53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: PERFIL CROMATOGRÁFICO POR CLAE-DAD E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DA RESINA DE Amburana cearensis (FABACEAE)

AUTORES: Oliveira, G.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO) ; Souza, S.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO) ; Camara, C.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO) ; Silva, G.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO) ; Santana, A.L.B.D. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO) ; Silva, T.M.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO)

RESUMO: Amburana cearensis (Fabaceae - Papilionoideae) é popularmente conhecida como cumaru ou imburana-de-cheiro. Diferentes partes dessa planta são utilizadas comercialmente, principalmente na medicina popular. O resultado do perfil cromatográfico por CLAE-DAD da resina dessa espécie mostrou a presença de uma variedade de substâncias fenólicas e a avaliação do potencial antioxidante do extrato metanólico evidenciou uma boa atividade antioxidante.

PALAVRAS CHAVES: Amburana cearensis; Perfil cromatográfico; Atividade antioxidante

INTRODUÇÃO: Amburana cearensis popularmente conhecida como cumaru ou imburana-de-cheiro, possui grande ocorrência no Nordeste brasileiro. Esta espécie tem uma grande importância comercial na Região Nordeste do Brasil. A madeira é utilizada na carpintaria (CANUTO et al., 2008). As sementes e casca do caule são tradicionalmente utilizadas na forma de lambedor para tratar doenças respiratórias (CANUTO e SILVEIRA, 2006). Essa espécie apresenta diversas atividades biológicas, tais como anti-inflamatório, antioxidante, relaxante muscular e antinociceptivo (ALMEIDA et al., 2010; LEAL, et al., 2011). A resina de A. cearensis foi estudada recentemente numa investigação fitoquímica que resultou no isolamento de uma nova substância: 3’,4’-dimetóxi-1’-(7-metóxi-4- oxo-4H-cromen-3-il) benzo-2’,5’-quinona, além de seis compostos conhecidos: 4,2’,4’-triidroxichalcona, 7,8,3’,4’-tetrametoxiisoflavona, 4,2’,4’-triidroxi-3- metoxichalcona, 3,4,5-trimetoxicinamaldeido, 3’,4’-dimetoxi-7-hidroxiisoflavona e 6,7,4’-trimetoxi-3’-hidroxiisoflavona (BANDEIRA, et al., 2011).Este trabalho teve como objetivo estabelecer o perfil cromatográfico por CLAE-DAD e avaliar a atividade antioxidante através do sistema β-caroteno/ácido linoleico da resina de Amburana cearensis.

MATERIAL E MÉTODOS: A resina foi coletada no Sítio Riacho em Vieiropolis no estado da Paraíba e extraída em metanol. O extrato metanólico obtido foi utilizado para as análises. Para determinação do perfil cromatográfico foi injetada uma solução da amostra na concentração de 1,0 mg/mL em CLAE – DAD com o seguinte sistema de eluição: H2O ácido acético 0,1% (solvente A) MeOH (solvente B) como fase móvel e gradiente crescente de 0-30 min 45-50% de B, de 30-35min 50-100% de B, 35-40 min 100%, com fluxo de 1,0 mL/min. O cromatograma obtido foi monitorado no comprimento de onda de 320 nm. Para a avaliação do potencial antioxidante do extrato metanólico uma amostra foi submetida a teste frente ao sistema β-caroteno/ácido linoleico, utilizando como antioxidante padrão o Trolox.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A análise dos dados obtidos por CLAE – DAD (Figura 1) mostrou que a resina de Amburana cearensis é rica em substâncias fenólicas e com base nos espectros de ultravioleta pode-se verificar a presença de flavonoides, como já foi evidenciado na literatura (BANDEIRA, et al., 2011). O resultado da avaliação do potencial antioxidante da resina (Figura 2) mostrou que a mesma apresenta capacidade de inibição da oxidação do β-caroteno, demonstrando sua capacidade antioxidante. Pode-se observar que em 60 minutos (tempo médio de análise) a resina apresentou uma boa atividade inibidora (69,09 ± 0,7) quando comparado com o controle positivo Trolox (90,29 ± 1,1). Este potencial inibidor pode está relacionado à presença de flavonoides, como foi evidenciado no perfil cromatográfico pela análise por CLAE - DAD.

Figura 1

Cromatograma (CLAE-DAD, 320 nm) com o espectro de UV das substâncias.

Figura 2

Atividade antioxidante (Sistema β-caroteno/ácido linoléico) da resina de Amburana Cearensis.

CONCLUSÕES: A atividade antioxidante apresentada pela resina de Amburana cearensis pode ser atribuída á presença de compostos fenólicos, como foi evidenciado pela análise do perfil cromatográfico por HPLC-DAD.

AGRADECIMENTOS: CAPES, FACEPE.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALMEIDA, J.R.G.S.; GUIMARÃES; A.G.; SIQUEIRA, J. S.; SANTOS, M.R.V.; LIMA, J.T. NUNES, X.P.; QUINTANS JÚNIOR. 2010. Amburana cearensis – uma revisão química e farmacológica. SCIENTIA PLENA, v. 6, n. 11.

BANDEIRA, P. N.; FARIAS, S. S.; LEMOS, T. L.G; BRAZ-FILHO, R.; SANTOS, H. S.; ALBUQUERQUE, M. R. J. R. e COSTA, S. M. O. 2001. New Isoflavone Derivative and Other Flavonoids from the Resin of Amburana cearensis. J. Braz. Chem. Soc., v. 22, n. 2, 372-375.

CANUTO, K. M.; SILVEIRA, E. R.; BEZERRA, A. M. E.; LEAL, L. K. A. M. e VIANA, G. S. B. 2008. Uso de Plantas Jovens de Amburana cearensis A. C. Smith: Alternativa para Preservação e Exploração Econômica da Espécie. Embrapa – semi-árido. ISSN 1808-9992.

CANUTO, K.M.; SILVEIRA, E.R. 2006. Constituintes Químicos da Casca do Caule de Amburana cearensis a.c. Smith. Quim. Nova, v. 29, n. 6, 1241-1243.


LEAL, L.K.A.M.; PIERDONÁ, T.M.; GÓES, J.G.S. FONSÊCA, K.S.; CANUTO, K.M.; SILVEIRA, E.R.; BEZERRA, A.M.E.; VIANA, G.S.B. 2011. A comparative chemical and pharmacological study of standardized extracts and vanillic acid from wild and cultivated Amburana cearensis A.C. Smith. Phytomedicine, 18, 230–233.