SÍNTESE DE BIOCOMBUSTÍVEL A PARTIR DE LIXO ORGÂNICO

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química

Autores

Ferreira Dias, F. (IFMT- BELA VISTA) ; Ferreira da Cruz Silva, Y.M. (IFMT- BELA VISTA) ; Alves Jaques, J.M. (IFMT- BELA VISTA) ; Boa Sorte Carneiro, E. (IFMT - BELA VISTA)

Resumo

Pesquisas atuais mostram o lixo como um dos principais problemas da sociedade. Diariamente, cerca de 250 mil toneladas de lixo são produzidas no Brasil. Destes, mais de 50% são lixos orgânicos que, hodiernamente possuem poucas ou nenhumas reutilizações, somente causando problemas graves ao meio ambiente e ao efeito estufa. Nossa proposta é justamente utilizar esses produtos desprezíveis para a formação de biocombustíveis, buscando a matéria prima nos maiores centros de distribuição de alimentos orgânicos, as feiras. Juntamos restos de frutas e legumes não vendáveis que possuem alto teor de açucares, e fermentamos para produzir o álcool. Resolvendo dois problemas sociais, o descarte e utilização correta do lixo e conseguimos encontrar outra fonte de combustível barata e simples.

Palavras chaves

Bioetanol; Restos de Feiras; Lixo Orgânico

Introdução

O desperdício de alimentos no Brasil e no mundo vem diminuindo através ações de organizações não governamentais (ONG’s) que conscientizam a população para o não desperdício , e fazendo com que essas sobras de alimentos cheguem à mesa dos necessitados. Mas ainda assim o desperdício continua sendo uma preocupação. Segundo dados da Embrapa, em pesquisa feita no ano de 2006 , 26,3 milhões de toneladas de alimentos por ano tiveram lixo como destino. Diariamente, desperdiçamos o equivalente a 39 mil toneladas de lixo orgânico, quantidade suficiente para alimentar 19 milhões de brasileiros, com três refeições básicas, sendo café da manhã, almoço e jantar. Dentre todos os lugares de onde se deriva o desperdício (como casas, restaurantes, bares, lanchonetes), encontram-se as feiras livres. As quais tem o maior índice de desperdício. Somente no estado de São Paulo, mais de mil toneladas de produtos alimentícios vão para o lixo todos os dias (Dias, 2003) Inteiradas dessas informações, nossa ideia é tornar útil o desapropriado ,reutilizando lixo orgânico para a obtenção de biocombustível. O Brasil é um importante produtor de combustíveis alternativos. Porém, tem apresentado problemas com o custo elevado para a produção destes. Propomos então uma fonte de energia que provém de lixo, produto inacabável, com pouco custo para produção. Não é necessário plantio nem espaço. Somente a coleta. Utilizamos os desperdícios que formarão o lixo orgânico em algo ecologicamente correto, o bioetanol.

Material e métodos

Liquidificador, balança analítica, refratômetro, alcoômetro, utensílios (facas, colheres, bandejas, peneiras), água destilada, garrafas pet de 2 litros, mangueiras, fermento biológico (Saccharomyces cerevisiae), béqueres, provetas, sistema de destilação.Os restos de frutas foram lavados e picados, em seguida fez-se a trituração no liquidificador com água para a retirada da polpa. A cada 500g de frutas colocava-se 300 mL de água destilada. A pasta resultante da trituração obteve o grau Brix 10.Para descobrir a quantidade de levedura para fermentação, foi adicionado cinco concentrações diferentes de fermento (0g,10g, 20g, 30g e 40g) por litro de mosto em garrafas pet todos com a mesma temperatura, 24°C, e condições de armazenagem.Em 24 horas o término da fermentação foi definido pela análise de grau brix de todas as amostras. A estabilização foi comprovada repetindo a análise após 48 e 72 horas. Cada amostra obteve um grau brix diferente somente as amostras 2 e 3, com 10g e 20g de levedura respectivamente, estabilizaram em 2,1° brix que permitiu a escolha de quantidade necessária de fermento já que ambas igualaram o índice de fermentação. Optou-se pela amostra 2 a qual estava com menor quantidade de fermento.Posteriormente foi realizada outra amostragem, de maior quantidade, seguindo o mesmo procedimento, 10g de levedura por litro de polpa.Foram colocados 10 litros de polpa em um garrafão e 100g de fermento biológico.A fermentação ocorreu em 24 horas, porém, para verificação da constância da amostra esperou-se mais 24 horas.Depois de comprovada a estabilidade medida pela analise do grau Brix 3, o mosto foi peneirado e filtrado por meio de filtração simples, em seguida o líquido resultante passou por dois processos de destilação:simples e fracionada

Resultado e discussão

Conseguimos através de 10L de mosto (restos de frutas triturados e fermentados) obter o líquido restante de 2,3L depois de peneirado e filtrado para realizar a destilação simples. O fluido obtido conteve um teor de 10% de etanol, segundo a medição feita por densímetro e consultada na tabela de densidade. O mesmo passou por uma segunda destilação para separação da água conseguindo uma solução azeotrópica com uma reduzida quantidade de água, tornando o álcool suficiente para ser utilizado como etanol. Os resultados foram satisfatórios, pois a partir de restos de lixo orgânico que seriam aterrados ou descartados incorretamente tiveram um fim útil e proveitoso.

Conclusões

Com o resultado deste trabalho permite afirmar a possibilidade da produção de álcool na fermentação de polpa de frutas variadas com diferentes teores de açúcar. Foi obtida uma amostra liquida incolor, volátil e de odor característico.

Agradecimentos

Agradecemos aos feirantes contribuintes e a todos que ajudaram direta ou indiretamente na concretização deste projeto.

Referências

VELLOSO, Rodrigo. Comida é o que não falta. Superinteressante. São Paulo: Ed. Abril, nº 174, março/2009

BETTIM, A. F.; et. al. Fermentação Alcoólica, 2011. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAei5kAG/fermentacao-alcoolica. Acesso em 12 jun 2014.

-Desperdício de alimentos no Brasil , Disponível em http://www.sitiodomoinho.com/organicos/textos-e-publicacoes/16-desperdicios-de-alimentos-no-brasil-um-problema-de-todos. Acesso em 19 jul 2014.

-Modelo de Gestão da qualidade para o controle de Desperdício de alimentos em unidades de alimentação e nutrição. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/85188/225881.pdf?sequence=. Acesso 19 jul 2014.

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