53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: OS BENEFÍCIOS DO CHÁ VERDE

AUTORES: Silva, A.M. (UECE) ; Pereira, K.C.O. (UECE)

RESUMO: O chá verde, feito a partir da planta Camellia sinensis, consiste em uma bebida muito consumida, somente perdendo para a água como a bebida mais ingerida no mundo. O chá verde é ricamente composto por polifenóis, especialmente as catequinas. Existe uma grande gama de efeitos benéficos à saúde promovidos pelo consumo regular do chá verde, com destaque para o seu efeito na redução da gordura corporal. Existem evidências científicas de que as catequinas são in vitro e in vivo potentes antioxidantes. Afinal, vários estudos em humanos sugerem que o chá verde pode contribuir para a redução do risco de doenças cardiovasculares e algumas formas de câncer, bem como promover outros benefícios à saúde.

PALAVRAS CHAVES: Chá Verde; Camellia sinensis; Catequinas

INTRODUÇÃO: Há muito tempo, as plantas vêm sendo utilizadas como produtos terapêuticos. Por exemplo, o chá, por infusão, é a forma mais usada popularmente entre todos os mais variados tipos de produtos de origem vegetal, ricos em compostos biologicamente ativos; contribuindo para a prevenção e o tratamento de várias doenças (SHIMITZ et al. 2005). O consumo regular do chá verde, previne certas doenças como câncer, disfunções vasculares, obesidade e inflamação (MANFREDINI, DUARTE e SILVEIRA, 2004). Durante séculos, o chá tem sido considerado pelos orientais como uma bebida saudável, sendo utilizado na China há aproximadamente 3.000 anos, sendo este país o seu principal produtor. A planta Camellia sinensis é amplamente cultivada no sul da Ásia, incluindo China, Índia, Japão, Tailândia, Sri Lanka e Indonésia (SENGER, SCHWANKE e GOTTLIEB, 2010, p.293). O principal polifenol componente do chá é a (-)-epigalocatequina-3-galato (EGCG) sendo a ela atribuído o efeito anticarcinogênico. As evidencias, em estudos epidemiológicos, indica que o consumo de chá verde está inversamente relacionado à incidência de câncer de mama, próstata e gastrointestinal (GRENTESKI, 2010, p.9). Segundo Manfredini, Duarte e Benfato (2004), são três os tipos básicos de chá: o preto (indiano), o verde (japonês e chinês) e o preto chinês (oolong); porém, quase todas os experimentos mostram que somente ocorrem efeitos antimutagênicos e anticarcinogênicos com o chá verde ou de frações polifenólicas isoladas do mesmo.

MATERIAL E MÉTODOS: Desenvolvimento de um estudo descritivo analítico por meio de pesquisa bibliográfica e documental acerca do tema “OS BENEFÍCIOS DO CHÁ VERDE”, ou seja, uma pesquisa bibliográfica que apresentou um caráter descritivo e exploratório.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com Schulz, Hansel, e Tyler (2002), tanto o chá verde quanto o chá preto são originários do arbusto de chá, Camellia sinensis L. (Theaceae) (Figura 1), uma planta lenhosa sempre verde, nativa do sudeste da Ásia Continental e Indonésia. As folhas de chá que não são fermentadas apresentam um teor de 15 a 20% em proteínas; 5% em glicídios; 1 a 4% em ácido ascórbico, vitaminas do complexo B, sais minerais, particularmente o flúor e bases púricas; e 30% em proantocianidinas, como as procianidinas, prodelfinidina e derivados, teasinensinas, asamicaínas, ácidos fenólicos, principalmente o gálico e caféico, polifenóis, monoglicosídeos de flavonóis e flavonas, catecóis, epicatecóis livres e epigalocatecóis esterificados pelo ácido gálico; e de 10 a 24% em taninos (SIMÕES et al., 2004). Segundo Duarte e Menarim (2006), os chás da Camellia sinensis são produzidos em quatro formas diferentes: o chá branco não possui fermentação, o chá verde é levemente fermentado; o chá oolong é produzido com fermentação mediana e o chá preto é bem fermentado e forte. De acordo com Lima et al. (2009), em todo o planeta, produz-se, todo ano, cerca de três bilhões de toneladas de chá, sendo 78% preto, 20% verde e 2% semifermentado. O cultivo do chá verde no Brasil é restrito ao Vale do Ribeira no Estado de São Paulo, e a maior parte é destinada para a produção do chá preto. O aumento do interesse do público brasileiro pelo chá verde fez com que a sua produção fosse ampliada (NISHIYAMA et al., 2010, p.192). Para Grenteski (2010), é sempre bom reforçar que na Camellia sinensis, os polifenóis são catequinas e classificados nos subgrupos: catequina simples (C), epicatequina (EC), galatoepicatequina (ECG), epigalocatequina (EGC), galatoepigalocatequina (EGCG) e galocatequinagalato (GCG)(Fig. 2).

Flores e folhas de Camellia sinensis

A fig.1 mostra as flores e folhas de Camellia sinensis

Catequinas do chá verde

A fig. 2 mostra as Catequinas do chá verde

CONCLUSÕES: As descobertas a respeito dos benefícios do chá verde mostram de uma maneira cada vez mais crescente o seu efeito restaurador de estados patológicos; e, por tratar-se de uma bebida amplamente disponível e de baixo custo, é bastante viável o seu consumo como um importante coadjuvante no manejo nutricional em diversas patologias. A ingestão crescente de chá verde em todo o mundo, certamente, é consequência, basicamente, de seu possível efeito protetor em cânceres e doenças crônicas.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: DUARTE, M. R.; MENARIM, D. O. Morfodiagnose da anatomia foliar e cauliar de Camellia sinensis (L.) Kuntze, Theaceae. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.4, n.16, p.545-551, 2006.

GRENTESKI, J. Chá Verde na Prevenção do Câncer. Monografia (Pós Graduação em Nutrição Clínica). Curitiba/PR: Ganep Nutrição Humana, 2010.

LIMA et al. Chá: aspectos relacionados à qualidade e perspectivas. Ciência Rural, Santa Maria, v.39, n.4, p.1270-1278, jul, 2009.

MANFREDINI, V.; DUARTE MARTINS, V.; SILVEIRA BENFATO, M. da. Chá Verde: Benefícios Para a Saúde Humana. Infarma, v.16, n.9-10, p.68-70, 2004.

NISHIYAMA, M.F. et al. Chá verde brasileiro (Camellia sinensis var assamica): efeitos do tempo de infusão, acondicionamento da erva e forma de preparo sobre a eficiência de extração dos bioativos e sobre a estabilidade da bebida. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, v.30, Supl.1, p.191-196, maio 2010.

SCHULZ, V.; HANSEL, R.; TYLER, V.E. Fitoterapia racional: um guia de fitoterapia para as ciências da saúde. 4. ed. São Paulo: Manole, 2002.

SENGER, A.E.V.; SCHWANKE, C.H.A.; GOTTLIEB, M.G.V. Chá verde (Camellia sinensis) e suas propriedades nas doenças crônicas não transmissíveis. Scientia Medica, Porto Alegre,v.20, n.4, p.292-300, 2010.

SHIMITZ, W. et al. O chá verde e suas ações como quimioprotetor. In: Semina Ci¬ências Biológicas e da Saúde. Anais... Londrina/PR, p. 119-130, Jul/Dez 2005.

SIMÕES, C.M.O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5. ed. Santa Catarina: Editora UFRGS, 2004.