ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Iniciação Científica
Autores
Araújo, C.M. (IFPI) ; Nascimento, M.A. (IFPI) ; Sales, W.J.H. (IFPI) ; Nascimento, M.C. (IFPI)
Resumo
O processo de escolha profissional e a inserção no mercado de trabalho continuam sendo um dos principais dilemas para os jovens. Estas escolhas não estão relacionadas apenas as características pessoais, mas principalmente ao contexto histórico e ao ambiente sociocultural do jovem. Esta pesquisa é resultado das atividades desenvolvidas pelo PIBIC (Programa de Bolsas de Iniciação Científica) do IFPI – Campus Parnaíba. Tem como objetivo investigar os motivos para a escolha do curso de Licenciatura em Química do IFPI, Campus Parnaíba, bem como, as perspectivas futuras desses alunos para o ingresso no mercado de trabalho. A metodologia utilizada foi realizada através de questionário semiaberto. Constatou-se que a maioria dos alunos escolheram o curso por vocação e pretendem continuar na área.
Palavras chaves
Motivação; Perspectivas futuras; Licenciatura em Química
Introdução
Atualmente existe uma preocupação em relação à diminuição da procura, principalmente dos jovens, pela profissão professor. A falta de profissionais em determinadas áreas da licenciatura e professores mal qualificados nos diversos níveis de ensino, vem sendo objeto de estudos em diversos artigos científicos e pela mídia. Diante desse panorama em que a docência vem deixando de ser uma opção profissional, procurada pelos jovens, faz-se necessário considerar o problema e discutir que fatores estão influenciando nessa tomada de atitude, ou seja, por que a demanda pelas carreiras docentes tem diminuído, principalmente na educação básica, o que esses profissionais esperam, suas motivações e expectativas para a escolha do curso. Segundo as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Química (BRASIL, 2002) os formandos na modalidade de Licenciatura devem apresentar o seguinte perfil: O Licenciado em Química deve ter formação generalista, mas sólida e abrangente em conteúdos dos diversos campos da Química, preparação adequada à aplicação pedagógica do conhecimento e experiências de Química e de áreas afins na atuação profissional como educador na educação fundamental e média. De acordo com Coelho (2006), as licenciaturas desempenham papel essencial no desenvolvimento da sociedade, ao formarem pessoas autônomas na busca do saber, que extrapolem a mera competência técnica e visem à formação integral do ser humano, formando profissionais com um espírito de constante interrogação a respeito do mundo, do homem, da cultura, da educação e da escola, e buscando, ainda, ampliar a reflexão sobre o mundo. Dessa forma, é de fundamental importância criar meios para atrair mais jovens para a profissão docência.
Material e métodos
Os resultados foram obtidos através de uma pesquisa exploratória qualitativa/quantitativa utilizando questionário com perguntas semiabertas. Os participantes da pesquisa foram alunos do Módulo II e IV, do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI)/ Campus Parnaíba, sendo realizada entre os meses de outubro e dezembro de 2013. O artigo está organizado em torno das seguintes perguntas: Pergunta 1. Qual o motivo para a escolha do curso? Pergunta 2. Você está satisfeito com a escolha do curso? Pergunta 3. Após a conclusão do curso, deseja atuar na área? Pergunta 4. Você realmente se identifica com a profissão professor? As respostas das perguntas supracitadas foram transcritas e apresentadas/discutidas adiante.
Resultado e discussão
Primeiramente foi questionado qual o motivo para a escolha do curso. Os resultados obtidos mostram que, metade dos alunos (50%) afirmam ter escolhido o curso por vocação, dados estes surpreendentes, vista que, várias pesquisas relatam o desinteresse de jovens pela profissão professor. 30,0% dos estudantes afirmaram que o motivo seria a facilidade de arranjar emprego no mercado de trabalho. Apenas um aluno respondeu que o motivo seria por causa da instituição. Três alunos não responderam a esta pergunta.
Quanto à satisfação sobre a escolha do curso, o resultado foi surpreendente, visto que 86,7% dos estudantes afirmam estarem satisfeito com o curso. Apenas um aluno respondeu não está satisfeito e 3 alunos não responderam a essa pergunta. O mais curioso, foi que a justificativa da questão era para ser respondida apenas para aqueles que justificassem não está satisfeito com o curso. Mesmo os que responderam sim, justificaram tal ideia. Alguns comentários deixados pelos alunos foram aqui transferidos:“Admiração pela docência”; “Estou fazendo o que quero; “Sempre gostei da área”; “Por que supri minhas necessidades”; “Pois estou satisfeita com o aprendizado; “Facilidade de emprego”.
Com relação a atuação na área, 80% dos alunos desejam atuar na área, isso demonstra a situação concreta do desejo desses jovens em atuar no mercado de trabalho como professores de química; 6,7% não querem atuar na área e 13,3% não responderam. Dos que não responderam, podemos analisar que estes ainda estão em dúvida com o curso e quanto à possível profissão.
No que diz respeito se o licenciando realmente se identifica com a profissão professor: 76,7% dos alunos disseram sim; 13,3% disseram não e 10% não responderam. Pode-se concluir que a maioria dos estudantes desejam ser professor.
Conclusões
Os resultados dessa pesquisa mostram que metade dos alunos do Curso de Licenciatura em Química do IFPI (Campus Parnaíba) está no curso por vocação e a maioria deseja prosseguir na profissão professor. Tal fato é importante por que o desenvolvimento social e econômico depende da qualidade da educação e de profissionais qualificados. O que esses profissionais esperam, suas motivações e expectativas para a escolha do curso.
Agradecimentos
Agradecemos ao IFPI pela concessão da bolsa de PIBIC e aos alunos do Curso de Licenciatura em Química que contribuíram com as repostas dos questionários.
Referências
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Conselho Nacional de Educação /Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 8/2002. Estabelece as Diretrizes Curriculares para os cursos de Bacharelado e Licenciatura em Química. Brasília, DF: MEC/CNE, 2002.
COELHO, I. M. Universidade e formação de professores. In: GUIMARÃES, V. S. (Org.). Formar para o mercado ou para a autonomia? O papel da universidade. Campinas: Papirus, 2006. p. 43-63.
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