O Uso de Formol em Alisantes

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Macedo, J. (IFRN) ; Adja, M. (IFRN) ; Pereira, D. (IFRN)

Resumo

No Brasil, os salões de beleza vêm utilizando extensivamente o formol na composição de alisantes capilares no procedimento de escovas progressivas. O formol, solução contendo o formaldeído (nome sistemático metanal), apresenta elevada toxicidade e caráter cancerígeno causando grave risco a vida. O cabelo, principal envolvido com este tratamento, é bastante prejudicado. O formol destrói as moléculas que formam o fio capilar e seu uso prolongado causa sua quebra. Com o objetivo de conscientizar a população sobre o risco com seu uso, foram confeccionados e distribuídos panfletos informativos em salões de beleza na cidade de Assu-RN, identificando sinais e sintomas observados em usuários desses produtos e relatando os efeitos nocivos no organismo.

Palavras chaves

Alisante; Formol; Risco a saúde

Introdução

A estética tem preocupado cada vez mais a população, principalmente durante as últimas décadas.A atenção das pessoas quanto aos estilos dos cabelos, tanto de homens, quanto de mulheres, tem gerado um grande interesse da indústria de cosméticos, formulando novos produtos. De acordo com Barsante (2009), estas indústrias têm investido muito nas inovações, a tecnologia cresce em ritmo acelerado. Novos ativos surgem no mercado na busca do combate do desgaste e as agressões do cabelo, inclusive substâncias criadas ao título de embelezamento (BIONDO e DONATTI, 2009).Nos últimos anos, no Brasil, os salões de beleza têm utilizado extensivamente o formol (solução que contem formaldeído) na composição de alisantes para os procedimentos de escovas progressivas – método de alisamento que requer realização de múltiplas repetições. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA proibiu o seu uso com esta finalidade, contudo sua utilização continua sendo realizada. A justificativa é a ausência de substituintes com mesma ação e eficiência. Considerando que os produtos industriais não constam o formol em sua composição, supõe-se que sua adição vem sendo realizada a critério de cada especialista/cabeleireiro (INCA).O formaldeído (nome sistemático, metanal) de fórmula molecular CH2O é uma substância que possui uma carbonila em carbono primário, característico do grupo funcional aldeído. Segundo a União Internacional de Química Pura e Aplicada – IUPAC é considerado o mais simples do grupo (FOGAÇA, 2013).Com o objetivo de conscientizar a população sobre o risco com seu uso, foram confeccionados e distribuídos panfletos informativos em salões de beleza na cidade de Assu-RN, identificando sinais e sintomas observados em usuários desses produtos e relatando os efeitos nocivos no organismo.

Material e métodos

Devido ao aumento considerável de produtos ilegais para alisamento capilar contendo formol, tornou-se necessário avaliar os efeitos toxicológicos que o formol pode trazer ao profissional cabeleireiro e ao cliente quando submetidos à escova progressiva (procedimento que utiliza formol) em salões de beleza. Portanto, para que haja uma conscientização de forma mais ampla, fez se necessário a confecção de panfletos informativos com base nas informações contidas nesse estudo, a respeito do seu uso irregular e a periculosidade para com a saúde. Os mesmos foram distribuídos nos salões da cidade de Assú-RN com o intuito de alertar a população, principalmente feminina, para a não utilização do formol, justificado pela sua total proibição pela ANVISA. O estudo foi realizado no mês de janeiro de 2014 na cidade do Assú, em que foram realizadas visitas em alguns salões de beleza, conscientizando seus profissionais e clientes. A conscientização foi realizada abrangendo 5 estabelecimentos. Além dos proprietários, os usuários também foram alertados. Foi solicitado a afixação dos panfletos nos murais dos estabelecimentos de forma a conscientizar mais usuários. O método utilizado para este estudo foi organizado em etapas, permitindo subsidiar o seu desenvolvimento. A fase inicial constituiu-se com uma fundamentação teórica e metodológica buscando delimitar o marco teórico da investigação via investigação bibliográfica e legislação. Definiu-se a linha teórica, sendo esta o uso de formol em alisantes. Posteriormente, foram confeccionados panfletos (Figuras 3 e 4) para conscientizar a sociedade sobre o formol no uso de alisantes.

Resultado e discussão

A distribuição dos panfletos em salões de beleza se mostrou bastante eficaz na difusão e popularização da informação, pois notou-se que os profissionais se mostraram muito interessadas no assunto. Principalmente quando se diz respeito aos riscos que o formol causa à saúde, tanto da cliente como do próprio cabeleireiro. Buscou-se conscientizar a população que ainda utiliza de alisantes sobre o uso indevido do formol. Nas abordagens, também foi evidenciado o grande risco a saúde com os principais malefícios que essa substância pode causar ao organismo. Apesar da proibição do uso de formol em cosméticos ou a determinação de concentração mínima definidas pela legislação, sabe-se que há uma adição de concentrações acima do permitido deste produto em alisantes capilares por parte de alguns profissionais. Alguns usuários que desconhecem os potenciais riscos foram devidamente informados tomando como base dois estudos. O primeiro, realizado por Santos (2004), que utilizou o metanal (substância constituinte do formol) como controle-positivo em bioensaios que comprovaram o aparecimento de micronúcleos e o segundo, realizado por Ladeira (2009), que avaliou a exposição ocupacional ao metanal, constatando a presença de alterações nucleares em linfócitos do sangue periférico (micronúcleos e pontes nucleoplasmática). O entendimento de toxicidades parece que são tolerados por alguns usuários por vaidade. Faz-se necessário maior divulgação dos graves riscos na utilização do formol em formulações cosméticas pela agência reguladora e uma maior fiscalização em salões de beleza e estabelecimentos similares, fazendo advertências e proibindo o uso.

Figura 1 – Panfletos confeccionados para a conscientização quanto ao uso de formol em produtos alisantes.


Figura 2 – Obordagem de profissionais e usuários de salões de beleza com a distribuição de panfletos

Conclusões

O propósito deste trabalho foi o de conscientizar a população sobre o mal uso do formol e seus efeitos causados ao cabelo.A população apresentou um olhar mais critico a respeito do uso dos alisantes.O relato dos efeitos nocivos que a utilização destes produtos pode causar ao organismo,promoveu um bom desempenho do estudo e assim a população conhecedora de seus efeitos e perigos.Com a pesquisa podemos concluir que a utilização do formol em produtos alisantes capilares a longo prazo tende a sinais e sintomas prejudiciais ao organismo humano, sendo possível sua substituição por outros produtos.

Agradecimentos

Ao IFRN-Campus Ipanguaçu,a reitoria de Extensão-PROEX, ao meu coordenador Diogo Pereira Bezerra pelo incentivo,e aos salões de beleza que nos recebeu.

Referências

BARSANTE, L. Dr. Cabelo. Saiba tudo sobre os cabelos: estética, recuperação capilar e prevenção da calvície. São Paulo: Editora Elevação. 2009.
Belo C.A.V.F. Avaliação da Exposição Profissional ao Formaldeído e Xileno no [Dissertação de Mestrado]. Serviço de anatomia patológica dos Hospitais da Universidade de Coimbra; 2011.
BIONDO, S.; DONATI, B. CABELO: Cuidados básicos, técnicas de corte, colorações e embelezamento. 3ª ed. Rio Janeiro: Editora SENAC. 2009.
BRASIL. Agencia Nacional de vigilância Sanitária. ANVISA. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/ >. Acesso em: 09 de ago. de 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. INCA. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=795>. Acesso em: 8 de ago. de 2013.