53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Química Tecnológica

TÍTULO: ESTUDO DA POTABILIDADE DA ÁGUA EM CONTATO COM UM SISTEMA IMPERMEABILIZADO COM RESINA ACRILICA

AUTORES: Gomes, M.L. (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO-UPF) ; Gobbi, D.L. (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO-UPF)

RESUMO: Neste estudo foi avaliado a potabilidade da água em contato com um impermeabilizante fabricado a base de resina acrílica elastomérica. O procedimento para a realização deste estudo foi através da ABNT NBR 12.170 potabilidade da água aplicável em sistema de impermeabilização, mostrando os procedimentos de ensaio, a preparação dos corpos de prova e o procedimento a ser executado. As análises da água em contato com o impermeabilizante foram realizadas no Laboratório de Águas da Universidade de Passo Fundo (UPF). Os resultados obtidos encontram-se todos abaixo do valor máximo permitido (VMP) pela portaria, 2.914 sendo que o impermeabilizante fabricado, não altera os padrões de potabilidade da água, sendo aprovado para ser utilizados em sistemas de água potável.

PALAVRAS CHAVES: Potabilidade; Impermeabilizante; Resina acrílica

INTRODUÇÃO: Um bom reservatório deve satisfazer a diferentes exigências como: Resistencia: o reservatório deve, em todas as suas partes, equilibrar os esforços aos quais está sujeito. Impermeabilização: deve constituir para o líquido que o contém um recipiente fechado, sem vazamentos. Deve ser estanque, isto é, não fissurado, ou fissurado nas condições aceitáveis. Durabilidade: o reservatório deve durar no tempo, isto é, o material, concreto, do qual é constituído, deve conservar suas propriedades iniciais após um contato prolongado com o líquido que ele está destinado a conter (1). Quando o concreto é poroso ou apresenta trincas e fissuras permite a passagem de oxigênio, H2O (água), CO2 (dióxido de carbono), gases poluentes como SO2 (dióxido de enxofre) e SO3 (trióxido de enxofre), que vão deteriorando o próprio concreto e quando atinge a interface concreto-aço, proporcionam as condições favoráveis ao processo de corrosão eletroquímica das armaduras. A impermeabilização é a proteção da construção contra a passagem de líquidos, compreende todos os materiais, componentes e acessórios essenciais para munir e estancar a água, inclusive os detalhes para proteger os cantos, ralos emergentes, juntas de dilatação, etc. (2). Toda água destinada ao consumo deve obedecer aos padrões de qualidade estabelecidos pela portaria no 2.914, de 12 de Dezembro de 2011, dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para o consumo humano e seu padrão de potabilidade. Segundo a portaria 2.914 artigo 3 e 4, toda a água destinada ao consumo humano, distribuída coletivamente por meio de sistema ou solução alternativa coletiva ou individual de abastecimento, deve ser objeto de controle e vigilância da qualidade da água.

MATERIAL E MÉTODOS: O Procedimento para análise desse produto foi feito utilizando a norma da ABNT (Associação Brasileira de normas Técnicas) NBR 12170 – Potabilidade da água aplicável em sistema de impermeabilização. Esta norma descreve o método para análises físicas organolépticas e químicas de água potável em contato com sistema de impermeabilização. Preparação dos Corpos de Prova Os corpos-de-prova foram produzidos através de um molde com dimensões de 15 cm x 5 cm x 2,5 cm, em argamassa com composição unitária em massa de 1:4 (cimento Portland: classe 32, areia de granulométrica média–zona 3).24 horas após a moldagem, os corpos-de-prova foram levados à câmara úmida,(figura 1) onde foram mantidos por 28 dias. Procedimento de Ensaio:Os corpos-de-prova, após aplicação do sistema impermeabilizante e secagem, de acordo com as orientações do fabricante, foram encaminhados para o laboratório de águas da UPF, mantendo os mesmos totalmente submersos e suspensos em recipiente de vidro de borossilicato, devidamente desinfetado, contendo 2L de água da rede de abastecimento, durante 24h. Colocando novamente em contato com o sistema impermeabilizado, repetindo este procedimento por cinco dias. Paralelamente a este procedimento, foi recolhido em outro vasilhame de vidro 1L de água da rede de abastecimento a cada dia de ensaio, para formar a amostra testemunho. As análises da água em contato com o impermeabilizante iniciaram-se no segundo dia, sendo analisadas as amostras do primeiro dia e assim sucessivamente durante os seis dias. Análises Físico-Químicas realizadas.Os seguintes parâmetros foram determinados Dureza, Cloretos, pH, Condutividade,Turbidez, Cor, Cloro Residual Livre, Nitratos, Manganês, Alumínio, Ferro, Cobre,Sódio, Potássio, Zinco, Odor, Cádmio, Chumbo, Sólidos totais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados das determinações de: cloretos, cor, Cloro Residual livre, Manganês, Alumínio, Ferro, zinco, Cádmio, Chumbo e Cobre, não foi detectado pelo método (nd), estando abaixo do limite de detecção, de cada ensaio. Tabela 1: Resultado das análises da água de rede e da amostra, realizadas durante os cinco dias para os parâmetros de Dureza, pH, Condutividade, Turbidez, Nitratos, Sódio, Potássio, e Sólidos totais. A média da dureza para a água de rede foi de 18,38 mg/L e para a amostra foi de 19,07 mg/L. O coeficiente de variação(aCV) para água de rede foi de 7,31% e para amostra foi de 5,1%. A média do pH da água de rede foi de 7,05 e para a amostra foi de 7,05, o CV para água de rede foi de 5,07% e para amostra foi de 3,06%. Os resultados obtidos para determinação de Condutividade, não ultrapassaram o valor máximo permitido (*VMP). Para a Turbidez, a média dos cinco dias de análise para a água de rede foi de 0,42 NTU e para a amostra foi de 0,60 NTU, o CV para água de rede foi de 42,7% e para amostra foi de 32,0%. Os resultados obtidos para determinação de Nitratos conforme a tabela 1, não ultrapassaram o valor máximo permitido (*VMP) proposto pela portaria 2.914, que é de 10,0 mg/L. A média dos cinco dias de análise para a água de rede foi de 1,86 mg/L e para a amostra foi de 1,81 mg/L, o coeficiente de variação CV para água de rede foi de 56,04% e para amostra foi de 56,61%. Os resultados obtidos para determinação de Sódio e Potássio, não ultrapassaram o valor máximo permitido (*VMP) proposto pela portaria 2.914, que é de 200,00 mg/L para ambos.

tabela 1

Resultado das análises da água de rede e da amostra, realizadas durante os cinco dias

figura 1

Câmara úmida com os corpos de prova aguardando o tempo de cura.

CONCLUSÕES: As análises de água de rede sem, e com o contato do impermeabilizante, não apresentaram diferenças entre elas, comparando os resultados obtidos com portaria 2.914, os valores não ultrapassaram o valor máximo permitido pela mesma. O impermeabilizante está dentro das normas exigidas, não interferindo nos padrões de potabilidade. O impermeabilizante fabricado pode ser comercializado e aplicado em sistemas que dependem de um, armazenamento de água potável.

AGRADECIMENTOS: - Indústria e Comércio de Tintas Legal - Universidade de Passo Fundo - Lab. Águas - ICEG - Química

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. GUERRIN, A; LAVOUR, R.C. Tratado de Concreto Armado. Editora Hemus. São Paulo, [s.d], 417p.
2. PICCHI, F.A. Impermeabilização de Coberturas. Editora Pinni. São Paulo, 1986. 651p ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASLEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12170.Potabilidade da Água Aplicável em Sistema de Impermeabilização.2p.2009.