Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ÓLEO DE PEQUI (Caryocar brasilienses Camb.)
AUTORES: Barbalho, T.C.S. (UFERSA) ; Pinheiro, A.D.T. (UFERSA) ; Lucena, I.L. (UFERSA)
RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo caracterizar fisico-quimicamente através da
umidade, do índice de acidez e de saponificação o óleo proveniente da polpa e da
amêndoa do pequi, além de caracterizá-lo por cromatografia gasosa. Os resultados
mostraram que os óleos apresentaram respectivamente: umidade de 2,89 e 1,72%,
índice de acidez de 8,49 e 7,43 mgKOH/g e índice de saponificação de 234,71 e
221,91 mgKOH/g. Dados da composição em ácidos graxos mostraram que os óleos são
ricos em ácidos oléico e palmítico. No óleo da polpa observou-se a presença de
vitaminas B, C e E, enquanto que o óleo da amêndoa apresentou α-D-glicopiranose e
furfural. Pode-se concluir pelos resultados obtidos que é justificável a
utilização do óleo como aditivo cosmético e também para a síntese de biodiesel.
PALAVRAS CHAVES: Caracterização; Óleo de Pequi; Cromatografia Gasosa
INTRODUÇÃO: O Caryocar brasiliense, ou pequi, é um fruto de grande interesse econômico tendo
em vista que o óleo presente nele tem aplicações na medicina, na fabricação de
cosméticos e na indústria petroquímica. Em relação ao óleo, tanto na polpa como
na amêndoa do pequi, pode ser observado o predomínio dos ácidos graxos
insaturados. Lima et al. (2007) encontraram valores de 61% e 52%,
respectivamente. De acordo com Antunes et al. (2006) o alto conteúdo de ácidos
graxos saturados presentes no óleo de caroço de pequi corresponde a uma
adaptação evolutiva, por parte da planta, na busca por maior obtenção de
energia, aproveitando o fato das elevadas temperaturas das regiões de cultivo
permitirem que os triacilglicerídeos saturados estejam presentes de forma
líquida, biodisponível. Segundo Deus (2008) esse óleo pode ser utilizado em
formulações cosméticas óleo/água, sendo também aplicado para a síntese de
biodiesel, como pesquisou Souza et al (2009).
MATERIAL E MÉTODOS: A matéria-prima utilizada neste trabalho foi o óleo de pequi proveniente do
Crato-CE. A caracterização físico-química foi realizada por metodologias
oficiais sugeridas pela American Oil Chemists Society (A.O.C.S., 2011), sendo
analisados os valores de umidade, índice de acidez e índice de saponificação,
segundo os métodos Ca 2c-25, Cd 3d-63 e Cd 3-25, respectivamente. Também
realizou-se a análise química por cromatografia gasosa (CG, onde as condições de
operação do cromatógrafo para identificação das substâncias presentes nos óleos
de pequi foram: volume de injeção de 2 µL, temperatura inicial do forno de
180°C, temperatura final do forno de 300°C, temperatura do injetor de 250°C,
fluxo de Split de 10 mL/min, tempo de splitless de 1 min, fluxo de gás hélio de
3 mL/min e linha de transferência à 200°C. O cálculo dos teores de cada
substância foram determinadas correlacionadas às áreas relativas de cada pico
característico com a área total de picos do cromatograma.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados analíticos para umidade, índice de acidez e índice de
saponificação dos óleos da amêndoa e polpa estão apresentados na Tabela 1. Os
resultados da Tabela 1 mostraram que os óleos da polpa e amêndoa apresentaram
respectivamente: umidade de 2,89% e 1,72%, índice de acidez de 8,49 e 7,43
mgKOH/g e índice de saponificação de 234,71 e 221,91 mgKOH/g. Os valores de
umidade podem ser considerados altos, tendo em vista que os óleos poderiam
contém um excesso de água na sua composição. O índice de acidez é um valor que
revela a quantidade de ácidos graxos livres advindos dos processos de hidrólise
dos triacilgliceróis, tendo sido encontrados valores considerados altos para
esse parâmetro. Os altos valores do índice de saponificação indicam que os
ácidos graxos presentes nos óleos do pequi tem alto peso molecular. A composição
dos principais ácidos graxos e vitaminas presentes nos óleos brutos da polpa e
da amêndoa foram caracterizadas por cromatografia gasosa. Os resultados estão
apresentados na Tabela 2. Os resultados analíticos mostraram que nos óleos,
destaca-se a presença dos ácidos graxos oléico e o palmítico, em torno de 50%
para ambos. Pode ser observado também, que o óleo da polpa apresentou quantidade
apreciável de vitamina C (10,93%), fato que não ocorreu com o óleo da amêndoa.
Os resultados mostram também que no óleo da amêndoa foi observado as presenças
de α-D-glicopiranose e furfural, sendo este último utilizado como material de
partida para preparação de outros solventes orgânicos.
Tabela 1 - Análises físico-químicas dos óleos de pequi.
Tabela 2 - Composição dos principais ácidos graxos e vitaminas dos óle
CONCLUSÕES: Pode-se concluir que nos óleos encontravam-se quantidades apreciáveis de ácidos
graxos e que esses tem um alto peso molecular, como mostrou os testes de índice de
acidez e de saponificação. Já o teste de umidade revelou uma excesso de água
presente no óleo. Devido à presença dos ácidos palmítico e oléico é justificável a
aplicação desse óleo na síntese de biodiesel via esterificação , bem como a
presença de vitamina C favorece a aplicação desse óleo na química fina.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY. AOCS. Official Method Ca- 2c-25, 3d-63 and 3-25, 2011.
ANTUNES, E. C.; ZUPPA, T. O.; ANTONIOSI FILHO, N. R.; CASTRO, S. S. Utilização do pequi (Caryocar brasiliense Camb) como espécie recuperadora de ambientes degradados no cerrado e fornecedora de matéria prima para a produção de biodiesel. In: 1º CONGRESSO DA REDE BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DO DO BIODIESEL, Brasília, p.103-107, 2006.
DEUS, Tatiana Nogueira de. Extração e Caracterização de Óleo do Pequi (Caryocar brasiliensis Camb.) Para o Uso Sustentável em Formulações Cosméticas Óleo/Água (O/A). 2008. 75 f. Dissertação (Mestrado) - Unicag, Goiânia, 2008.
LIMA, A.; SILVA, A. M. O.; TRINDADE, R. A.; TORRES, R. P.; MANCINI-FILHO J.; Composição química e compostos bioativos presentes na polpa e amêndoa do pequi (Caryocar brasiliense, Camb.) Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 29, n. 3, p. 695-698, Dezembro 2007.
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