53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: ANALISE FÍSICO-QUÍMICA DAS FOLHAS DA ESPECIE BAUHINIA VARIEGATA(LEGUMINOSAE) EM DIFERENTES PERÍODOS DE MATURAÇÃO

AUTORES: de Sousa, V.C.S. (UFPA) ; dos Santos, D.L. (UFPA) ; Ferreira, R.D.S. (UFPA) ; Müller, M.S. (UFPA) ; Müller, R.C.S. (UFPA) ; Lameira, O.A. (EMBRAPA)

RESUMO: As folhas da espécie Bauhinia Variegata, pertence à família Leguminosae, foram submetidas a analises física e físico química. Os resultados obtidos para analise granulométrica foram de 62,46±1,93% e 60,99±1,51, cinzas totais, 5,58±0,07% e 4,61±0,43%, cinzas insolúveis4,57±0,06% e de 2,21±0,38%, perda por dessecação 6,86 ± 0,07% e 6,97± 0,09%, densidade aparente0,276±0,00g/mL e 0,318±0,00g/mL,pH5,8± 0,1 e 5,9 ±0,1, condutividade1,54±0,05mS.cm-1e 1,42±0,02 mS.cm-1, teor de extrativos 17,88 ±0,45% e 16,90±1,18% antes e durante a floração respectivamente. Com os resultados obtidos pode-se concluir que os períodos antes e pós-floração não apresentaram influencia nos parâmetros analisados.

PALAVRAS CHAVES: Bauhinia Variegata; plantas medicinais; analise físico-química

INTRODUÇÃO: Hoje o conhecimento sobre plantas medicinais simboliza muitas vezes o único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos. Em diversos países, o custo elevado e os efeitos indesejáveis de fármacos sintéticos estão fazendo com que os consumidores tenham preferência por “produtos naturais”, e como essa tendência é crescente, torna-se necessário o controle de qualidade das plantas medicinais. (MACIEL et al.,2002). Entre inúmeras espécies que são usadas como recurso terapêutico, encontram-se as do gênero Bauhinia, pertencentes à família Leguminosae, as quais são encontradas principalmente nas áreas tropicais do planeta, compreendendo aproximadamente 300 espécies. Muitas destas plantas são usadas como remédio na medicina popular em várias regiões do mundo, incluindo África, Ásia e América Central e do Sul como citado por ACHENBACH et al.(1988 apud SILVA, K. L. & CHECHINEL FILHO, V.,2002) Apesar do intenso consumo, existem poucos estudos farmacognósticos envolvendo a espécie B. variegata, o que se faz necessária à realização dos mesmos visando estabelecer parâmetros de qualidade desta planta medicinal, atestando sua pureza e autenticidade. Desta forma este trabalho tem por objetivo avaliar a influência dos períodos de maturação nos parâmetros físico e físico-químico, para que se possa determinar a melhor época de colheita para que a mesma possa ser utilizada como fitoterápica.

MATERIAL E MÉTODOS: Material vegetal As folhas da espécie, B. Variegata foram coletadas na EMBRAPA no município de Belém no Pará, em três períodos distintos de maturação. Posteriormente levadas para secagem em estufa a 45° C durante 24h. Em seguida procedeu-se a moagem da droga em moinho de facas para obtenção do pó vegetal para as análises. Analise granulométrica Para analise granulométrica foram realizados ensaios físicos de acordo com a Farmacopéia Brasileira (2005) e (MICHELLIN 2010). Umidade A analise de umidade ou perda por dessecação foi realizada de acordo com (Couto 2009). pH Uma solução de 5% p/v da amostra foi preparada para determinação do pH que será determinado diretamente através do auxilio de um pHmetro previamente calibrado. Teor de extrativos A análise de teor de extrativos foi realizada de acordo com (Michelin, 2010) Condutividade elétrica Uma solução de 5% p/v da amostra será preparada para determinação da condutividade elétrica que será determinada diretamente através do auxilio de um condutivimetro. Densidade aparente A determinação da densidade aparente será realizada com o auxilio de uma proveta de 50 ml, que será preenchida com o pó vegetal, com o volume e a massa de amostra determina-se sua densidade aparente através da seguinte equação. d=m.v^(-1)

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Determinação Granulométrica do Pó As partículas retidas no tamis de 250µm foram de 62,46±1,93% e 60,99±1,51 antes e durante a floração classificando o material vegetal segundo a Farmacopéia Brasileira (2005) como pó grosso. Determinação da Perda por Dessecação/Umidade Os valores foram próximos, com 6,86 ± 0,07% e 6,97± 0,09%para os períodosantes e durante a floração respectivamente, a Farmacopéia Brasileira (2005) estipula o limite máximo de 14% para drogas vegetais. Determinação do Teor de Cinzas Totais e Insolúveis em Ácido A Farmacopéia Brasileira (2005) estipula valor máximo 14% de cinzas totais e 3% para cinzas insolúveis. Para cinzas totais, os resultados foram 5,58±0,07% e 4,61±0,43%para os períodosantes e durante a floração respectivamente e para cinzas insolúveis 4,57±0,06% e de 2,21±0,38% para o período anterior a floração e durante a floração respectivamente. Determinação da Densidade Aparente Obtiveram-se valores de 0,276±0,00g/mL e 0,318±0,00g/mL, antes e durante a floração, respectivamente. A Farmacopéia Brasileira não determina valores máximos e mínimos de densidade aparente para espécies vegetais Determinação de pH A Farmacopeia Brasileira (2005) não cita em suas monografias, valores máximos e mínimos para drogas vegetais os valores encontrados foram de 5,8± 0,1 e 5,9 ±0,1,anterior à floração e durante a floração,respectivamente. Determinação da Condutividade Elétrica Foram encontrados valores de 1,54±0,05mS.cm-1no período anterior à floração e de 1,42±0,02 mS.cm-1 para o período de floração. Determinação do teor de extrativos O rendimento das coletas foi de 17,88 ±0,45% anterior a floração e de 16,90±1,18% durante a floração. A Farmacopéia Brasileira (2005) não cita em suas monografias, valores máximos e mínimos para drogas vegetais

tabela o1.



tabela 02



CONCLUSÕES: Os resultados dos parâmetros analisados para a droga vegetal em estudo ficaram dentro do que é estipuladopela Farmacopéia Brasileira (2005), com exceção dos teores de cinzas insolúveis em ácido para o período anterior à floração, o que pode indicar possível contaminação no processo coleta e armazenamento. Com este estudo, foi possível observar que o período anterior à floração e o período em que a árvore se encontra na floração não tiveram influência sobre os parâmetros analisados, pois as duas coletas apresentaram valores próximos para as análises físicas e físico-químicas.

AGRADECIMENTOS: Museu paraense Emilio Goeld, EMBRAPA Amazônia oriental, Universidade Federal do Pará UFPA pelo trabalho realizado.

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