ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Iniciação Científica
Autores
Silva Sales, J. (UEMA) ; da Luz Costa, C. (UEMA) ; Rennan Sousa Vieira, I. (UEMA) ; da Silva Cardoso, W. (UEMA) ; Araujo do Carmo, L.H. (UFMA) ; Leandro Camara, A. (UFMA) ; Pires Costa, M.C. (UEMA)
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo avaliar os testes de estabilidade de 4 tipos de pré-formulações não-iônicas utilizando óleo de Babaçu extraído de forma artesanal das regiões litoral e baixada do Estado do Maranhão. Foram realizadas as análises de centrifugação, pH, aspecto macroscópico e avaliação por microscopia. Pode-se concluir pelos resultados obtidos que é justificável a utilização do óleo do coco do Babaçu como aditivo para cosmético.
Palavras chaves
Óleo de babaçu; pré-formulações; testes de estabilidades
Introdução
A palmeira de Babaçu é nativa do Brasil e é mais densamente distribuída na região dos Cocais do Estado do Maranhão, no Nordeste do Brasil (BARBOSA et al.,2012). Segundo Santos et al. (2013), os frutos de Babaçu são ovais e alongados,com peso 90-280 g. O óleo do coco do babaçu possui ampla diversidade de ácidos graxos, mas, são as altas concentrações dos ácidos láuricos (40,0-55,0%) e mirístico (5,2-11,0%), que favorecem as suas utilizações (CODEX ALIMENTARIUS, 2003; PORTO, 2004). O óleo de Babaçu é um óleo emoliente que pode ser utilizado em várias formulações para o cuidado da pele e cabelo. Pode ser empregado em formulações cosméticas, como cremes faciais, para o corpo e emulsões de limpeza. Em formulações para o cuidado dos cabelos, o óleo de Babaçu pode ser útil, pois os ácidos graxos láuricos e os insaponicáveis presentes podem ajudar na reposição lipídica e na elasticidade da fibra capilar (CRODAMAZON BABAÇU, 2002). As emulsões geralmente descritas como sistemas termodinamicamente instáveis, são constituídas por uma fase interna, dispersa e por uma fase externa, contínua ou dispersante (AZZINI, 1999; PRISTA et al. , 1981; RIBEIRO, 2002). De acordo com a natureza da fase externa, podemos classificar as emulsões em: água em óleo (A/O)e óleo em água (O/A) (SHARMA & SHAH, 1985). As emulsões do tipo O/A são quantitativamente mais utilizadas, devido ao seu aspecto menos oleoso e mais agradável na aplicação tópica (SILVA & SOARES, 1996). O presente trabalho tem como objetivo avaliar os testes de estabilidade de 4 tipos de pré-formulações não-iônicas utilizando óleo de Babaçu extraído de forma artesanal das regiões litoral e baixada do Estado do Maranhão.
Material e métodos
As amostras do óleo do coco do Babaçu extraídas artesanalmente foram obtidas no município de São Luís (SL) e Penalva (PEN). As pré-formulações foram realizadas no Laboratório de Farmacotécnica da Universidade Federal do Maranhão – UFMA e os testes de estabilidade preliminares (centrifugação, pH, aspecto macroscópico e microscopia) foram analisados no Laboratório de Macromoléculas e Produtos Naturais da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA.
Resultado e discussão
A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos nos testes de estabilidade
preliminares das pré-formulações utilizando o óleo do coco do Babaçu dos
municípios de São Luís e Penalva.
O primeiro teste utilizado de caráter eliminatório foi o de centrifugação. As
pré-formulações 1, 2 e 4, foram aprovadas e a pré-formulação 3 foi reprovada,
visto que foi possível observar uma separação de fases. As pré-formulações foram
submetidas aos ensaios organolépticos e demonstraram semelhança nas pré-
formulações 1, 2 e 4, no que se refere à cor, odor, e aparência: as pré-
formulações 4 e 2 tiveram uma maior consistência, pois às mesmas foram
adicionadas uma maior quantidade de emulsificante em relação a emulsão 1. Os
valores de pH obtidos em triplicata (24 horas após o preparo), das pré-
formulações 1 e 2 são 5,7 e 5,1 respectivamente e a pré-formulação 4 obteve o pH
de 5,3. Por meio dos resultados apresentados da avaliação por microscópica em
aumento de 40x, as emulsões testes 1, 2 e 4 mostraram-se estáveis quando
comparadas à fotomicrografia da formulação 3, que houve a formação de glóbulos
maiores e a separação das fases oleosa e aquosa no mesmo aumento.
Tabela 1. Avaliação dos testes de estabilidades das pré-formulações utilizando o óleo do coco do babaçu dos municípios de São Luís e Penalva.
Conclusões
Com base nos resultados adquiridos verificou-se que, das quatro pré-formulações preparadas com óleo do coco do babaçu, apenas a de número 3 não foi aprovada nos testes iniciais de estabilidade. Sinalizando assim que as demais apresentaram concentrações satisfatórias para produção de uma emulsão utilizando óleo de Babaçu (Orbignya phalerata Mart.).
Agradecimentos
À FAPEMA, pelo suporte financeiro ao Projeto REDEBIO; à UEMA, pelas bolsas de Iniciação Científica de Joaquim S. Sales e Ítalo R. S. Vieira.
Referências
AZZINI, R. G.; Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, Brasil, 1999.
BARBOSA, M. C. L.; BOUSKELA, E.; CYRINO, F. Z. G. A.; AZEVEDO, A. P. S.; SOUZA, M. G. C.; COSTA, M. C. P.; SANTOS, D. S.; BARBOSA, F. L.; GUERRA, L. F. A.; NASCIMENTO, M. D. S. B. Effects of babassu nut oil on ischemia/reperfusion-induced leukocyte adhesion and macromolecular leakage in the microcirculation: Observation in the hamster cheek pouch. Lipids in Health and Disease. 2012, 11, 158.
CATALOGO TECNICO CRODA DO BRASIL “CRODAMAZON”. Óleos da Amazônia. Croda do Brasil LTDA: Campinas, 2002.
CODEX ALIMENTARIUS. Codex standard for named vegetable oils. CODEX STAND 210: Roma, 2003.
PORTO, M. J. F. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, 2004.
PRISTA, L. N; ALVES, A. C; MORGADO, R. Técnicas Farmacêuticas e Farmácia Galênica, 3rd ed., Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa, 1981.
RIBEIRO, H. M. Teorias de estabilidades de emulsões cosméticas. Cosmetics & Toiletries. 2002, 14, 88.
SANTOS, D.S.; SILVA, I. G.; ARAÚJO, B. Q.; JUNIOR, C. A. L.; MONÇÃO, N. B. N.; CITÓ, A. M. dos G. L.; SOUZA, M. H. S. L.; NASCIMENTO, M. do D. S. B.; COSTA, M. C. P. Extração e Avaliação da Composição de Ácidos Graxos dos Óleos de Orbignya Phalerata Martius (Arecaceae) de Diferentes Regiões do Estado do Maranhão, Brasil. Jounal of the Brazilian Chemical Society. 2013, 24, 355.
SHARMA, M. K & SHAH, D. O. Introduction to Macro and Microemulsions; SHAH, D. O., eds.; Macro and microemulsions theory and applications: Washington, 1985, cap. 1.