ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Bioquímica e Biotecnologia
Autores
Queiroz, J.V. (UNESP) ; Cavecci, B. (UNESP) ; Vieira, J.C.S. (UNESP) ; Braga, C.P. (UNESP) ; Bitarello, A.C. (UNESP) ; Padilha, I.F. (UNESP) ; Padilha, C.C.F. (UNESP) ; Padilha, P.M. (UNESP)
Resumo
A principal fonte de alimentação da população ribeirinha do Rio Madeira é o pescado. Dentre eles o Tucunaré é uma das espécies mais apreciadas, mas também, assim como os demais pescados da região pode representar um risco para a saúde, pois os níveis de mercúrio presentes no animal são elevados. A região do Rio Madeira sofreu ação antrópica nas décadas de 80 e 90 devido a ação do garimpo que levou a contaminação dos mananciais e sedimentos locais. As proteínas são as principais moléculas nas quais o mercúrio se liga na forma metilada. Sabendo do risco que a população corre por estar se intoxicando com o mercúrio advindo de sua alimentação o presente trabalho iniciou os estudos para identificar biomarcadores (proteínas) de toxicidade de mercúrio.
Palavras chaves
Metalômica; 2D-Page; GFAAS
Introdução
Atualmente é consenso entre os pesquisadores que o desenvolvimento de metodologias analíticas que permitam uma avaliação segura das metaloproteínas e/ou proteínas metal-ligante presentes no sangue e em tecidos de animais é de fundamental importância. Essa importância está relacionada, principalmente aos microminerais, os quais apresentam faixa de essencialidade e toxicidade muito próximas e que são transportados em nível celular por diferentes proteínas. Devido à importância que essas biomoléculas exercem sobre as atividades biológicas dos seres vivos, uma nova área científica, denominada “metalômica”, foi proposta recentemente e permitiu a integração de estudos tradicionalmente analíticos com estudos inorgânicos e bioquímicos (Haraguchi, H., 2004; Garcia, J. S. et al., 2006; Mounicou, S. et al., 2009; Lima, P. M. et. al., 2010; Santos, F. A. et. al., 2011; Neves, R. C. F. et. al., 2012; Moraes, P. M. et al., 2012).
Material e métodos
Aproximadamente 1g de um pool de tecido muscular foram maceradas com água deionizada na proporção de 1:1 e as proteínas obtidas foram separadas por precipitação fracionada com misturas etanol/clorofórmio e etanol/ácido clorídrico, o precipitado foi lavado com etanol gelado e feita a determinação de proteína total através do método de Biureto. Após esses procedimentos, os pellets proteicos foram ressolubilizados em tampão específico e submetidos ao processo de separação por eletroforese bidimensional em gel de poliacrilamida com concentração de 15% (2D–PAGE). Os spots de massa molar inferior a 30 kDa foram recortados e mineralizados por processo de digestão ácida (sulfúrico/peróxido de hidrogênio 4:1) e o Hg quantificado através de técnica de espectrometria de absorção atômica em forno de grafite (GFAAS) (MORAES, P. M. et al., 2013).
Resultado e discussão
A Figura 1 exemplifica um gel obtido nas seis repetições das corridas
eletroforéticas das amostras de tecido muscular. Os spots proteicos destacados
com círculo são aqueles nos quais foi detectada a presença de mercúrio e
determinada as concentrações deste elemento por GFAAS.
Foi feita a estimativa das massas de spots proteicos e das massas de mercúrio
para quantidade de moléculas de spot proteico e quantidade de átomos de
mercúrio. Esses cálculos possibilitaram a estimativa de quantos átomos de
mercúrio estariam presentes por moléculas de spot proteico (Lima, P. M. et. al.,
2010; Santos, F. A. et. al., 2011; Neves, R. C. F. et. al., 2012). Os resultados
obtidos nesses cálculos são mostrados na Tabela 1 em termos de número de átomos
mercúrio por molécula do spot proteico considerado.
Com base nos resultados apresentados na Tabela 1 é possível estimar a proporção
de átomos de mercúrio por molécula de spot proteico que demonstra a proporção de
um átomo de mercúrio por molécula de spot proteico.
Gel a 15% (m/v) obtido por 2D-PAGE (faixa de pH 3- 10) para amostras de tecido muscular de tucunaré.
Estimativa do número de átomos de mercúrio por molécula de spot proteico das amostras de tecido muscular de Tucunaré.
Conclusões
Como estudo inicial da metalômica esses resultados são de grande importância, pois poderemos concluir, com outras metodologias que serão usadas posteriormente, que se tratam de metaloproteínas e possíveis biomarcadoras de toxicidade de mercúrio.
Agradecimentos
ANEEL/ESBR PD-6631-0001/2012, FAPESP 2010/51332-5 e CNPq 472388/2011-8.
Referências
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