Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: Flavonóides da geoprópolis da abelha sem ferrão jandaíra (Melipona subnitida Ducke)
AUTORES: Souza, S.A. (UFRPE) ; Silva, E.M.S. (UFVSF) ; Camara, C. (UFRPE) ; Silva, T. (UFRPE)
RESUMO: Geoprópolis é uma mistura complexa, formada por material resinoso, cera e barro.
Sua composição química está relacionada a flora da região visitada pelas abelhas e
inclui a presença de compostos fenólicos que são substâncias responsáveis pela
atividade antioxidante. A investigação da fração acetato resultou no isolamento e
caracterização de três flavonóides: 7-metoxi-narigenina, 7-metoxi-aromadendrina e
7,4’-dimetoxi-aromadendrina. A elucidação estrutural das substâncias isoladas foi
feita utilizando-se métodos espectrométricos e comparação com dados da literatura.
Vale resaltar que todas as substâncias isoladas da geoprópolis da jandaira estão
sendo descritas pela primeira vez na literatura.
PALAVRAS CHAVES: Geoprópolis ; flavonóides; Jandaíra
INTRODUÇÃO: Geoprópolis é um tipo especial de própolis preparada pelas abelhas sem ferrão
(Melipona) que coletam resina das plantas e misturam com cera e terra
(NOGUEIRA-NETO, 1997). Sua composição química é complexa e está relacionada à
diversidade vegetal encontrada em torno da colmeia (PINTO et al., 2011). O
conhecimento da origem botânica da geoprópolis é importante porque sua atividade
biológica deve estar associada às substâncias provenientes das plantas visitadas
por estas abelhas. A presença de compostos fenólicos confere a geoprópolis
características de antioxidante. Os compostos fenólicos incluem milhares de
compostos com diferentes estruturas químicas, correspondendo a diferentes
atividades antioxidantes in vitro. O grande interesse por antioxidantes de
origem natural despertou intensa procura por materiais vegetais visando
identificação de novos antioxidantes. Conhecer a composição química e a
atividade antioxidante da geoprópolis da abelha jandaíra, agrega valor ao
produto in natura e atende a um mercado que está em evidência e cresce a cada
dia. Este trabalho tem como objetivo isolar as substâncias da geoprópolis da
abelha jandaíra (Melipona subnitida).
MATERIAL E MÉTODOS: A amostra da geoprópolis da abelha sem ferrão jandaira (Melipona subnitida
Ducke) foi coletada em um Meliponário situado no Sítio Riacho, Município de
Sousa, Paraíba-Brasil. A geoprópolis (550 g) foi extraída com etanol. O extrato
etanólico (15,7 g) foi suspenso em MeOH: H2O (1:1), em seguida particionado com
hexano e acetato de etila para se obter as frações correspondentes hexano (4,8
g), acetato de etila (4,5 g) e MeOH: H2O (0,7 g). A fração acetato de etila que
mostrou a melhor atividade antioxidante, foi cromatografada em Sephadex LH-20,
analisada por cromatografia em camada delgada e corada com reagente NP. O perfil
dos fenólicos da fração AcOEt foi analisado por HPLC em coluna analítica e duas
subfrações foram submetidas ao isolamento por HPLC semipreparativo e forneceu
três flavonóides que foram elucidados através de análises espectroscópicas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A fração AcOEt da geoprópolis da Jandaíra após o isolamento em HPLC de fase
reversa, forneceu três flavonóides: 7-metoxi-narigenina, 7-metoxi-aromadendrina e
7,4’-dimetoxi-aromadendrina que foram elucidados por análise de dados espectrais
incluindo RMN de 1H e 13C e LC-ESI-MS e dados de UV e IV.
CONCLUSÕES: O estudo químico da geoprópolis da jandaira (Melipona Subnitida) coletada na
região do sertão da Paraíba resultou no isolamento e identificação de três
substâncias: 7-metoxi-narigenina, 7-metoxiaromadendrina e 7,4’-
dimetoxiaromadendrina. Estas substâncias isoladas estão sendo descritas pela
primeira vez em geoprópolis de jandaira.
AGRADECIMENTOS: FACEPE, CNPq-PPBio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. NOGUEIRA-NETO, P. Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão. Nogueirapis, São Paulo, Brasil, 446pp. 1997.
2. PINTO, L. M. A.; PRADO, N. R. T.; CARVALHO, L. B. Propriedades, usos e aplicações da própolis. Revista Eletrônica de Farmácia Vol. VIII (3), 76 - 100, 2011.