ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Bioquímica e Biotecnologia
Autores
Maciel, M.A.M. (UNP/UFRN) ; Medeiros, M.I.T. (UNP) ; Emerenciano, D.P. (UFRN) ; Emerenciano, D.P. (UFRN) ; Medeiros, M.I.T. (UNP) ; Silva Neto, P.F. (UNP)
Resumo
O gênero Croton (Euphorbiaceae) encontra-se amplamente distribuído em todo o mundo, com concentração significativa na África, Brasil e México. As espécies Croton zambesicus Muell Arg. (África), Croton lechleri Muell. Arg. (EUA) e Croton tiglium Klotzsch (Ásia), lideram as pesquisas internacionais. Dentre as espécies nativas do Brasil, o Croton cajucara Benth, Croton zehntneri Pax e Hoffm. e Croton sonderianus Müll Arg. destacam-se por serem as mais representativas, sendo o Croton cajucara a espécie que detém o maior número de publicações e encontra em um contexto científico multidisciplinar. No presente trabalho são abordados aspectos fitoquímicos, farmacológicos e biotecnológicos que foram alvo de pesquisas realizadas com o Croton cajucara Benth.
Palavras chaves
Gênero Croton ; Croton cajucara Benth. ; aspectos Biotecnológicos
Introdução
Dentre as plantas medicinais existentes na região Amazônica do Brasil o gênero Croton (Euphorbiaceae) se destaca pela numerosa quantidade de espécies existentes e suas propriedades medicinais (Pax; Hoffman, 1931). Dentre as espécies mais representativas deste gênero, encontra-se o Croton cajucara Benth, conhecido vulgarmente por “sacaca” (que em um dos dialetos indígenas, significa feitiço). Esta planta é utilizada na medicina tradicional para tratamento de várias doenças, com destaque para tratamento do diabetes e problemas gastrointestinais (Abreu et al., 2001; Maciel et al., 1998; 2000; 2002a; 2002b; Van Den Berg, 1982). Diversas formas de uso para as cascas do caule, folhas e outros preparados de C. cajucara são divulgados na literatura científica (Berg, 1993; Veiga Jr. et al., 2005). O gênero Croton é amplamente distribuído em todo o mundo, com destaque significativo para África, Brasil e México. As espécies Croton zambesicus Muell Arg. (África), Croton lechleri Muell. Arg. (EUA) e Croton tiglium Klotzsch (Ásia), são as amis representativas e lideram as pesquisas internacionais. Dentre as espécies nativas do Brasil, o Croton cajucara Benth, Croton zehntneri Pax e Hoffm. e Croton sonderianus Müll Arg. destacam-se por serem as mais investigadas. Cientificamente, foi comprovado que as cascas do caule de C. cajucara Benth possui um rico histórico de ação medicinal, sendo uma das plantas nacionais mais representativas da atualidade. Comparando com outras espécies do gênero Croton, é a que detém o maior número de publicações. Neste trabalho serão abordados aspectos fitoquímicos, farmacológicos e biotecnológicos que foram desenvolvidos com esta espécie medicinal.
Material e métodos
No presente trabalho utilizou-se bases de dados científicos para atualizar as revisões bibliográficas da espécie medicinal Croton cajucara Benth. Como ponto de partida trabalhou-se na atualização das informações reportadas em artigos de divulgação previamente publicados com esta espécie (Maciel et al., 2006a; Costa et al., 2007). Em função do amplo volume de referências citadas, apenas algumas serão inseridas no item referências.
Resultado e discussão
Estudos fitoquímicos realizados com cascas de C. cajucara Benth mostrou que os
diterpenos do tipo
clerodano são os componentes em maior percentual; nas folhas detectou-se
esteróides, flavonóies e
aminoácidos, como os mais representativos (Maciel et al 1998a; 1998b; 2003,
2007a; 2007b, 2007c,
2009). Dentre os clerodanos destacam-se: trans-desidrocrotonina (DCTN), trans-
crotonina (CTN), cis-
cajucara B, trans-cajurina B, cajurina A, cajucarinolida, isocajucarinolida,
isosacacarina e o triterpenoide
ácido acetilaleuritólico (AAA). Um amplo estudo fitoquímico envolvendo estudos
sazonais com árvores
nativas e cultivadas, revelou que a trans-desidrocrotonina (Figura 1) é o
componente químico majoritário
das cascas do caule desta planta, com um índice máximo de ocorrência em árvores
com idade acima de 3
anos. No entanto, em árvores com 1½ ano de idade, o triterpeno AAA é o
componente majoritário. Estudos
farmacológicos realizados com os terpenóides DCTN, CTN e AAA indicaram que o
biocomponente DCTN
possui correlação com todas as informações etnomedicinais de C. cajucara (Maciel
et al., 1997; 2000;
2002a, 2002b, ).
Especificamente, os ensaios farmacológicos apontam a DCTN como responsável pelas
seguintes atividades
biológicas: anti-inflamatória e antinociceptiva, antiespasmódica,
antiespasmódica, antiespasmódica, dentre
outras.
O avanço dos estudos etnobotânico, etnofarmacológico, fitoquímico e
farmacológico, impulsionou os
avanços biotecnológicos de C. cajucara objetivando a diminuição de possíveis
efeitos adversos em
tratamentos prolongados, devido a redução de doses terapêuticas devido a sítio-
especificidade e a
proteção contra efeitos adversos pela redução da frequência de administração do
fármaco, como por
exemplo tratamento do diabetes (Lapenda et al., 2013).
Estrutura química do diterpeno do tipo clerodano trans-desidrocrotonina
Atualização dos estudos científicos de Croton cajucara Benth
Conclusões
A ampla documentação científica do Croton cajucara Benth mostra que através de trabalhos de pesquisas multidisciplinares, foi possível validar, para este Croton, todas as informações terapêuticas empíricas, amplamente divulgadas pela etnobotânica.Neste contexto,encontram-se relatados estudos etnobotânicos, etnofarmacológicos,fitoquímicos,farmacológicos,de síntese orgânica(objetivando novos fármacos) e biotecnológicos, que permitem comprovar a eficácia biológica de extratos e frações bioativas de C. cajucara e dos seus terpenóides DCTN, CTN e AAA, isolados das cascas do caule desta planta.
Agradecimentos
Os autores agradecem a UFRN e CAPES pelo apoio e suporte financeiro.
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