ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Iniciação Científica
Autores
Xavier, T.M.C. (UFPE) ; Santos, V.F.C. (UFPE) ; Machado, C.M.B. (UFPE) ; Soares, A.I. (UFPE) ; Júnior, G.P.C. (UFPE) ; Brandão, Y.B. (UFPE) ; Silva, A.G. (UFPE) ; Lima, N.B. (UFPE) ; Tres, L. (UPF)
Resumo
Neste trabalho realizamos o estudo teórico e computacional das propriedades vibracionais de infravermelho dos complexos entre compostos nitrogrenados cíclicos (1,10 fenantrolina e 2,2’ bipiridina, figura 1) e ácidos carboxílixos (RCOOH, R=- H, -CH3 e –C6H5). Nossos resultados mostram que tanto para o estiramento O-H quanto para o estiramento C=O as frequências harmônicas de infravermelho foram deslocadas para menores valores no espectro de vibracional de infravermelho. Apenas as intensidades de infravermelho associadas ao estiramento O-H foram bastante aumentadas após a complexação.
Palavras chaves
espectroscopia de infrave; ligações de hidrogênio; ácidos carboxílicos
Introdução
É bem conhecido que as ligações de hidrogênio são estudadas em diversas áreas como, por exemplo, na química, na física e na biologia. Por exemplo, tem-se que as interações intermolecular e intramolecular são as causadoras da estrutura tridimensional, que por sua vez, é responsável pelas atividades biológicas específicas das moléculas da vida, como o DNA e RNA. Uma definição que é bem aceita sobre este tipo de interação é a ligação entre um grupo doador de próton (H-X), e um grupo aceitador de próton (A), formando o complexo X-H˖˖˖A (LIMA et al, 2012). O processo de formação da ligação de hidrogênio pode ocasionar mudanças importantes nas propriedades moleculares e espectroscópicas, como por exemplo, propriedades energéticas, eletrônicas, estruturais e vibracionais das moléculas envolvidas na interação (LIMA et al, 2012). Neste trabalho, temos como objetivo o estudo teórico e computacional das propriedades vibracionais de infravermelho dos complexos entre compostos nitrogrenados cíclicos (1,10 fenantrolina e 2,2’ bipiridina, figura 1) e ácidos carboxílixos (RCOOH, R=-H, -CH3 e –C6H5).
Material e métodos
Realizamos, cálculos de orbitais moleculares usando a teoria do funcional de densidade (DFT) (BECKE, 1993) com o funcional B3LYP (GEERLINGS et al, 2003) com o conjunto de funções base 6-31++G(d,p) para otimização completa de geometria e cálculo dos modos vibracionais dos complexos. Todos os cálculos foram realizados utilizando o programa de química quântica computacional GAUSSIAN 2009 (FRISCH et al, 2009).
Resultado e discussão
A tabela 1 apresenta as principais mudanças nas propriedades vibracionais dos
estiramentos presentes na estrutura dos complexos. Os estiramentos mais afetados
foram: O-H e C=O, ambos pertencentes aos ácidos carboxílicos. Nossos resultados
mostram que tanto para o estiramento O-H quanto para o estiramento C=O as
frequências harmônicas de infravermelho associadas a estes modos vibracionais
foram deslocadas para menores valores no espectro de vibracional de
infravermelho. Entretanto, o efeito foi mais pronunciado para o estiramento O-H
do que para o estiramento C=O. Por exemplo, para os complexos FEN∙∙∙HOOCH os
valores dos deslocamentos ΔνOH e ΔνC=O foram de -643 e -48 cm-1
respectivamente. Isto acontece porque o estiramento O-H está diretamente
envolvido na ligação de hidrogênio.
As intensidades associadas às frequências harmônicas de infravermelho do
estiramento O-H também foram muito afetadas devido à formação da ligação de
hidrogênio, por exemplo, para o complexo BIPI∙∙∙HOOCCH3 a complexação resultou
num aumento de 52 vezes no valor da intensidade de infravermelho associada a
este modo vibracional. Entretanto, para o estiramento C=O, praticamente não
houve mudanças no valor da intensidade de infravermelho associada a este modo
vibracional, uma vez que este não participa diretamente da ligação de
hidrogênio.
Estrutura da 1,10 fenantrolina e da 2,2 bipiridina.
Conclusões
Nossos resultados mostram que tanto para o estiramento O-H quanto para o estiramento C=O as frequências harmônicas de infravermelho foram deslocadas para menores valores no espectro de vibracional de infravermelho. Entretanto, o efeito foi mais pronunciado para o estiramento O-H do que para o estiramento C=O. Apenas as intensidades de infravermelho associadas ao estiramento O-H foram bastante aumentadas após a complexação.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao CNPq,à FACEPE, à PROAES/UFPE e ao PRONEX/FACEPE
Referências
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