Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS EXTRATOS DICLOROMETÂNICO E METANÓLICO DOS GALHOS DE Piranhea trifoliata Baill (PICRODENDRACEAE)
AUTORES: Pedroza, L.S. (UEA/INPA) ; Fachin-espinar, M.T. (UEA/INPA) ; Jeffreys, M.F. (UFAM/INPA) ; Nunez, C.V. (INPA)
RESUMO: Piranhea trifoliata Baill é uma árvore típica de regiões de várzeas e é
utilizada no tratamento de malária na medicina popular. Este trabalho consistiu em
avaliar a atividade antioxidante dos extratos diclorometânicos e metanólicos dos
galhos coletados em três épocas distintas. A atividade antioxidante dos extratos
foi determinada pelo método de sequestro do radical livre DPPH e
Fe3+/Fenantrolina. Os resultados demonstraram uma significativa atividade
antioxidante dos extratos metanólicos das três coletas realizadas, com uma
equivalência variando entre 1 e 2, quando correlacionadas com ácido ascórbico.
PALAVRAS CHAVES: Atividade antioxidante; galhos; Piranhea trifoliata
INTRODUÇÃO: Antioxidantes são substâncias que inibem ou retardam os processos oxidativos
(HALLIWELL; GUTTE¬RIDGE, 2000) e destacam-se por prevenir a formação e a ação
das espécies reativas de oxigênio e nitrogênio que provocam danos oxidativos
(ANDRADE-WARTHA, 2007). O desequilíbrio entre moléculas oxidantes e
antioxidantes resulta na indução de danos celulares pelos radicais livres,
chamado de estresse oxidativo (LEITE, 2003), e está implicado na ocorrência de
diversas doenças, tais como câncer, ateroscleroses, isquemia cerebral e
envelhecimento (ROESLER, 2007). Os antioxidantes de origem vegetal merecem uma
atenção especial, pois as plantas sintetizam metabólitos capazes de captar os
radicais livres (POTTERAT, 1997). A região Amazônica possui um número
surpreendente de espécies vegetais, que ainda não foram avaliadas quanto ao seu
potencial químico e biológico. Dentre as espécies que merecem destaque está a
Piranhea trifoliata Baill, uma espécie típica das regiões de várzeas, e
usada como planta medicinal para tratamento de malária e inflamações no útero
(FILHO, 2012). Desse modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade
antioxidante dos extratos diclorometânicos e metanólicos dos galhos de
Piranhea trifoliataBaill.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram realizadas três coletas, a 1ª e a 2ª coleta em Altamira – PA (Nov/2008 e
Ago/2009) e a 3ª coleta no Careiro da Várzea – AM (Set/2012). O material vegetal
foi seco, moído e extraído três vezes com solventes de polaridade crescente (DCM
e MeOH) e utilizando ultrassom (20 min) e concentrados em rota-evaporador. A
atividade antioxidante foi realizada utilizando os ensaios quantitativos com
DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazila) e com Fe3+/Fenantrolina. As soluções dos
extratos foram preparadas na concentração de 0,5 mg/mL. Para o ensaio usando o
DPPH como agente oxidante, utilizou-se 990 μL da solução de DPPH e 10 μL de
amostra, com leituras após 30 minutos, em um espectrofotômetro a um comprimento
de onda 517 nm. Para o procedimento usando o Fe3+ como agente oxidante,
adicionou-se 10 µL da amostra e 10 µL de uma solução padrão de Fe3+ e 980 µL da
solução de fenantrolina, com leituras após uma hora em espectrofotômetro a um
comprimento de onda de 508 nm. Ambos os procedimentos foram realizados em
triplicata, o branco é preparado de modo semelhante substituindo a amostra por
água deionizada e o padrão usado foi o ácido ascórbico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos foram expressos em equivalência com o ácido ascórbico,
permitindo correlacionar a resposta obtida do extrato vegetal com a do
antioxidante padrão e quanto mais próximo de 1,0 mais semelhante é a capacidade
antioxidante da amostra frente ao ácido ascórbico. Assim, os extratos
metanólicos das três coletas apresentaram uma elevada atividade antioxidante com
uma equivalência com o ácido ascórbico variando entre 1 e 2 (Tabela 1),
destacando-se principalmente a segunda coleta com uma equivalência de 1,650 para
o DPPH e 0,868 para o Fe3+, mostrando desta forma que este extrato metanólico
tem presente constituintes químicos com um grande potencial antioxidante.
Estudos descritos na literatura atribuem esta atividade antioxidante de extratos
vegetais aos compostos fenólicos, pois estes têm propriedades captadoras de
radicais livres, o que lhe confere a atividade antioxidante (MATINEZ – VALVERDE
et al, 2000; MELO et al, 2008; SILVA, 2005), estes compostos fenólicos incluem
as classes químicas dos flavonoides e taninos importantes metabólitos
secundários presentes nas plantas. Quanto aos extratos diclorometânicos das três
coletas, estes foram inativos, com equivalências muito altas. Estes resultados
mostram que as substâncias antioxidantes estão presentes apenas nos extratos de
maior polaridade (os extratos metanólicos). É interessante notar que os extratos
obtidos das três coletas apresentaram potenciais muito semelhantes nas reações
com estes oxidantes.
TABELA 1. Atividade Antioxidante dos extratos diclorometânicos e metan
CONCLUSÕES: Os extratos metanólicos das três coletas realizadas possuem um grande potencial
antioxidante. Com base nos resultados obtidos, a espécie em questão apresenta um
alto potencial como fonte de substâncias bioativas, o que incentiva o
fracionamento a fim de determinar qual ou quais as substâncias presentes que são
responsáveis pela atividade.
AGRADECIMENTOS: PPBio/CNPq, CT-AGRO/CNPq, FAPEAM, CENBAM/CNPq/MCTI e UEA.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANDRADE-WARTHA, E.R.S. Capacidade antioxidante in vitro do pedúnculo de caju (Anacardium occidentale L.) e efeito sobre as enzimas participantes do sistema antioxidante de defesa do organismo animal. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2007. 111p.
FILHO, E. M. C. Plante as árvores do Xingu e Araguaia. Ed. rev. e ampl. São Paulo, 2012.
HALLIWELL, B.; GUITTERIDGE, J.M.C. Free radicals in biology and medicine. 3th ed. New York: Oxford Science Publications, 2000. 936p.
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MATINEZ-VALVERDE, I.; PERIAGO, M. J.; ROS, G. Significado nutricional de los compuestos fenólicos de la dieta. Arch.Latinoam. Nutr., v. 50, n. 1, p. 5-18, 2000.
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POTTERAT, O. Antioxidants and free radical scavengers of natural orign. Current Organic Chemistry, 1, 415, 1997.
ROESLER, R.; MALTA, L. G.; CARRASCO, L. C.; HOLANDA, R. B.; SOUSA, C. A. S.; PASTORE, G. M. Atividade antioxidante de frutas do cerrado. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 27(1): 53-60, jan.- mar. 2007.
SILVA, C. G.; HERDEIRO, R. S.; MATHIAS, C. J.; Panek, A. D.; Silveira, C. S.; Rodrigues, V. P.; Rennó, M. N.; Falcão, D. Q.; Cerqueira, D. M.; Minto, A. B. M.; Nogueira, F. L. P.; Quaresma, C. H.; Silva, J. F. M.; Menezes, F. S.; Eleutherio, E. C. A. Evaluation of antioxidant activity of Brazilian plants. Pharmacological research. v. 52, p. 229 – 233, 2005.