três maiores hospitais públicos da cidade de São Luís, adquiriram-se as amostras lacradas, em diferentes estabelecimentos comerciais da cidade. A seguir procedeu- se com a análise quantitativa por permanganometria, em meio ácido, utilizando como reagente analítico solução de permanganato de potássio 0,1N, previamente padronizada (VOGEL, 2011). Todas as análises foram realizadas em triplicata visando à precisão dos resultados analíticos, que foram expressos através da média dos valores experimentais de reprodução analítica.
Resultado e discussão
Os resultados médios experimentais da concentração, em volumes de oxigênio, das
marcas analisadas, descritas neste trabalho por A, B, C, D e E bem como os
valores respectivos dos desvios padrão, revelaram teores percentuais iguais a
9,89% ( =0,05) 9,99% (=0,04), 9,94% (=0,01), 7,86% (= 0,02) e 8,65%
(=0,01). As observações retiradas dos rótulos das marcas analisadas indicaram,
para todas as amostras, concentração igual a 10 volumes de oxigênio e o preço,
em real, variando de R$ 0,59 a R$ 4,40. De acordo com os resultados obtidos,
três amostras analisadas apresentaram valores de concentrações analíticas de
acordo com o indicado no rótulo pelo fabricante e duas amostras apresentaram
concentrações abaixo do especificado no rótulo. Os dados dos fabricantes bem
como os preços, em real, das marcas analisadas e ainda os valores médios das
concentrações analíticas obtidas por permanganometria estão dispostos na tabela
1.
Tabela 1: Dados dos fabricantes, preços (R$) das marcas analisadas e valores médios das concentrações analíticas.
Conclusões
A determinação da qualidade de produtos químicos, em especial daqueles utilizados na área da saúde é um fator extremamente importante. Observando-se o universo de amostras analisadas, considera-se o resultado com concentrações abaixo do especificado no rótulo (40%) bastante expressivo e um indicativo da importância do profissional da química no contexto social do nosso país, por entendermos que desvios nas características recomendadas e no teor do princípio ativo podem significar riscos graves para a saúde dos pacientes, podendo até mesmo tornar-se um problema de saúde pública.
Agradecimentos
Laboratório de Macromoléculas e Produtos Naturais da UEMA.
Referências
ANVISA , Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso Básico de Controle de Infecção Hospitalar: Caderno C − Métodos de Proteção anti-infecciosa [acesso 2014 mai 28]. Disponível em: [http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pdf/CIHCadernoC.pdf].
KALIL, E.M, COSTA, A.J.F. Desinfecção e esterilização. Acta Ortop Bras. 1994; 2(4):1-4.
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 35, de 16 de agosto de 2010. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para produtos com ação antimicrobiana utilizado sem artigos críticos e semicríticos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília (DF); 18 ago 2010; Seção 1:44-6.
VOGEL, Arthur Israel. Análise química quantitativa. 6. ed. Rio de janeiro: LTC, 2011. 488p.