ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Iniciação Científica
Autores
Souza, J.C. (IFMT) ; Martins, T.A.S. (IFMT) ; Garcês, B.P. (IFMT)
Resumo
O estresse oxidativo atinge células do corpo devido a uma gama de fatores como respiração inadequada, insuficiência metabólica e também pela alta exposição a raios UV. Antioxidantes são compostos com uma grande quantidade de elétrons que ajudam a proteger as células do ataque das espécies reativas de oxigênio. Este trabalho visa o preparo de formulações lipossomais contendo quercetina para potencial aplicação em dermocosmética. As formulações lipossomais foram feitas pelo método de injeção etanólica e foi obtida uma taxa de encapsulamento de aproximadamente 97%.
Palavras chaves
antioxidantes; estresse oxidativo; nanotecnologia
Introdução
O estresse oxidativo é resultado de um desequilíbrio entre a produção e a eliminação de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio no organismo, sendo produzido por vários motivos como pela respiração inadequada, metabolismo funcionando de forma insuficiente, prática de exercício físico de forma intensa sem um preparo e também pela ação de raios UV. Este estresse pode ser diminuído se as células obtiverem uma quantidade maior de antioxidantes para a proteção das suas organelas das espécies reativas de oxigênio e nitrogênio. Um dos fatores preocupantes que causam o estresse oxidativo é a exposição a raios UV provenientes do sol. Estes raios em contato com as células além de causarem danos por si só, podem produzir as espécies reativas de oxigênio que reagem com quaisquer organelas celulares ricas em elétrons. DNA, membrana mitocondrial, membrana nuclear e a membrana celular são muito ricas, portanto são alvos preferenciais das espécies reativas de oxigênio. Há uma dificuldade em atingir a hipoderme com cremes como protetores solares, hidratantes entre outros, portanto necessita-se de alternativas para a proteção das células desta região. Uma das alternativas é a utilização de lipossomas, que são vesículas constituídas de fosfolipídeos que podem encapsular e carrear drogas pelo corpo. Estes lipossomas quando em aplicação tópica podem penetrar até a hipoderme levando assim o composto de interesse para esta região. A utilização de antioxidantes encapsulados em lipossomas pode ser uma alternativa para o combate ao estresse oxidativo sendo uma boa medida preventiva para o câncer de pele, pois quanto menor o estresse oxidativo, menor a possibilidade da incidência desta neoplasia.
Material e métodos
Lipossomas unilamelares foram preparados pelo método de injeção etanólica como descrito por Oliveira e colaboradores em 2005. Primeiramente foram preparadas soluções estoque de fosfolipídeos + colesterol nas proporções de 2:1, 3:1, 5:1 e 7:1 (m/m) em etanol absoluto. Também foi preparada a solução estoque de quercetina na concentração de 1 mmol L-1. As soluções de fosfolipídeos foram mantidas em congelador e quercetina foi mantida na geladeira na ausência de luz. Em seguida, em um microtubo foram misturados 1,0 mL da solução de fosfolipídeos com quantidades variáveis de quercetina. Após agitação, 750 µL da mistura foi colocada em uma seringa de 1,0 mL e a solução foi injetada lentamente (1 a 2 µL s-1) em 10,00 mL de solução salina (NaCl 0,15 mol L-1) à uma temperatura de 55ºC sob agitação constante de um agitador magnético. Após completa injeção os lipossomas foram dialisados para retirada de antioxidantes não encapsulados e solventes. O processo de diálise foi realizado duas vezes em 2 litros de solução salina cada durante uma hora. A taxa de encapsulamento dos antioxidantes foi determinada indiretamente. Inicialmente, os lipossomas foram purificados através de três centrifugações consecutivas a 3000 rpm por 90min, a 4ºC. Entre cada centrifugação, o sobrenadante foi retirado e reservado, sendo o precipitado reconstituído com igual volume de solução salina. Os três sobrenadantes foram agrupados, anotando-se o volume total para cada amostra de lipossomas. Deste total, retira-se 250µL e faz-se a leitura do espectro de absorbância através da absorção máxima da quercetina, calculando-se a concentração de antioxidante a partir da curva padrão. Posteriormente, será determinada a taxa de encapsulamento.
Resultado e discussão
A taxa de encapsulamento de quercetina em lipossomas unilamelares está mostrada no
gráfico 1.
Lipossomas com proporção de fosfolipídeo/colesterol de 3:1 e 5:1 foram os mais
eficientes no encapsulamento de quercetina, com taxas de aproximadamente 97%.
Nas proporções 2:1 e 7:1 a taxa de encapsulamento foi próxima dos 80%.
Os resultados mostram que o método de injeção etanólica é eficiente para o
encapsulamento de quercetina em lipossomas unilamelares, podendo ser utilizado
para o preparo destas vesículas para o potencial desenvolvimento de
dermocosméticos para o combate ao estresse oxidativo.
Taxa de encapsulamento de quercetina em lipossomas unilamelares
Conclusões
O método de injeção etanólica se mostrou eficiente para o encapsulamento de quercetina. Os lipossomas obtidos podem ser incorporados em cremes para utilização no combate ao estresse oxidativo. Será realizado um estudo de estabilidade dos lipossomas para avaliar se a quercetina continua encapsulada nos lipossomas após certo tempo em diferentes condições.
Agradecimentos
Agradecemos ao IFMT
Referências
OLIVEIRA, A. G., Lipossomas: Aplicações farmacêuticas e perspectivas futuras, Caderno de Farmácia, v. 9, n. 2, p. 71-76, 1993.
OLIVEIRA, C. A. et al, Preparation of 100 nm diameter unilamellar vesicles containing zinc phthalocyanine and cholesterol for use in photodynamic therapy. Chemistry and Physics of Lipids. v. 133, n. 1, p. 69-78, 2005.
CHORILLI, M. et al., Lipossomas e suas aplicações dermocosméticas. Infarma, v. 16, n. 7-8, p. 75-79, 2004.