Isolamento e identificação dos hidrocarbonetos cuticulares de [i]Anastrepha obliqua[/i]

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Batista Silva, M.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Nóbrega Tavares, R.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Lima Ferreira, L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Farias de Tavares, R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Costa de Aquino, N. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; de Lima Mendonça, A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Vanicková, L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Rufino do Nascimento, R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)

Resumo

As espécies de moscas pertencentes ao gênero Anastrepha, utilizam substâncias presentes em sua epicutícula, principalmente os hidrocarbonetos, os quais, em algumas espécies, possuem a função de reconhecimento. Dentre estas espécies, A. obliqua é considerada importante praga em pomares de frutos comerciais. Assim, o presente estudo objetivou determinar a composição dos hidrocarbonetos presentes na cutícula de A. obliqua, visando esclarecer o mecanismo de comunicação mediado por estas substâncias e desenvolver, em médio prazo, estratégias para o controle desta praga baseadas nessas informações.

Palavras chaves

moscas-das-frutas; hidrocarbonetos; comunicação química

Introdução

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, perdendo apenas para China e Índia, ocupando o primeiro lugar em número de espécies de clima tropical. Apesar disso, embora o mercado exportador de frutos brasileiros esteja em nítida expansão, alguns problemas surgem em decorrência de insetos-praga, dentre eles as moscas das frutas, devido aos grandes prejuízos causados ao mercado interno através da queda precoce e depreciação de frutos para o consumo in natura e para a industrialização. (NASCIMENTO & CARVALHO, 2000). As substâncias voláteis envolvidas na comunicação química das moscas das frutas têm sido estudadas há mais de vinte anos (LIMA-MENDONÇA et al. 2014), contudo, as suas estruturas ainda não foram totalmente elucidadas. A curta distância, estas espécies fazem uso de substâncias que atuam como reconhecimento entre indivíduos; tais substâncias estão presentes na epicutícula desses insetos. Assim, o presente estudo visa identificar os hidrocarbonetos cuticulares desta espécie de modo a determinar a composição química dos mesmos, os quais podem vir, em médio prazo, a serem empregados no manejo desta praga no campo.

Material e métodos

1. Insetos: Foram obtidos das populações de A. obliqua da cidade de Maceió,mantidos em laboratório (25°C, 65% UR). As moscas recém-emergidas foram sexadas,transferidas para gaiolas de vidro, e mantidas em dieta artificial e água. 2.Obtenção dos extratos de Hidrocarbonetos Cuticulares: Machos de A.obliqua (10-20 dias de idade) foram imobilizados (-18°C) e submetidos a técnica de aeração, sendo colocados por 15 minutos no dissecador para remover a umidade. Os hidrocarbonetos cuticulares foram extraídos com hexano (5 ml, 5 min) em frascos de vidro (10mL). O volume do solvente foi reduzido sob fluxo de nitrogênio para 1mL e os extratos foram transferidos para ampolas que posteriormente foram seladas e mantidas em freezer (-10°C) até submissão as análises subsequentes. 3.Identificação das misturas: As amostras de 1 μL dos extratos obtidos no item anterior foram analisados empregando a técnica de Cromatografia Gasosa bidimensional acoplada à Espectrometria de Massas (CGxCG-TOF-EM).

Resultado e discussão

As análises por cromatografia gasosa bidimensional acoplada a detector time-of- flight de espectrometria de massas, detectaram a presença de 12 substâncias. Na sua maioria, são representadas por alcanos metil-ramificados, alcenos e alcadienos. Algumas destas substâncias apresentaram-se em maior concentração com destaque para a área de concentração do pico referente ao 2- metiloctacosano, o qual apresentou maior concentração em relação aos demais. A partir destes resultados, alguns estudos envolvendo bioensaios comportamentais e análises eletrofisiológicas serão conduzidas a fim de determinar a bioatividade destas substâncias. Tais resultados poderão ser utilizados, em médio prazo, na atração a curta distância para A. obliqua, de forma que sejam eficazes ao controle da praga em campo.

Figura 1

Perfil de hidrocarbonetos cuticulares presentes em fêmeas de [i]A. obliqua[/i].

Figura 2

Identificação das substâncias presentes na epicutícula de [i]Anastrepha obliqua[/i]

Conclusões

A técnica de aeração, aliada à identificação por Cromatografia bidimensional permitiu revelar que moscas das frutas da espécie A. obliqua apresentam na sua epicuticula, perfil de hidrocarbonetos com alcanos de 28-31 carbonos, alifáticos, metil ramificados e não-ramificados, apresentando mais de uma insaturação dupla. Estas informações serão utilizadas, em médio prazo, com auxílio de estudos comportamentais e eletrofisiológicos, para futura implantação de controle por atratividade a curta distância no manejo integrado desta praga.

Agradecimentos

CNPq,ONU/FAO/IAEA

Referências

NASCIMENTO, A.S; CARVALHO, R.S. Manejo Integrado de moscas-das-frutas. In: MALAVASI, A; ZUCCHI, R.A. Moscas das frutas de Importância Econômica no Brasil (conhecimento básico e aplicado). 1 ed. Ribeirão Preto: Holos, 2000. p.169-173.
LIMA-MENDONÇA, A.L., MENDONÇA, A.L., SANT'ANA, A.E.G., DO NASCIMENTO, R.R. Semioquímicos de moscas das frutas do gênero Anastrepha. Química Nova. Vol. 37 (2), p. 293-301. 2014.

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