Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4
ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: COMPARAÇÃO IN VITRO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE TOTAL DE DUAS PLANTAS DO CERRADO.
AUTORES: Goulart, A.C. (IFG) ; Santos, J.P.V. (IFG) ; Silva, L.A. (IFG) ; Santos, D.Q. (UFU)
RESUMO: Neste trabalho de pesquisa foi realizado teste quantitativo da atividade
antioxidante de duas plantas do cerrado brasileiro: Anadenanthera falcata e
Spiranthera odoratissima.As espécies foram escolhidas a partir de observações
em relação ao consumo na cidade de Itumbiara-GO.O potencial antioxidante nas duas
espécies foi determinado pelo método da vanilina e expressa em equivalência em
ácido ascórbico.Os resultados obtidos mostraram que a infusão preparada com a
casca do caule da planta Anadenanthera falcata possui atividade antioxidante
superior a infusão preparada com a raiz da planta Spiranthera odoratissima, uma
vez que os teste apresentaram respectivamente o teor de 1,929 ± 00 e 0,46 ± 0,01
g.L-1 de infusão preparada com as plantas.
PALAVRAS CHAVES: Antioxidantes naturais; Anadenanthera falcata; Spiranthera odoratissima
INTRODUÇÃO: Os radicais livres são grupos orgânicos que possuem um elétron livre não
compartilhado ou desemparelhado. Esses radicais são muito instáveis e
extremamente reativos, interagindo facilmente com tecidos e células do corpo
humano(PEREIRA, 2012).A investigação de agentes antioxidante é uma prática
interessante e necessária uma vez que estes compostos reagem com as moléculas de
radicais livres retardando a ação dos mesmos no organismo(BIANCHI; ANTUNES,
1999). Com aproximadamente 200 milhões de hectares o cerrado brasileiro possui
uma diversificada variedade de plantas amplamente comercializadas em feiras
livres de todo o país (CONCEIÇÃO et al., 2011). Para a escolha das plantas foram
feitas observações em uma feira localizada na cidade de Itumbiara / GO. Com as
observações foi constatado que as plantas mais solicitadas pelos consumidores
são a Anadenanthera falcata e a Spiranthera odoratissima. A espécie
Anadenanthera falcata é conhecida como Angico do Cerrado, suas sementes podem
ser usadas no tratamento de hipertensão arterial e dor de cabeça (SOUZA, 2007).
A espécie Spiranthera odoratissima é conhecida popularmente como Manacá, extrato
etanólico das raízes apresenta compostos com atividade analgésica e anti -
inflamatória (MATOS et al., 2003). Atualmente é muito comum o estudo de limentos
e plantas na tentativa de se obter a cura de diversas doenças (CONCEIÇÃO et al.,
2011).O objetivo deste trabalho foi quantificar o potencial antioxidante das
plantas Anadenanthera falcata e Spiranthera odoratissima para que possam
substituir em parte os antioxidantes sintéticos, melhorando a qualidade de vida
da população e prevenindo doenças relacionadas aos radicais livres através do
uso de produtos naturais.
MATERIAL E MÉTODOS: EQUIPAMENTOS
Espectrofotômetro campo visível (Analyser 800M); Centrífuga de bancada (Quimis);
Chapa aquecedora (Novatecnica); Balança analítica (Bel-engineering) e Destilador
de água (Quimis). Os principais reagentes necessários para o preparo das
soluções foram: Ácido Ascórbico > 99,0% (Isofar) e Vanilina (Isofar).
METODOLOGIA
1-Coleta e preparo das espécies: As espécies foram coletadas no jardim botânico
de Brasília-DF. O material foi triturado em pequenas partes, seco a temperatura
ambiente, em local ventilado, onde não havia presença dos raios solares (MORAIS,
2009).
2-Preparação do extrato em água: Em um béquer foi adicionado 10 g do material
seco de cada planta, casca do caule para a espécie Anadenanthera falcata e raiz
no caso da espécie Spiranthera odoratissima, juntamente com 0,1 L de água
aquecida a 95°C, por três minutos. Após o aquecimento cada solução foi filtrada
e os extratos armazenado em frascos âmbar sob refrigeração a 5 ºC (MORAIS et
al., 2009).
3-Determinação da atividade antioxidante total: A atividade antioxidante total
dos extratos foi determinada de acordo com o método de Prieto (PRIETO; AGUILAR,
1999). Onde 3,0 × 10-3L de solução do extrato (5 % v/v) foram misturados com
3,0×10-3 L de solução reagente (0,6 mols. L-1 de ácido sulfúrico, 2,8×10-2 mols
L-1 fosfato de sódio e 4,0 ×10-3 mols.L-1 de molibdato de amônio).As misturas
foram incubada a 95 ºC por 90 minutos em banho-maria. Absorbância foi medida em
695 nm. A atividade antioxidante total foi expressa como o número de
equivalência de ácido ascórbico. Uma curva de calibração do ácido ascórbico foi
preparada para comparação.
4-Dados estatísticos: Os resultados foram comparados pelo teste Tukey ao nível
de 5% de significância (REIS, 2006).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A tabela 1 mostra os resultados das análises, apontando o potencial antioxidante
das duas espécies. Pode se observar que as amostras apresentam uma concentração
constante de 1,929 g.L-1 para a espécie Anadenanthera falcata com um desvio
padrão igual a zero. Já os resultados encontrados para a espécie Spiranthera
odoratissima os extratos apresentam resultado de 0,46 g.L-1 com um desvio padrão
de 0,01.A concentração média de antioxidante total nas amostras mostrou que a
espécie Anadenanthera falcata apresenta um teor de antioxidante quatro vezes
maior que a espécie Spiranthera odoratissima. Os resultados mostram a presença
de antioxidante total, equivalente em ácido ascórbico, indicando que as espécies
estudadas possuem esta propriedade. Sendo a concentração na espécie
Anadenanthera falcata estatisticamente superior a Spiranthera odoratissima.
Tabela 1 – Teor de antioxidantes totais no extrato das espécies
*Médias seguidas por letras diferentes diferem entre
si ao nível de 5% de significância pelo teste do
Tukey.
CONCLUSÕES: A pesquisa realizada alcançou os objetivos propostos uma vez que foi quantificado
o teor de antioxidante total nas duas espécies possibilitando assim o comparativo
da ação antioxidante entre uma espécie e outra. O resultado deste trabalho mostra
ainda que o cerrado brasileiro pode ser um amplo campo para a pesquisa de
produtos
naturais. Para uma melhor caracterização das plantas é indispensável à aplicação
de metodologias variadas, tendo em vista os resultados encontrados este trabalho
abre grandes perspectivas para novas investigações a respeito de cada espécie.
AGRADECIMENTOS: Ao Prof. Douglas Queiroz Santos, que deu início a este projeto, ao CNPq, ao
Instituto Federal de Goiás e ao Jardim Botânico de Brasília.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BIANCHI, M. L. P.; ANTUNES, L. M. G. 1999. Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta. Revista de Nutrição, Campinas, v.12, p.123-130.
CONCEIÇÃO G. M.; RUGGIERI A. C.; ARAUJO M. F. V.; CONCEIÇÃO T. T. M. M.; CONCEIÇÃO M. A. M. M. 2011. Plantas do cerrado: comercialização, uso e indicação terapêutica fornecida pelos raizeiros e vendedores, Teresina, Piauí. Revista Scientia Plena. VOL. 7, NUM. 12.
MATOS, L.G. SANTOS, L.D.A.R.; VILELA, C.F.; PONTES, I.S. TRESVENZOL, L.M. F; PAULA, J.R.; COSTA, E.A. 2003. Atividades analgésicas e/ou antiinflamatória da fração aquosa do extrato etanólico das folhas da Spiranthera odoratissima A. St. Hillaire (manacá). Revista Brasileira de Farmacologia, Goiás, v. 13, supl , p.15-16.
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REIS, F. P. 2006. Estatística Aplicada. 103 f. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG.
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