Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: Avaliação comparativa de extrato aquoso e pó de repolho roxo (Brassica oleracea var. Capitata) como indicador natural de pH
AUTORES: Maria Aparecida dos Santos, J. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Santos Silva, A. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Alves da Silva, R. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Silva, A.S. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Barbosa Santos, M. (IFMT CAMPUS CONFRESA)
RESUMO: o extrato aquoso de repolho roxo é considerado um ótimo indicador natural de pH.
Entretanto, apresenta algumas limitações, devido à necessidade de utilização de
água destilada, tendo em vista a grande dificuldade do processo de destilação.
Diante disso, objetivou-se com o presente trabalho avaliar o pó de repolho roxo
(B. oleracea var. Capitata) como indicador natural de pH em comparação com o
extrato aquoso do mesmo. O experimento consistiu na avaliação do pó de repolho
roxo na escala de pH de 1 a 14 em comparação com o extrato aquoso de repolho
roxo na mesma escala. Concluiu-se que o pó de repolho roxo tem menor capacidade
de variação de coloração em função do valor de pH se comparado com o extrato
aquoso do mesmo.
PALAVRAS CHAVES: indicador natural; potencial hidrogeniônico; tecnologia alternativa
INTRODUÇÃO: Indicadores naturais de pH foram descobertos a muito tempo por Robert Boyle
ainda no século XVII e ao longo dos anos vem ganhando importância devido as
inúmeras alternativas para a utilização desses pigmentos. Dentre essas
alternativas destaca-se a utilização para aulas práticas de Química, atividades
de educação ambiental e avaliação físico-química de leite bovino (JUNIOR & BISPO
, 2010; DIAS et al., 2003, SILVA et al., 2012).
De acordo com Santos et al. (2012), existem diversas fontes de indicadores
naturais de pH como, por exemplo, cenoura, beterraba, cebola roxa, repolho roxo,
dentre outros materiais. Na maioria desses produtos a extração dos pigmentos
colorimétricos capazes de mudarem de cor em função do valor de pH, geralmente
são extraídos por meio de substâncias líquidas (solvente) como água e álcool.
Segundo Silva et al. (2013), para a preparação dessas substâncias em meio aquoso
é necessário a utilização de água destilada, um elemento limitante frente a
dificuldade do processo de destilação.
Diante disso, objetivou-se com o presente trabalho avaliar o pó do repolho roxo
(B. oleracea var. Capitata) como indicador natural de pH em comparação com o
extrato aquoso do mesmo.
MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi desenvolvido no laboratório de Química do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso Campus Confresa.
O experimento consistiu na avaliação do pó de repolho roxo na escala de pH de 1
a 14 em comparação com o extrato aquoso do mesmo, na mesma escala.
O pó do repolho roxo foi obtido por meio da secagem do repolho roxo fatiado em
estufa de circulação e renovação de ar forçado a temperatura de 60±5°C por 72
horas. Após a secagem até o repolho atingir o aspecto quebradiço, o mesmo foi
triturado em liquidificador e peneirado, obtendo-se o pó.
As soluções com diferentes valores de pH, foram realizadas com a adição de
solução de NaOH 0,1 M e HCl 0,1 M. A aferição dos valores de pH foi realizada
utilizando-se pH-metro portátil marca Tecnopan, modelo mPA-210, versão 7.1.
As avaliações foram realizadas por meio das características visuais de coloração
de cada solução analisada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se que o pó de repolho apresenta menor capacidade de variação de cor em
função do valor de pH se comparado com o extrato aquoso (figuras 1 e 2). Para o
pó de repolho roxo substâncias com valores de pH de 1, 11 e 12 podem ser
identificados com muita facilidade e precisão. Já para o extrato aquoso de
repolho roxo pode ser identificado com bastante facilidade e exatidão as
substâncias com valores de pH de 1, 2, 9, 10 e 12.
Para o pó de repolho roxo as substâncias com valores de pH de 2, 3, 4, 5, 6, 7,
8, 9 e 10 com coloração arroxeada são visualmente idênticas, assim como os
valores de 13 e 14 com coloração amarela alaranjada. Para o extrato aquoso de
repolho roxo, as substâncias visualmente idênticas apresentam valores de pH de
3, 4, 5, 6 e 8 com coloração violeta azulada, pH de 7 e 11 com coloração azulada
e pH 13 e 14 com coloração amarela alaranjada.
Figura 1
Pó de repolho roxo em uma escala de pH variando de 1
a 14.
Figura 2
Extrato aquoso do pó de repolho em escala de pH de 1
a 14 (Fonte: Cardoso et al., 2012).
CONCLUSÕES: Concluiu-se que o pó do repolho roxo apresenta menor potencial como indicador
natural de pH se comparado com o extrato aquoso do mesmo.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CARDOSO, P. H. F.; SILVA, A. S.; COSTA, A. N. S.; SANTOS, J. M. A.; SILVA, P. C. L.; SILVA, R. A. Extrato de Brassica oleracea var. Capitata (repolho roxo) para substituição dos indicadores convencionais de pH. In: Congresso Brasileiro de Química, 52, 2012, Recife. Anais... Recife: Sociedade Brasileira de Química, 2012. (CD-ROM).
DIAS, M. V.; GUIMARÃES, P. I. C.; MERÇON, F. Corantes naturais: extração e emprego como indicadores naturais de pH. Ver. Química nova na escola, nº 17, maio de 2003.
JUNIOR, G. W.; BISPO, L. M. Corantes naturais extraídos de plantas para utilização como indicadores de pH, 2010. Acesso em: 23 de junho de 2012. Disponível em: http://www.ra-bugio.org.br/manutencao/uploaded/projetos/Artigo-Corantes_Naturais.pdf.
SANTOS, J. M. A.; LOPES, R. S.; SILVA, R. A.; SILVA, A. S. Avaliação qualitativa de diversas fontes de indicadores naturais de pH. In: Congresso Brasileiro de Química, 52, 2012, Recife. Anais... Recife: Sociedade Brasileira de Química, 2012. (CD-ROM).
SILVA, A. S.; SANTOS, J. M. A.; LOPES, R. S.; SILVA, R. A.; LOPES, F. A. S.; CARDOSO, P. H. F. Extrato de repolho roxo para avaliação físico-química do leite. In: Congresso Brasileiro de Química, 52, 2012, Recife. Anais... Recife: Sociedade Brasileira de Química, 2012. (CD-ROM).
SILVA, A. S.; SILVA, A. S.; SANTOS, M. B.; SILVA, R. A. Pó de repolho roxo como indicador natural de pH. In: I Feira de Ciências do IFMT Campus Confresa, 1, 2013, Confresa. Anais... Confresa: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso Campus Confresa, 2013. (CD-ROM).