Identificação de Metais Pesados em Musa cavendish Orgânica e não Orgânica

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Iniciação Científica

Autores

de Oliveira, N.P.M. (IFRN) ; Santiago, M.S. (IFRN) ; Bezerra, D.P. (IFRN)

Resumo

As fontes naturais de vitaminas e minerais são as frutas e o método de seu cultivo (orgânico e não orgânico) afeta diretamente seus constituintes. Esse trabalho foi desenvolvido com o objetivo de identificar a presença de metais na casca e no mesocarpo da Musa cavendish (banana nanica) cultivadas dois métodos diferentes: orgânico e não orgânico. As amostras foram calcinadas e suas cinzas foram solubilizadas em água destilada. As soluções foram submetidas aos métodos de identificação de cátions por grupo. Nas amostras analisadas e respeitando os limites de identificação desta metodologia foi identificado a presença de cátions do II grupo (Hg²⁺, Pb²⁺, Bi³⁺ , Cu²⁺, Cd²⁺, As⁵⁺, Sb⁵⁺ e Sn⁴⁺.

Palavras chaves

banana; cátions; metais

Introdução

Com o crescente aumento populacional em regiões urbanas, cresce também as atividades antrópicas. São inúmeras as atividades de interferência humana no meio ambiente, os rejeitos industriais, efluentes domésticos, insumos agrícolas, descarte de produtos comerciais, queima de combustíveis fósseis e descarte de lodo de esgoto são conjuntos de fatores que provocam a contaminação do meio ambiente por conter presença de diversos metais (GUILHERME et al., 2005). Os metais surgem dessas atividades, a maior parte desses poluentes é depositada no solo e em plantações que em pequena quantidade é essencial para saúde, porém em grandes concentrações são prejudiciais. De acordo com Emsley (2001) os metais essenciais para o ser humano: cálcio, potássio, sódio, magnésio, ferro, zinco, cobre, estanho, vanádio, cromo, manganês, molibdênio, cobalto e níquel. Com o objetivo de caracterizar uma fruta específica quanto a presença de metais pesados, foram realizadas análises nas amostras da Musa cavendish conhecida popularmente como banana nanica. Segundo Ferreira e Silva (2002) a espécie Musa cavendish é classificada sendo do gênero Musa do subgrupo carvendish de constituição genômica AAA. Esse fruto é um alimento muito consumido e considerado um produto de grande exportação. Porém nem todos chegam a saborear o gosto das bananas amadurecidas naturalmente, muitas passam por processo artificial para acelerar o amadurecimento.

Material e métodos

As amostras submetidas a análises foram a casca e polpa (mesocarpo) da banana nanica cultivadas de modo orgânico e não orgânico. Foram utilizadas 2,0 g da cada amostra do fruto e da casca, orgânica e não orgânica e separadas em quatro cadinhos, eles foram submetidos a calcinação em temperatura de 570 °C em forno mufla por um tempo médio de 2 horas. O processo tornou as amostras em cinzas e posteriormente foram mantidas em dessecador até atingirem temperatura ambiente. Em seguida foram maceradas e dispostas em béqueres de 50 mL e solubilizadas em água destilada. Após esse processo as quatro amostras foram para chapa aquecedora á temperatura média de 100 °C com intuito de total solubilização e posterior filtração. Logo após, a solução foi disposta em tubos de ensaio para posterior procedimento de identificação dos grupos de cátions. Foram pipetadas 3 gotas de ácido clorito em cada amostra e homogeneizadas (I grupo de cátions). As análises seguiram para verificação da presença dos metais do II grupo de cátions, foi adicionado ácido nítrico, hidróxido de amônio e tioacetamida, com posterior verificação do pH com papel de tornassol. As amostras foram submetidas ao aquecimento em banho-maria por 5 minutos a temperatura próxima de 100 °C.

Resultado e discussão

Com base nas análises feitas nas cascas e no mesocarpo da banana orgânica e não orgânica, ocorreu formação de precipitado nas amostras das cascas das bananas provenientes do cultivo orgânico e não orgânico (conforme visto na Figura 1). Essa reação de precipitação ocorreu no processo para identificação de metais do grupo II com formação de sulfetos metálicos pouco solúveis. O foco deste estudo foi a identificação de metais pesados, pertencentes aos grupos de cátions I e II, tendo em visto o seu provável malefício no organismo. De início, esperava-se que apresentassem metais dos grupos de cátions I e II na fruta cultivada de modo não orgânico tanto na casca, quanto na polpa. Contudo, o resultado diferiu do esperado. As frutas cultivadas, seja de modo orgânico ou não orgânico, necessitam dos mesmos nutrientes e minerais e o solo apresenta grande parte dessas substâncias.

Figura 1 - Formação do precipitado nas amostras das cascas da banana.

Conclusões

Conclui-se que as frutas cultivadas de modo não orgânico apresentam estrutura de minerais similar as frutas cultivadas de modo orgânico. Apesar da não utilização de agrotóxicos e fertilizantes (presença de metais), as cascas de banana orgânica também apresentaram presença de alguns metais pesados, provavelmente resultante do seu cultivo em solo rico destas substâncias.

Agradecimentos

Os autores agradecem o auxílio financeiro do CNPq e as bolsas de iniciação científica concedidas pelo IFRN.

Referências

EMSLEY, J. Moléculas em exposição: o fantástico mundo das substâncias e dos materiais que fazem parte de nosso dia a dia. São Paulo: Edgar Blücher, 2001.
FERREIRA, F. R.; SILVA, S. O. Collecting banana germplasm from the AAA genomic group/Cavendish subgroup. Crop Breeding and Applied Biotechnology, no 3, 485-488, 2002.
GUILHERME, L.R.G.; MARQUES, J.J.; PIERANGELI, M.A.P.; ZULIANE, D.Q.; CAMPOS, M.L.; MACHI, G. Elementos-traço em solos e sistemas aquáticos. Tópicos em Ciências do Solo, no 4, 345-390, 2005.