ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Físico-Química
Autores
Gomes, Y. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE)
Resumo
Desde a Revolução Industrial, o desenvolvimento da humanidade está intimamente ligado à busca por novas fontes de energia. Essas fontes são, na atualidade, uma das principais preocupações mundiais, devido a sua capacidade de afetar o meio ambiente.Na tentativa de controlar as emissões de poluentes, novas tecnologias passaram a ser estudadas.Surgiram os veículos flex-fuel, que permitem a utilização de álcool e gasolina ou misturas entre os dois combustíveis, em um mesmo tanque. No presente trabalho, amostras de gasolina tipo “C” foram analisadas com o intuito de avaliar a quantidade de álcool presente comparando as especificações da ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
Palavras chaves
Combustível; Teor de álcool; Tecnologia flex-fuel
Introdução
A gasolina é um derivado de petróleo constituído por hidrocarbonetos aromáticos, olefínicos, naftênicos, parafínicos e isoparafínicos, mais leves do que aqueles que compõem o óleo diesel, sendo em sua maioria saturados (somente com ligações simples) e com cadeia carbônica contendo de 5 a 11 átomos de carbono. A faixa de ebulição é compreendida entre 30 e 215 oC. Além dos hidrocarbonetos, a gasolina contém em menor quantidade produtos oxigenados, compostos de enxofre e nitrogênio e certos metais. A formulação da gasolina pode demandar a utilização de diversas vertentes dos processos de refino do petróleo.No Brasil, a gasolina disponibilizada nos postos revendedores possui como composto oxigenado o álcool etílico anidro combustível (AEAC), sendo o teor de álcool especificado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e biocombustíveis – ANP. O álcool contido na gasolina dissolve-se na água porque suas moléculas são polares como as da água. Substâncias polares dissolvem-se melhor em solventes polares e substâncias apolares dissolvem-se melhor em solventes apolares. São definidos e especificados cinco tipos de gasolina para uso em veículos automotores.Todos devem atender às especificações estabelecidas pela Portaria ANP nº 309/2001. Gasolina comum tipo A,Gasolina Premium tipo A,Gasolina comum tipo C, Gasolina aditivada tipo C e Gasolina Premium tipo C.O presente trabalho vai aborda a qualidade da gasolina comercializada em Natal-RN, por diversas analises.
Material e métodos
Materiais : proveta volumétrica de 100 mL com boca esmerilhada e tampa, marca Schott Duran,Becker de 100 ml, Becker de 400 ml,conta gotas e dois termômetros. Solventes : Amostra,Solução de NaCl 10% Foi pesado 5g de NaCl no Becker para preparar a solução. Foi adicionando-se água, e à medida que o soluto era dissolvido era transferido para o balão. Quando o soluto foi todo dissolvido, os 50 ml foram completados com água. Essa solução de NaCl foi usada para aumentar a solubilidade do álcool em água, pois sendo este sal um composto iônico a sua solução é mais polar do que a água pura (contém íons), desta maneira consegue-se extrair com mais eficiência o álcool da camada orgânica, gasolina (apolar). Depois de preparar a solução, foi colocado 50 ml de amostra de gasolina na proveta, e completado os 100 ml com a solução. Foi tampada a proveta,e invertida 10 vezes.O sistema foi deixado em repouso por 10 minutos,e a partir do volume de água+álcool constatou-se o volume de álcool e a porcentagem.
Resultado e discussão
Considerando-se o volume da mistura água/álcool,e o volume de álcool na
gasolina, temos a equação :
teor de AEAC foi calculado utilizando-se a seguinte equação:
AEAC = [(A – 50) x 2] +1
Onde: A = volume final da camada aquosa, em mililitros;
-50 = subtração do volume inicial da camada aquosa;
x 2 = duplicação da variação de volume da camada aquosa, para que o mesmo seja
expresso em porcentagem;
+1 = acréscimo ao resultado final, devido à redução de volume da fase aquosa,
que ocorre na interação intra-molecular entre a água e o álcool.
Suponha que o volume inferior (água) resultou em 62ml na proveta:
1 – Lembrando que você colocou 50ml de água e você acabou de encontrar 62ml,
significa que o aumento da solução aquosa foi 12ml;
2 – O resultado é 12ml, ou seja, o aumento (A) da camada aquosa foi de 12ml
3 – Multiplica 12 x 2 = 24, soma 24 + 1 = 25. Este é o teor alcoólico que poderá
ter uma variação de -1 a +1.
Nota:O Percentual de álcool na gasolina é fixado pelo Ministério da agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA) de acordo com a Lei 10.203 de 22/02/2001. Assim
é necessário ficar atendo para as mudanças destes percentuais.
Apos o repouso de 10 minutos, foi analisado o volume da fase aquosa e calculado o percentual de alcool
Conclusões
Os resultados obtidos na análise físico-químicas realizadas nas amostras de gasolina “C” mostraram que o teor de álcool anidro combustível está em conformidade com as especificações em vigor da ANP. Portanto, os combustíveis apresentaram bons requisitos de qualidade para serem utilizados em veículos automotores.A partir da análise, pode-se concluir que a gasolina não está adulterada, pois a sua concentração é de 25%, e a concentração de álcool na gasolina brasileira, segundo o CNP (Conselho Nacional do Petróleo), deve estar entre 18 % e 25%
Agradecimentos
Agradeço ao meu Orientador Professor Antônio Souza de Araújo pelo apoio e incentivo,ao Laboratório de combustível e lubrificantes pela sua estrutura
Referências
DELGADO, R. C. O. B. Preparação e caracterização de misturas de gasolina e álcool etílico hidratado, e propriedades térmicas do resíduo de destilação das misturas para Tecnologia Flex-Fuel. 2006. 162 f. Tese (Doutorado em química) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Natal, 2006.
file:///C:/Users/TARC/Downloads/CRONOLOGIA%20ETANOL%20ANIDRO%20-%20GASOLINA%20NO%20BRASIL(2)%20(1).pdf
http://www.anp.gov.br/?id=478
Ministério Público Federal. Gasolina adulterada batizada – entendendo a alteração de combustíveis. São Paulo, 2006.