ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Iniciação Científica
Autores
Silva, A.S. (UFCG) ; Sousa, A.S. (UFCG) ; Araújo, D.S. (UFCG) ; Costa, E.O. (UFCG) ; Lima, J.A.C. (UFCG) ; Araújo, M.L.M. (UFCG) ; Lima, R.C.S. (UFCG) ; Porto, T.N.V. (EEEFM ORLANDO VENANCIO) ; Santos, J.C.O. (UFCG)
Resumo
Este trabalho tem por objetivo abordar uma proposta pedagógica envolvendo atividades diversificadas voltadas ao ensino de química no nível médio, desenvolvida a partir de experiências e bases bibliográficas realizadas por bolsistas do PIBID -Química, atuantes na Escola pública Orlando Venâncio. As atividades envolveram aulas teóricas, de campo e experimentais realizadas de modo a despertar no aluno uma visão diferenciada a respeito da química que, por sua vez, muitas vezes é pautada como disciplina de difícil entendimento e sem importância na vida. Os alunos puderam estender seus conhecimentos para suas vivências no dia-a-dia e integrar o ensino à vida, tendo em mente não apenas um novo conceito químico, mas como este conceito irá implicar na sua forma de agir e pensar.
Palavras chaves
PIBID; Proposta pedagógica; Ensino de Química
Introdução
Quando se trata de química são comuns relatos de alunos que vêem esta como uma ciência abstrata e de difícil compreensão. Muitos até se questionam por que estudar química já que não sentem a necessidade de compreendê-la e pouco percebem sua aplicação no dia-a-dia. Isto ocasiona um desinteresse pela disciplina e, conseqüentemente, torna-se um desafio para o professor. Diante disto, novos métodos pedagógicos vêm sido discutidos no intuito de promover uma melhoria no sistema de ensino e a função do professor é o ponto chave nesse contexto já que este deve trabalhar como problematizador promovendo a construção do conhecimento a partir do próprio aluno. Este trabalho se fundamenta numa proposta pedagógica norteadora, a partir de uma metodologia desenvolvida pelo PIBID Química da UFCG campus Cuité - PB, visando a utilização de atividades diversificadas as quais buscaram contribuir com a ampliação da visão que os alunos têm a respeito da Química. Como futuros docentes, esta idéia nos surgiu a partir dos argumentos comumente encontrados na literatura, como o uso da interdisciplinaridade do ensino de química, que envolve a integração dos saberes e defende a idéia de que o conhecimento nunca é construído individualmente. O pensamento complexo de Morin (1991) nos diz, entre muitas outras coisas, que “é preciso reagrupar os saberes para buscar a compreensão do universo”. Trazendo isto para as escolas o professor deverá ir além da disciplina e não acabar ou deter-se a apenas ela. Promover significância para a disciplina de química, utilizando-se de meios como interdisciplinaridade e a química do cotidiano, torna mais fácil despertar o interesse dos alunos, simplificando seu entendimento quanto aos fenômenos químicos que o cercam.
Material e métodos
A metodologia utilizou de processos e etapas diversificadas que foram trabalhadas estimulando o aprimoramento da maneira como é encarada a química pelos alunos de ensino médio. Esta atividade destinou-se a duas turmas de 2° série do ensino médio da E. E. Orlando Venâncio dos Santos situada na cidade de Cuité-PB. Como se tratam de turmas do ProEMI (Programa Ensino Médio Inovador) a maioria das aulas utilizadas foram as de macrocampo, iniciação científica. De modo geral, as etapas que constituem esta proposta pedagógica são: apresentação das atividades, aulas teóricas, aulas de campo, aulas experimentais e culminância do trabalho. Na apresentação das atividades aos alunos, foi exposta a importância do trabalho e todas as etapas que o regem. As aulas teóricas envolveram contextos químicos (características físico-químicas, composição da vitamina C, conceito de ácidos e bases), biológicos (importância da vitamina C no organismo, a falta, o excesso, quantidades diárias), sociais e culturais (principais fontes e quais são típicas da região, como é cultivada, comercializada e consumida na região), além de curiosidades e fatos históricos que marcam a descoberta da vitamina C. As aulas de campo foram realizadas em ambientes selecionados. As aulas experimentais ocorreram no laboratório de ciências da escola. Buscamos experimentos simples, que poderiam ser realizados pelos próprios alunos, com materiais de baixo custo e que tenha como resultado comprovar a presença de vitamina C nas frutas (SILVA et al, 1995). A culminância do trabalho é a etapa na qual os resultados obtidos são apresentados na feira de ciências da escola.
Resultado e discussão
Escolhemos o tema vitamina C pela sua abrangência e pela possibilidade que a região fornece de trabalhar este assunto. Seguindo as etapas propostas (Figura 1 e 2), este projeto proporcionou a oportunidade de vivenciar o ensino que se deu pela construção do conhecimento. A primeira etapa (apresentação do projeto) foi importante para dar significação aos trabalhos desenvolvidos junto aos alunos. De fato, observamos nas turmas o despertar de curiosidade e interesse em participar do projeto por parte destes (MORAN, 2000). Através das aulas teóricas, vimos que os alunos se sentiam a vontade para tirar dúvidas, responder às curiosidades indagadas, e participar dando relatos sobre algo ligado ao tema. Ao fim das aulas, os alunos se disseram ter aprendido bastante sobre a vitamina C em termos químicos e biológicos e demonstraram vontade de conhecer ainda mais nas próximas etapas. Ao inserir as aulas de campo nesta proposta, proporcionou-se aos alunos uma maior aproximação destes no seu espaço cultural e social. As aulas de campo os fizeram conhecer as áreas de cultivação de sua região e entender como são cultivadas as frutas que chegam às suas casas. Na visita à feira livre da cidade os alunos foram estimulados a aproximar-se de seu espaço cultural e comunitário, onde puderam vivenciar como é feita a comercialização, tendo em vista, as frutas que são fontes de vitamina C. A atividade experimental foi baseada no fato de que a experimentação desperta um forte interesse entre alunos de diversos níveis de escolarização. Em seus depoimentos, os alunos também costumam atribuir à experimentação um caráter motivador, lúdico, essencialmente vinculado aos sentidos (GIORDAM, 1999).
Aula experimental
Aulas teóricas
Conclusões
De modo geral, observamos o quão importante é para o alunado participar de atividades que fujam ao tradicional, tedioso e sem participação direta destes. Portanto, este trabalho buscou despertar motivação pela busca do conhecimento construtivista que envolve rigorosamente a participação dos alunos no processo de aprendizagem, sem levar tudo pronto para o aluno, levando-os a não apenas assimilar conceitos, mas também gerar questionamentos, ampliar as idéias, interagindo, orientando, incentivando.
Agradecimentos
PIBID/CAPES/UFCG
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Brasília: MEC, 2000.
GIORDAN, M. Experimentação e Ensino de Ciências. Química Nova na Escola. n° 10, p.11-13, 1999.
MORAN, J. M. MASETTO, M. T. BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 14ªed. São Paulo: Papirus, 2000.
MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Instituto Piaget. 1991.
SILVA, S. L. A. da; FERREIRA, G. A. L. ; SILVA, R. R. da. A Procura da Vitamina C. Química Nova na Escola, n° 2, p.20-22, 1995.
VIDAL, R. M. B.; MELO, R. C.. A Química dos Sentidos – Uma Proposta Metodológica. Química Nova na Escola, n° 1, p.182-188, 2013.