Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: EXTRAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DO ÓLEO DE BABAÇU (Orbignya phalerata Martius) ORIUNDO DA REGIÃO DOS COCAIS, ESTADO DO MARANHÃO
AUTORES: Costa, C.L. (UEMA) ; Santos, D.S. (UEMA) ; Vieira, I.R.S. (UEMA) ; Sales, J.S. (UEMA) ; Costa, M.C.P. (UEMA)
RESUMO: Foi analisada amostra de óleo de babaçu (Orbignya phalerata Martius),
extraído pelo método de Soxhlet, com o objetivo de avaliar as propriedades físico-
químicas do óleo. Foram realizadas as análises de: índice de refração, densidade,
umidade, índice de acidez e índice de saponificação. Os resultados obtidos foram
comparados com dados encontrados na literatura.
PALAVRAS CHAVES: Óleo de babaçu; método Soxhlet; análises físico-químicas
INTRODUÇÃO: O babaçu (Orbignya phalerata) é uma palmeira que foi descrita pela
primeira vez, em 1823 pelo botânico naturalista Martius (PEIXOTO, 1973). O
gênero Orbignya, ao qual o babaçu pertence, conta com 11 espécies, de
ocorrência na América Central e América do Sul, México e Peru, Bolívia e Brasil.
A espécie Orbignya phalerata é sinonímia da espécie Attalea
speciosa(CASTRO et al., 2002). O interesse pela exploração do babaçu
concentra-se, atualmente, nas amêndoas de onde é extraído o óleo, produto mais
importante dentre os derivados da palmeira, podendo ser utilizado para fins
culinários e industriais (BEZERRA, 1995; FERREIRA, 1999). A extração de óleos
vegetais com solvente é um processo de transferência de constituintes solúveis
(o óleo) de um material inerte (a matriz graxa), para um solvente com o qual a
matriz se acha em contato. Os processos que ocorrem são meramente físicos, pois
o óleo transferido para o solvente é recuperado sem nenhuma reação química
(REGITANO-D’ARCE, 1991). Portanto, o presente trabalho teve como objetivo
realizar a extração de lipídeos da amêndoa do babaçu por meio do método de
Soxhlet e comparar as propriedades físico-químicas do óleo com dados da
literatura.
MATERIAL E MÉTODOS: A coleta das amêndoas foi realizada na região dos cocais, no estado do Maranhão,
com a higienização das ferramentas utilizadas para obtenção das amêndoas. Na
extração do óleo de babaçu foi utilizado o método de Soxhlet e as análises físico-
químicas foram realizadas, em triplicata, seguindo as Normas Analíticas do
Instituto Adolfo Lutz (2008) para óleo: índice de refração, densidade, umidade,
índice de acidez e índice de saponificação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O rendimento de óleo obtido foi de 69,5252 % (m/m), portanto foi superior ao
intervalo obtido por Lima (2011), 57,5370 % (m/m) a 66, 2640 % (m/m), para as
amêndoas de babaçu (Orbignya speciosa). Para o índice de saponificação, o
valor encontrado foi de 237,5154 mg KOH/g óleo, o qual encontra-se de acordo com
Oliveira et al., (2007) que encontrou o intervalo de 164 a 252 mg KOH/g
óleo para o óleo de babaçu da espécie O. phalerata e abaixo do
estabelecido pela Resolução n° 482 da Resolução de Diretoria Colegiada – ANVISA
(1999), que adota como padrão de índice de saponificação a faixa entre 245 a 256
mg KOH/g óleo, a mesma empregada pela norma Internacional Codex
Alimentarius (2003) para o óleo de babaçu (Orbignya ssp) . Com
relação ao índice de acidez, a amostra apresentou o valor de 0,2988 % ácido
láurico, portanto, dentro do valor estabelecido pelo Codex Alimentarius
(2003), para o índice de acidez, o qual é no máximo 0,3 % ácido láurico, então a
amostra analisada está dentro do padrão estabelecido. Para a densidade o valor
encontrado foi de 0,8454 g/mL, o qual está abaixo do intervalo estabelecido pelo
Codex Alimentarius (2003) entre 0,9140 a 0,9170 g/mL e do encontrado por
Oliveira et al., (2007) que foi de 0,9180 a 0,9230 g/mL. Os intervalos
encontrados para o índice de refração foram: Oliveira et al.,(2007) de
1,4553 a 1,4558 nD40 e Machado et al. (2006) de 1,4485 a 1,4505 nD40; então o
valor obtido, 1,4503 nD40, está dentro do intervalo encontrado por Machado et
al., (2006). Lima et al., (2011) encontraram para a análise de
umidade o intervalo de 1,995 a 4,169 %, nas amostras analisadas esse valor foi
de 2,0118 %, portanto está dentro do intervalo aceitável.
Tabela 1.
Tabela 1. Média (x), desvio-padrão (S) e
coeficiente de variação (CV) do rendimento da
extração e das análises físico-químicas do óleo de
babaçu.
CONCLUSÕES: A amostra de óleo de babaçu analisada apresenta: rendimento de óleo superior ao
encontrado por Lima (2011); índice de saponificação dentro do intervalo obtido por
Oliveira et al.(2007); o índice de acidez está dentro do padrão estabelecido pelo
Codex Alimentarius (2003); o valor de densidade está abaixo dos encontrados na
literatura e também do Codex Alimentarius (2003); o índice de refração está dentro
do intervalo encontrado por Machado et al.(2006); e o valor da análise de umidade
está dentro do intervalo encontrado por Lima et al.(2011).
AGRADECIMENTOS: À FAPEMA, pelo suporte financeiro ao Projeto REDEBIO e pelas bolsas BATI de
Cristiane da L. Costa e de Débora S. Santos; à UEMA, pelas bolsas de IC.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, resolução RDC nº 482, de 23 de setembro de 1999, Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Óleos e Gorduras Vegetais. Disponível em: www.anvisa.gov.br. Acesso em: 01 de Março de 2011.
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