ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Iniciação Científica
Autores
Nascimento Braga, D.J. (IFRO, CAMPUS PORTO VELHO CALAMA) ; Mariano Macedo, J. (IFRO) ; Silva Rodrigues, B.H. (IFRO, CAMPUS PORTO VELHO CALAMA) ; D.lima Queiroz, M.S. (IFRO, CAMPUS PORTO VELHO CALAMA) ; Oliveira Araújo, N.F. (IFRO, CAMPUS PORTO VELHO CALAMA)
Resumo
É crescente a preocupação de órgãos de saúde e de grupos de pesquisa no tocante ao consumo de refrigerantes entre jovens e crianças. Esse fato é facilmente visível no Campus Porto Velho Calama, onde os estudantes do nível médio costumam passar dois ou mais períodos nas dependências da instituição, mesmo o campus não ofertando curso integral. Esses estudantes costumam fazer suas refeições na cantina do IFRO e devido ao baixo custo, na maioria das refeições consomem refrigerantes. Com a finalidade de traçar um perfil do consumo de refrigerantes entre os estudantes do nível médio integrado, foi aplicado um questionário a 96 alunos distribuídos em 6 turmas de 1º, 2º e 3º anos, com idade entre 14 e 25 anos.
Palavras chaves
Refrigerantes; Consumo; IFRO
Introdução
Uma das consequências do processo de globalização e urbanização acelerada é a modificação dos padrões alimentares das populações. Tais mudanças podem ser traduzidas pela substituição gradual do consumo de bebidas mais saudáveis como sucos de polpas por bebidas industrializadas como os refrigerantes.(CARDOSO, 2011 apud RIBEIRO et al 2012). O Ministério da Saúde aponta que os refrigerantes são alimentos cada vez mais comuns na dieta da população jovem. De acordo com os dados, 42,1% dos brasileiros com idades entre 18 e 24 anos consomem refrigerantes cinco vezes ou mais na semana (MORAES, 2012). Essa preocupação vem ganhando destaque com relação ao consumo de refrigerantes, principalmente por crianças e jovens. Estudos realizados com ratos na Austrália e divulgados pela Sociedade de Neurociência, avaliou o efeito de refrigerantes e outras bebidas açucaradas à longo prazo no organismo desses mamíferos. O consumo à longo prazo levou à hiperatividade e alterações nas proteínas do órgão cerebrais, características semelhantes às que foram observadas em doenças como câncer e Alzheimer. De acordo com esse estudo, os ataques cardíacos, diabetes, ganho de peso, ossos frágeis, câncer de próstata, fraqueza muscular e paralisia podem ser consequências de uma dieta rica em refrigerante (MACRAE, 2013). Tendo em vista as possíveis complicações do excessivo consumo de bebidas industrializadas, em especial os refrigerantes entre jovens, esse trabalho tem o intuito de avaliar o perfil do consumo de refrigerantes entre os estudantes do IFRO, Porto Velho Calama, com idades entre 14 e 23 anos.
Material e métodos
Foi realizado um estudo descritivo e qualitativo com 96 estudantes matriculados nos 1º, 2º e 3º anos dos cursos integrados ao nível médio do Instituto Federal de Rondônia, Campus Porto Velho Calama. A pesquisa foi realizada por meio de um questionário com 12 perguntas objetivas e discursivas, que buscavam investigar os hábitos de consumo de refrigerantes e outras bebidas entre jovens com idades entre 14 e 25 anos, de ambos os gêneros. O questionário foi adaptado de Oliveira et al (2011). Não foi consultado o perfil socioeconômico dos estudantes entrevistados, sendo os participantes também sorteados nas turmas selecionadas. As repostas foram tabuladas no Excel e as respostas foram agrupadas de acordo com a semelhança e os dados representados em porcentagem.
Resultado e discussão
A estratégia selecionada para a aplicação dos questionários excluía os alunos das modalidades subsequente e graduação, uma vez que os estudantes do nível integrado costumam em sua maioria permanecer nas instalações do campus no contra turno às suas aulas. Nesses casos, grande parte costuma fazer as primeiras refeições como o café da manhã, o lanche da manhã, o almoço e o lanche da tarde no restaurante presente no campus. Dos 96 questionários aplicados, todos os entrevistados responderam integral ou parcialmente às perguntas. As respostas dos questionários foram tabuladas e ordenadas de acordo com a similaridade das respostas. Os refrigerantes listados na pesquisa foram todos os sabores convencionais, como Cola, Guaraná, Laranja, Limão e Uva. A preferência pelos sabores foi estabelecida pela seguinte proporção: Refrigerantes do sabor cola: 20%; Guaraná: 26%; Laranja: 8%; Limão: 3%; Uva: 10%; Cola e outros sabores: 10%; Outros sabores, exceto cola, 8%; Não consomem refrigerantes de Nenhum sabor: 15%. Considerando os horários de maior consumo, temos: Café/Lanche da manhã: 7,3% ; Almoço: 66,6%; Lanche da tarde: 11,5%; Jantar: 14,6%.
Sobre a preferência entre suco e refrigerante, 72% preferem beber suco; 23% preferem refrigerante e 5 % consomem ambos. O perfil de consumo está representado pela figura 1.
Quando questionados se o dia-a-dia caótico os obrigava a consumir refrigerantes, uma vez que 100% dos entrevistados respondeu que os sucos são mais saudáveis que refrigerantes, 58% dos alunos entrevistados acredita que o a rotina não influi no consumo de refrigerantes, contra 42% dos que creem nessa relação. Calculando-se a média do consumo, chegamos ao resultado demonstrado através da figura 2.
Figura 1-Representação gráfica dos sabores de refrigerantes mais consumidos entre os entrevistados.
Figura 2- A média do consumo de refrigerantes foi ordenada de acordo com o consumo diário, semanal e mensal, além dos que não consomem a bebida.
Conclusões
O estudo demonstrou que a totalidade dos entrevistados está ciente que sucos naturais são mais saudáveis que os refrigerantes, devido à ingestão excessiva de açúcar. Contudo, acredita-se que esse consumo esteja diretamente ligado ao poder aquisitivo, uma vez que um copo de suco natural pode muitas vezes custar o valor de um refrigerante de 1,5L a 2L. No entanto, devem ser adotadas políticas em prol da redução do consumo de refrigerantes, principalmente os de cola e guaraná que são ricos em cafeína, que pode provocar perda da concentração e insônia em caso de consumo excessivo.
Agradecimentos
À gerência da cantina do campus e aos alunos que participaram da pesquisa.
Referências
MACRAE, F. Could too many sugary fizzy drinks damage your brain? Regularly consuming beverages can 'profoundly' change the organ. Jornal Daily Mail. Disponível em http://www.dailymail.co.uk/health/article-2506971/Could-sugary-fizzy-drinks-damage-brain.html Acesso em 09/08/2014
MORAES, T. Refrigerante é bebida diária de mais de 40% dos jovens, diz pesquisa. DISPONÍVEL EM http://www.cozinhanet.com.br/Artigo.aspx/2036-REFRIGERANTE-%C3%89-BEBIDA-DI%C3%81RIA-DE-MAIS-DE-40--DOS-JOVENS--DIZ-PESQUISA)
OLIVEIRA, Ana Caroline Sant’Annade; SANTOS, Elisangela Pereira dos; SILVA, Michelle dos Santos da; VIEIRA, Thayane Paula Rocha e SILVA, Suzane Machado da. O impacto do consumo de refrigerantes na saúde de
Escolares do Colégio Gissoni. Revista Eletrônica Novo Enfoque, ano 2011, v. 12, n. 12, p. 68–79. Disponível em:
Revista Eletrônica Novo Enfoque, ano 2011, v. 12, n. 12, p. 68–79. Disponível em: http://www.castelobranco.br/sistema/novoenfoque/files/12/artigos/08.pdf
Acesso em: 07/08/2014
SANTOS, S.R.S.; AZEVEDO, P.F. Concorrência no mercado de refrigerantes: impactos de novas embalagens. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos. [citado 2011 Nov 20]. disponível em: http://www.ufrgs.br/decon/virtuais/eco02003a/ok_03.pdf.)