Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE INSETICIDA E ANTIBACTERIANA DO EXTRATO METANÓLICO DOS GALHOS DE Psychotria poeppigiana Mull. Arg. (Rubiaceae)
AUTORES: Silva, D.R. (INPA) ; Oliveira, T.A. (INPA) ; Amaral, L.V. (INPA) ; Fachin-espinar, M.T. (UEA-INPA) ; Ronchi-teles, B. (INPA) ; Nunez, C.V. (INPA)
RESUMO: O extrato metanólico dos galhos de Psychotria poeppigiana foi avaliado
frente ao inseto Sitophilus zeamais (praga de grãos armazenados)
demonstrando atividade inseticida em uma concentração de 10 mg/mL. Também foi
realizado ensaio antibacteriano do extrato frente a 10 bactérias, o qual mostrou-
se bacteriostático contra cinco delas (Pseudomonas fluorescens, Bacillus
cereus, B. subtilis e Edwardsella tarda), na concentração de
1.000 μg/mL. Conclui-se que o extrato tem potencial inseticida e bacteriostático.
PALAVRAS CHAVES: Psychotria poeppigiana; Sitophilus zeamais; Pseudomonas fluorescens
INTRODUÇÃO: O gênero Psychotria (Rubiaceae) possui cerca de 1400 espécies, entre
árvores tropicais e arbustos, sendo Psychotria viridis e P.
carthagenensis descritas como plantas usadas na mistura de uma bebida
alucinógena, efeito esse atribuído ao alcaloide dimetiltriptamina (Mckenna et
al., 1984). Trabalhos têm abordado a atividade biológica P. poeppigiana,
onde as folhas têm sido descritas contra picadas de cobras (Otero et al., 2000)
e o extrato etanólico (95 %) das folhas contra Leishmania (Céline et al.,
2009). Assim, P. poeppigiana apresenta-se como uma fonte de substâncias
com potenciais biológicos a serem explorados. Desse modo, o objetivo desse
trabalho foi avaliar o potencial inseticida e a atividade antibacteriana do
extrato metanólico de P. poeppigiana.
MATERIAL E MÉTODOS: O material vegetal foi coletado em Altamira – PA (Nov/2008), secos, moídos e
extraídos 3 vezes com os solventes hexano e depois metanol, utilizando ultrassom
(20 min) e concentrados em rotaevaporador. Para a atividade inseticida
utilizaram-se adultos de S. zeamais Motschulsky. Os ensaios foram realizados por
contato em folhas de papel de filtro (Huang et al., 1997) e por ingestão de
grãos contaminados (Llanos et al., 2008). Cada ensaio constou de 2 grupos,
controle e tratamento, com 5 réplicas cada, adicionando 20 adultos não sexados,
com idade entre 10 a 20 dias, somando 100 indivíduos por tratamento e por
controle. No grupo tratamento foi aplicado a concentração de 0,1, 1 e 10 mg/mL.
Por contato, folhas de papel de filtro foram impregnadas com 1 mL das
concentrações do extrato e colocadas em placas de Petri, após 5 dias verificou-
se a porcentagem de indivíduos mortos. Para o ensaio de ingestão, pesou-se 20 g
de milho comercial em frascos de 500 mL, impregnando com 2 mL das concentrações
do extrato, realizando a contagem dos indivíduos mortos após 15 dias. Para o
ensaio antibacteriano foi avaliado contra Nocardia brasiliensis, Pseudomonas
aeruginosa, P. fluorescens, Salmonella enteritidis, Staphylococcus aureus,
Bacillus cereus, B. subtilis, Corynebacterium glutamicum, Escherichia coli e
Edwardsella tarda. A concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada por
microdiluição em caldo fazendo diluições sucessivas (1:2) dos extratos e
inoculados com as bactérias. As microplacas foram incubadas e após esse período,
acrescentou-se o revelador cloreto de 2,3,5-trifeniltetrazólio (TTC), após
incubação de 30 minutos foi feita a leitura da atividade. Após 24 horas a
concentração bactericida mínima (CBM) foi obtida através do subcultivo das
amostras que apresentaram CIM.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O extrato mostrou atividade inseticida apenas na concentração de 10 mg/mL e
quando testado por ingestão. Conforme a tabela 1, a porcentagem de adultos
mortos, na concentração de 10 mg/mL foi de 45 % quando se considera o ensaio de
ingestão e 5 % por contato. Assim, sugere-se que a atividade inseticida do
extrato metanólico de P. poeppigina está relacionado com a via de
aplicação, seguindo essa premissa, é possível que a tegumento do inseto tenha
funcionado como uma barreira física impedindo a entrada da(s) substância(s) com
propriedade inseticida. Ao passo que a via de ingestão pode ter funcionado como
um facilitador, à medida que, o inseto não sessa sua alimentação enquanto o
experimento está sendo realizado. Gallo et al. (2002) já descrevia o tegumento
como uma barreira mecânica, química e biológica à entrada de substâncias
estranhas no organismo desses animais. Quanto ao ensaio antibacteriano, o
extrato não foi bactericida, contudo demonstrou-se bacteriostático frente às
bactérias: Pseudomonas fluorescens, Bacillus cereus, Bacillus
subtilis e Edwardsella tarda, na concentração de 1.000 μg/mL (Tabela
2).
Tabela 1: Porcentagem de indivíduos mortos frente a 3 concentrações do
Tabela 2: Resultados da concentração inibitória mínima (CIM) e mínima
CONCLUSÕES: O extrato metanólico dos galhos de P. poeppigiana tem potencial inseticida contra
adultos de S. zeamais quando avaliados pela via de ingestão, assim como demonstra
potencial bacteriostático quando utilizado contra as bactérias Pseudomonas
fluorescens, Bacillus cereus, B. subtilis e Edwardsella tarda. Por outro lado, o
extrato não mostrou potencial bactericida.
AGRADECIMENTOS: PPBio/CNPq, CT-AGRO/CNPq, FAPEAM, CENBAM/CNPq/MCTI, UFAM.
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