APRENDENDO QUÍMICA ORGÂNICA ATRAVÉS DA ABORDAGEM DE TEMA DO COTIDIANO - SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Química Orgânica

Autores

Alexandre de Castro, L.K. (IFSERTÃO-PE) ; Santos de Oliveira, R. (IFSERTÃO-PE) ; Alexandre da Silva, B. (IFSERTÃO-PE) ; Veras, M.L. (IFSERTÃO-PE) ; Barroso Vieira, G.A. (IFSERTÃO-PE)

Resumo

O ensino de química ainda é um desafio para muitos professores, principalmente quando trata das funções orgânicas. A busca pelo entendimento desse assunto por parte do aluno fica geralmente pautada em decorar. Com o objetivo de promover uma aprendizagem significativa os bolsistas do Pibid, abordaram a química orgânica, contextualizada, na turma do terceiro ano da escola Antônio Alves Filho, em Petrolina-PE. O tema gerador envolveu discussões cotidianas recorrentes entre os jovens, as drogas lícitas e ilícitas, uso, dependência, importância e malefícios. Assim, em parceria com o professor buscou-se discutir o tema, instigando os alunos a conhecer mais sobre a química através dessas drogas e identificar as funções, fórmulas, tipos de cadeia dentre outras características desses compostos.

Palavras chaves

drogas; grupo funcional; química orgânica

Introdução

A adolescência é uma fase em que o comportamento humano encontra-se em contínuas mudanças devido à busca constante por novas experiências, relações, desafios e da própria identidade. Nessa busca, geralmente ocorre o envolvimento com as drogas, e por não terem limites, às vezes informações necessárias, passam a dependência química. Muitos as experimentam por curiosidade, “cotidiano, diversão, ocupação do tempo livre” (VASTERS et al, p. 4, 2011). Objetivando participar da dinâmica da sala de aula, os bolsistas de iniciação à docência do Pibid abordaram de forma contextualizada, na disciplina de química da turma do 3º ano do ensino médio da escola Antônio Alves Filho o tema gerador drogas lícitas e ilícitas, para compreensão da química orgânica, mais especificamente as funções orgânicas. Nessa abordagem tiveram destaque nas citações dos alunos a cocaína, a maconha, a cafeína, o álcool e a nicotina. O trabalho envolveu diferentes momentos em que foram realizadas pesquisas por parte dos alunos, discussões em sala de aula, construção de material lúdico, debate e estudo dirigido como forma de avaliação dessa atividade. Essa metodologia foi pautada segundo Vygotsky (1984, p.110 apud SOUZA, 2011), que afirma poder-se remontar origem de um conceito espontâneo a um confronto com uma situação concreta, ao passo que um conceito científico envolve, desde o início, uma atitude mediada em relação a seu objeto. Embora os conceitos científico e espontâneo se desenvolvam em direções opostas, os dois estão intimamente relacionados. Os resultados das intervenções realizadas por esses bolsistas foram além das expectativas, tendo em vista que a análise da coordenação pedagógica mostrou uma elevação no rendimento dessa turma, em química.

Material e métodos

Esse projeto foi desenvolvido em 4 etapas durante 2 meses. A primeira foi realizada com o estudo das estruturas, funções orgânicas e aplicação de exercícios. A segunda consistiu na organização da turma em 5 equipes, onde através de sorteio cada uma ficou responsável pelo estudo e construção da estrutura da substância sorteada, com a utilização de bolas de isopor de tamanhos variados identificando cada elemento e nas ligações, palitos de madeira. Na terceira etapa, ocorreu um debate sobre drogas finalizando na última etapa, com uma atividade avaliativa com atribuição de nota.

Resultado e discussão

Ao longo das intervenções, foi notória a mudança de comportamento, interesse e rendimento dos alunos, que também pôde ser constatado nos exercícios avaliativos. O envolvimento dos alunos para confeccionar as estruturas em modelo de bolas, foi muito rico visto que tiveram que estudar sobre os tipos de ligações, valências, substituintes. As discussões a cada momento demonstravam interesse e compreensão do assunto. A aprendizagem foi demonstrada também na ocasião do debate, pois as argumentações eram fundamentadas. O instinto de competitividade alimentava a ânsia de aprender. Por último a avaliação final dessa atividade trouxe um resultado positivo conforme seguem. No primeiro exercício foram apresentadas as fórmulas estruturais das drogas em questão. Verificou-se que dos 25 alunos, 13 identificaram mais de 80% dos grupos funcionais presentes, enquanto 12 alunos tiveram dificuldade nessa identificação.(Gráfico 1). Numa segunda avaliação contendo 9 questões, 9 alunos atingiram entre 7 e 8 pontos, 10 alunos tiveram dificuldades em responder as questões, obtendo entre 3 e 4 pontos, 8 alunos alcançaram entre 5 e 6 pontos, num total de 27 alunos (Gráfico 2). Tendo em vista que o 3º ano B foi a única turma que vivenciou o projeto Pibid, a gestão da escola fez uma análise comparativa entre as turmas dos 3º anos, constatando que no 3º ano B o índice de reprovação caiu de 85,9%, no 1º bimestre para 24,9% no 2º bimestre. Essa experiência vem ratificar a importância de buscar metodologias diferentes para aprimorar o processo de ensino e aprendizagem no ensino de química.

Gráfico 1

Percentual de acertos das questões nos exercícios da 2ª etapa.

Gráfico 2

Rendimento em notas envolvendo nomenclatura, grupo funcional e substituinte.

Conclusões

A análise dos resultados permitiu constatar que o projeto contribuiu significativamente para a aprendizagem, visto que os alunos do terceiro ano B obtiveram destaque em química, em relação às outras disciplinas. A coordenação pedagógica verificou que ocorreu elevação no rendimento em química, em 291,91% na segunda unidade em relação à primeira. Além disso, foi possível os alunos conhecerem mais sobre as drogas, enfatizando bem o caráter social que o projeto adotou. Com base nessa experiência se pretende continuar utilizando diferentes metodologias no ensino de química.

Agradecimentos

Agradecemos ao IFSertão - PE e ao Capes pela oportunidade de ingresso a esse grande projeto que se chama Pibid, que irá somar experiência e aprendizado.

Referências

VASTERS, G. P., PILLON, S. C. O uso de drogas por adolescentes e suas percepções sobre adesão e abandono de tratamento especializado. Rev. Latino-Am. Enfermagem [Internet]. mar-abr 2011 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v19n2/pt_13.pdf . Acesso em: 18 de maio de 2014 as 18: 30 horas.
Vygotsky 1984, p.110 apud SOUZA, V L. Deficiência Intelectual - Alunos com Deficiência Intelectual e/ou Múltipla Deficiência - Inclusão Social. Dezembro de 2011. Disponível em :
http://deficinciaintelectual.blogspot.com.br/2011/11/desenvolvimento-cognitivo-em-vygotsky.html . Acesso em 27/ . Acesso em 27 de Julio de 2014. As 10:00 horas
______________ Imagination and Creativity of Adolescent. In Van der Veer, R. & Valsiner, J. The Vygotsky Reader. Cambridge, Blackwell, 1994.

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