ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Química Analítica
Autores
Martins, D.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Almeida, W.C.G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Fonsenca, D.R.M. (VIGILANCIA SANITARIA) ; Bitencourt, H.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Moura, G.N. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Diniz, V.W.B. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)
Resumo
O trabalho realizado objetivou avaliar a qualidade físico-química e bacteriológica da nascente da água da praça da bica no município de Tucuruí-PA. Foram avaliados pH, Temperatura, cloreto, turbidez, condutividade, sólidos totais em suspensão, sólidos totais, sólidos totais dissolvidos, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, cor aparente, coliformes totais e coliformes termotolerantes. Os resultados foram comparados aos padrões estabelecidos pelas legislações vigentes para água de consumo humano. Os parâmetros físico-químicos e bacteriológicos encontrados atenderam aos padrões recomendados pela portaria 2914/2011. Os resultados das análises mostram que a água da bica no município de Tucuruí-PA, encontra-se apropriada para o consumo humano.
Palavras chaves
potabilidade; água; análise
Introdução
A qualidade da água é vulnerável as condições ambientais a qual está exposta. Sua preservação é uma necessidade universal, que exige atenção por parte das autoridades e consumidores em geral, particularmente no que se refere à água subterrânea, destinados ao consumo humano, visto que sua contaminação por microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, pode torná-las um veículo de transmissão de agentes de doenças infecciosas e parasitárias, (D’AGUILA et al, 2000). O município de Tucuruí situa-se na mesorregião Sudeste Paraense e pertence a microrregião de Tucuruí, a qual faz parte da sub-bacia do Araguaia- Tocantins. Segundo o Censo Demográfico de 2000, realizado pelo IBGE, essa microrregião tem uma densidade populacional (2,2 hab/km²), abrigava cerca de 274.000 habitantes, sendo a população urbana (56%) ligeiramente maior que a rural. Na cidade de Tucuruí, existem várias fontes naturais de água, localizada em vários bairros como Colinas, Pimental, Paravoá, Santa Mônica, São Francisco e Santa Izabel, mas a única fonte que recebe um tratamento adequado e serve para consumo humano é a bica, situada no bairro Santa Teresinha. Este trabalho se propôs a avaliar a água da nascente da praça da bica que serve como consumo para uma grande parte da população do município de Tucuruí- PA, para isso, foi avaliado os parâmetros físico-químicos (pH, Temperatura, cloreto, turbidez, condutividade, sólidos totais em suspensão, sólidos totais, sólidos totais dissolvidos, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio e cor aparente), e também os parâmetros bacteriológicos (coliformes totais e coliformes termotolerantes).e os resultados foram comparados com aos padrões de potabilidade da Portaria MS nº 2914/2011.
Material e métodos
A coleta das amostras foi realizada em várias etapas. Iniciou-se com análise bacteriológica e uma parte físico-químico na qual foi realizada oito coletas no período de 05/03/2012 à 28/06/2012, no período da manhã, com a utilização de frascos de vidro com rolha esmerilada devidamente lavado e etiquetado, e para atender as análises bacteriológicas foram utilizados frascos em âmbar previamente esterilizado. Após a coleta os frascos foram identificados e acondicionados em caixas térmicas de isopor com gelo. Após a coleta as amostras foram encaminhadas para análise no laboratório. Duas formas de coletas foram realizadas, uma para atender as análises de caráter físico-químico, outra para análise bacteriológica, com cuidados e métodos específicos para cada forma de amostra. As análises foram realizadas utilizando os procedimentos de análise volumétrica, gravimetria e método instrumental, como é de praxe em um laboratório de análise de águas. Todas as amostras foram analisadas em triplicata.
Resultado e discussão
Todos os resultados das análises físico-químicas e bacteriológicas obtidos neste
estudo estão apresentados de acordo com a Legislação vigente, Portaria MS nº
2.914, de 12 de dezembro de 2011, exceto os valores de pH e condutividade.
Os índices de pH das amostras analisadas mostraram valores entre 4,8 e 5,0, ou
seja, pH abaixo do padrão, isso deve-se certamente às características do solo da
Amazônia que é ácido.
Nas Amostras analisadas no presente estudo foram encontrados valores de
condutividade de 88,7 à 119 μS/cm-1. Para as amostras de águas naturais tem
condutividade na faixa de 10 a 100 μS/cm-1, enquanto em amostras muito
contaminadas por esgoto, a condutividade pode variar de 100 a 10.000 μS/cm-1
(BRASIL, 2006;CETESB 1995). Porém o valor encontrado na amostra não indica
necessariamente contaminação química elevada. Pode apenas refletir a natureza e
composição das rochas e do solo que entram em contato com essas águas
subterrâneas.
De maneira geral, foi observado que a maioria das águas analisadas apresenta
temperatura no intervalo de 27ºC a 29ºC, evidenciando as características do
clima local, quente e seco. (MESSIAS, 2008).
Os teores de cloreto variaram entre 0-0,2 mg/L; a turbidez variou entre 0,17-
0,56 uT; Os sólidos totais em suspensão variaram entre 12,6 e 21,8 mg/L; os
sólidos totais variaram entre 102 e 174 mg/L; Os sólidos totais dissolvidos
variaram entre 97 e 152 mg/L; os teores de oxigênio dissolvido oscilaram entre
3,98 e 5,75 mg/L; os valores de demanda bioquímica de oxigênio variaram entre
0,29 e 0,53 mg/L. As análises para coliformes totais e coliformes
termotolerantes apresentaram ausência. Todos estes parâmetros estão dentro dos
valores recomendados na Portaria MS nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011.
Conclusões
A água da nascente da Bica encontra-se apropriada para o consumo humano conforme a Legislação vigente. Somente o parâmetro de pH apresentou-se em desacordo com a Portaria MS nº 2.914/2011. Há uma parceria firmada entre a Prefeitura Municipal de Tucuruí, alguns clubs beneficientes de Tucuruí e um morador da vizinhança para realizar o processo de adição de hipoclorito de sódio na rede que compõem o sistema estudado. Os resultados evidenciam que este processo de tratamento esta sendo realizado de forma adequada e eficiente, o que permite a água ser adequada para o consumo humano.
Agradecimentos
Referências
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Legislação em vigilância sanitária. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/dab/saudebucal/ legislação/portaria2.914_12_12_11. pdf>. Acesso em: 17 jun 2012.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância e Controle da Qualidade da Água para Consumo Humano. Brasilia: Ministério da Saúde, 2006ª.
CETESB. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Avaliação da Qualidade das Águas de São Paulo.São Paulo: Diretoria de Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia, 1995.
D'AGUILA, P. S.; ROQUE, O. C. C.; MIRANDA, C. A. S. & FERREIRA, A. P., 2000. Avaliação da qualidade de água para abastecimento público do Município de Nova Iguaçu. Cadernos de Saúde Pública, 16: 791-798.
MESSIAS, T. G. Influência da toxicidade na água e do sedimento dos rios São Joaquim e Ribeiro Claro na bacia do Corumbataí. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Centro de Energia Nuclear na agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.