Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: ANÁLISE FITOQUÍMICA QUALITATIVA DAS FOLHAS DE POTHOMORPHE PELTATA (L.) MIQ.
AUTORES: Barros, C.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ) ; Barros, S.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ) ; Bezerra, R.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ) ; Carvalho, H.O. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ) ; Lacerda, G.S.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ) ; Palmerim, K.H.B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ) ; Silva, S.G.G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ)
RESUMO: A presente pesquisa teve como objetivo realizar uma análise fitoquímica
preliminar das folhas de Pothomorfhe peltata, sendo a mesma muito utilizada na
medicina popular, no tratamento de doenças hepáticas, inflamatórias e
infecciosas. A extração foi etanólicas, do tipo a quente sob-refluxo. As
análises revelaram a presença de saponinas espumídica, ácidos orgânicos, fenóis
e taninos, depsídios e depsidonas, esteróides e triterpenóides. Desta forma,
observa-se que alguns metabólitos presentes estão corroborando com as indicações
atribuídas a esta espécie, uma vez que, os ácidos orgânicos podem ser usados na
modificação da flora intestinal e na ação antimicrobiana, assim como, os
compostos fenólicos, já as saponinas apresentam ação anti-inflamatória.
Portanto, as folhas de P. peltata,
PALAVRAS CHAVES: Biodiversidade; Conhecimento Tradicional; Fitoquímica Preliminar
INTRODUÇÃO: A utilização de plantas medicinais no controle da saúde vem sendo usada ao longo
dos tempos desde a forma mais simples de tratamento local, nesse caso pode-se
citar, a utilização das mesmas pelo homem das cavernas, até mesmo as formas mais
complexas de fabricação industrial utilizada pelo homem moderno (LORENZI, 2008).
Nesse contexto, a região Amazônica, apresenta um grande potencial, pois detém
aproximadamente um terço da flora mundial (SANT’ANA; ASSAD, 2001). Diante da
mega diversidade que Amazônia Brasileira detém, tem-se registro de centena de
famílias de plantas com propriedade terapêuticas, dentre elas a piperaceae,
tendo como principal representante o gênero Piper que compreende mais 700
espécies, sendo a maioria fornecedora de óleos essenciais (RAVEN et al., 1996;
VANIN et al., 2008). Dentro dessa variedade de espécies encontra-se, Pothomorphe
peltata, que cresce na floresta amazônica dos países: Peru, Bolívia e Brasil, e
são vulgarmente conhecida no Brasil como caapeba e paraopeba, suas folhas são
utilizadas pela medicina popular peruana, boliviana e brasileira, para o
tratamento de doenças hepáticas, inflamatórias e infecciosas (MONGELLI, et al.,
2002; apud DESMARCHELIER et al., 1996; DESMARCHELIER et al., 2000). Assim
sendo, a presente pesquisa teve como objetivo a investigação fitoquímico das
folhas de Pothomorphe peltata (L.) Miq.
MATERIAL E MÉTODOS: O material botânico foi coletado na comunidade do Igarapé da Fortaleza do
município de Santana-AP, estando localizado entre as coordenadas 00°05´13''
latitude norte e 00°03´43'' latitude sul, e entre as coordenadas 51°04´37'' e
51°09´57'' longitude oeste (TAKIYAMA et al., 2003). A coleta do material
botânico foi de um subarbusto ereto, muito ramificado, com hastes articuladas e
providas de nós, apresentando folhas bem amplas. A colheita foi do tipo manual,
e em seguida lavou-se bem rápido visando eliminar massa de terra, método esse
recomendado por Oliveira et al (1998). Sendo identificada e depositada no
Herbário da Universidade Federal do Amapá-HUFAP (exsicata sob nº 443). As folhas
de P. peltata foram submetidas à secagem a 50 ºC, em estufa de ar circulante,
sendo, trituradas em liquidificador. Os fragmentos (37,33 g) foram submetidos a
um processo de extração etanólica a quente sob refluxo, 45 min. a 45º, sendo
este processo repetido 3 vezes (925mL a cada extração), os materiais foram
filtrados e os extratos etanólicos obtidos concentrados em evaporador rotatório,
sob pressão reduzida. Obtendo-se assim, o Extrato Bruto Etanólico das folhas
(4,02 g) (EBE) (FALKENBERG et al., 2003; FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 2010;
KIANTIKOSKI, 2011). Para obtenção da triagem fitoquímica, utilizou-se a
metodologia proposta por Matos (1997) e Barbosa et al., (2004) foram avaliadas a
presença de alcalóides, ácidos orgânicos, açucares redutores, depsídios e
depsidonas, esteróides e triterpenóides, resinas, antraquinonas, purinas,
catequinas, polissacarídeos, flavonóides , fenóis e taninos, saponinas
espumídica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A triagem fitoquímica do extrato etanólico de folhas P. peltata, revelou
resultados positivos para a presença de saponinas, ácidos orgânicos, fenóis e
taninos, depsídios e depsidonas e esteróides e triterpenóides. Foram observados
testes negativos para açúcares redutores, polissacarídeos, flavonóides,
alcalóides, resinas, antraquinonas, catequinas e purinas (Tabela 1). No entanto
os resultados negativos apresentados nesta pesquisa, não implicam
necessariamente na sua ausência, sendo provável que a quantidade dos mesmos
esteja pequena para ser detectada (BRUM et al., 2011). Os metabolitos
identificados na presente pesquisa corroboram com as informações
etnofarmacologicas atribuídas a P. peltata, uma vez que, as saponinas têm como
principal atividade ação antiinflamatória e atividade antiviral (SIMÕES et al.,
1999). Os taninos são empregados na medicina tradicional no tratamento de
hipertensão arterial, reumatismo, feridas, antioxidante, anti-hemorrágico,
cicatrizante e antiinflamatória. Assim como os taninos, os esteróides e
triterpenóides atuam como antiinflamatório (RODRIGUES et al., 2010; SILVA et
al., 2012). Além desses metabolitos, houve também a presença de compostos
fenólicos, sendo estes, com um potencial de complexar as proteínas
extracelulares da membrana bacteriana. Desta forma, observe-se a correlação do
conhecimento tradicional com o científico (BRUM et al., 2011; COSTA et al.,
2012).
Tabela 1. Análise fitoquímica do extrato etanólico de folhas P. peltat
CONCLUSÕES: Através da análise preliminar fitoquímica das folhas de P. peltata, foi possível
identificar classes de metabólitos secundários de interesse farmacológico presente
na planta em estudo, sugerindo a importância de maiores estudos acerca destas
substâncias e suas funções farmacológicas.
AGRADECIMENTOS:
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