Extrato da Pectis oligocephala como inibidor de corrosão do alumínio em H2SO4 1M

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Gomes, F.F.S. (UECE) ; da Silva, R.C.B. (UECE) ; Gomes, R.S. (UECE) ; Alencar, M.F.A. (UECE)

Resumo

Muitos inibidores de corrosão são indesejáveis devido sua toxicidade e uma nova alternativa tem sido o estudado das diferentes partes das plantas do semiárido brasileiro, pois são produtos baratos, facilmente disponíveis e renováveis. Por outro lado, o alumínio possui uma resistência à corrosão devido à presença de uma fina película de óxido adere sobre a superfície do metal. Mas quando expostas a níveis de pH extremos, ela pode se tornar instável. O presente estudo tem como objetivo verificar a eficiência de inibição de corrosão do alumínio em 1M H2SO4 do extrato de Pectis oligocephala. Foram realizados ensaios de imersão e de absorção atômica, que obtiveram o valor de 62,25% de eficiência inibidora e microscopia eletrônica de varredura que evidenciaram uma diminuição da camada de óxido.

Palavras chaves

Pectis oligocephala.; Alumínio.; Corrosão.

Introdução

A corrosão de materiais metálicos em solução ácida provoca custos consideráveis. Inibidores de corrosão são as substâncias que são adicionados em pequenas quantidades para um ambiente para prevenir a corrosão de metais. Embora haja muitas substâncias orgânicas com propriedade de inibição de corrosão, muitos desses são indesejáveis devido a sua toxicidade ao meio ambiente, e seu alto custo. Com o objetivo de se encontrar uma alternativa menos prejudicial ao meio ambiente, as propriedades de inibição de corrosão de extratos obtidos de partes diferentes das plantas do semiárido brasileiro têm sido estudadas. Além de serem ambientalmente amigável e ecologicamente aceitáveis, os produtos vegetais são de baixo custo, facilmente disponíveis e são fontes renováveis de materiais. Uma planta do semiárido brasileiro estuda quanto ao seu uso fitoterápico é a Pectis. A planta Pectis oligocephala faz parte da família Asteraceae considerada a mais rica em número de espécies entre as Angiospermas é conhecida popularmente como limãozinho, alecrim do mato ou caminho do mato e é utilizada na medicina popular contra dores estomacais, cólicas, hipertenção, gripes e resfriados. Por outro lado, o alumínio é um metal resistente à corrosão devido à presença de uma película fina de óxido protetora aderente sobre a superfície. No entanto, a camada protetora pode se tornar instável quando expostas a meios agressivos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência de inibição da corrosão do alumínio em H2S4 na presença do extrato de Pectis oligocephala. Para isto, foram realizados ensaios de imersão e conduzidas as técnicas de espectrofotometria de absorção atômica e de microscopia eletrônica de varredura.

Material e métodos

Preparação da amostra de alumínio: As amostras de alumínio sob forma de disco de 1cm2 de área foram polidas, lavadas com água destilada, em seguida secadas. Preparação do extrato: As folhas da Pectis oligocephala foram coletadas no Campus do Itaperi, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), secas à temperatura ambiente, posteriormente trituradas e submetidas à extração exaustiva com etanol por sete dias, procedendo-se em seguida a filtragem do material. O extrato obtido foi concentrado em um rotaevaporador para a obtenção do extrato etanoico. Preparação da solução de trabalho: Cerca de 0,1331g da massa do extrato foi adicionada a 500 mL de solução de H2SO4 1M. A solução foi tratada sob agitação em uma chapa de aquecimento e em seguida em banho ultrassônico. Ensaio de imersão: Foram realizadas 12 amostras de 10 mL cada, com tempo determinado (0.5; 1; 4; 10; 15 e 24 h ) a temperatura ambiente, divididas na presença e na ausência do extrato, sendo que uma das faces do disco de alumínio encontrava-se isolada. Ensaio por espectrofotometria de absorção atômica: Logo após terem sido realizados os ensaios de imersão, foram retirados 5 mL das soluções residuais para poder determinar o teor de íons alumínio na solução, usando o espectrômetro da Varian, modelo SPECTRAA 55, disponível no Laboratório de Química Analítica e Química ambiental (LAQAM), da UECE. Avaliação da superfície do alumínio: Feitos os ensaios de imersão, de tempo de 24 horas a presença e na ausência do extrato, as amostras foram cuidadosamente guardadas e levadas para a caracterização de sua superfície, utilizando o microscópio eletrônico de varredura, PHILIPS, modelo XL-30, disponível no Laboratório de Caracterização de Materiais da UFC.

Resultado e discussão

Após os ensaios de imersão em solução ácida na presença e na ausencia do extrato da Pectis oligocephala, foram feitas as avaliações das superfícies do alumíno através da espectofotometria de absorção atômica. É de notar que o processo de corrosão na presença do extrato é muito complexo, o que está evidenciado na figura 1. Foram calculados os valores da taxa de corrosão: 0,08534 e 0,03217 mg/cm2.h na ausencia e na presença do extrato. A partir desses valores ), pode-se calcular o valor da eficiencia de inibição (62,25 %). Com esse valor, o extrato pode ser assumido como um bom inibidor. Imagens microscópicas foram feitas e a partir delas pode-se ter a evidência de que a superfície Al praticamente não altera na presença do extracto (Figura 2), embora se verificado que a inibição da corrosão ocorre.

Figura 1

Gráfigo da variação da massa de Al com tempo de imersão a temperatura ambiente

Figura 2

As imagens do MEV da superfície Al para 24 horas de tempo de imersão em: (a) H2SO4 1M e (b) na presença do extrato de P. Oligocephala.

Conclusões

Concluiu-se que o extrato da Pectis oligocephala é considerado um bom inibidor de corrosão do alumínio em ácido sulfúrico 1M, pois sua eficiência de inibição em teor de íons Al na solução foi igual a 62,25%. De acordo com as imagens microscópicas, pode-se concluir que a superfície do alumínio não sofre muitas alterações, embora se observe que a inibição de corrosão tenha ocorrido.

Agradecimentos

Os autores gostariam de expressar agradecimentos à FUNCAP e ao CNPq pelo suporte financeiro ao projeto de pesquisa no qual está inserido este trabalho

Referências

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E. P. Oliveira Jr., G. V. Lima, C. E. C. Magalhães, R. C. B. da Silva, S. M. de Morais e S. M. O. Costa. Quim. Brasil, 4 (2010) 67-71.

E.E. Oguzie, Mater. Corrosion inhibition of mild steel in hydrochloric acid solution by methylene blue dye. Lett. 59 (2005), p. 1076.

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